Desencontro

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Fui trabalhar com um ridículo sorriso bobo no rosto, por mais que eu tentasse não conseguia parar de sorrir, Eduardo havia me deixado no trabalho pontualmente as nove horas com um demorado e excitante beijo, cinco minutos depois de eu entrar pela porta da loja meu celular tocou e era ele.

- Você não acabou de me ver? – perguntei com aquele sorriso bobo.

- Parece que faz dias – ele me respondeu – acho que você perdeu a noção do tempo.

Eu dei uma rizada alta, que fofo. Nunca, nenhum dos meus namorados anteriores fizeram algo assim, tão simples como me ligar logo depois de me ver só para dizer que está com saudades, geralmente, se eu não ligasse antes, teria que esperar dias para ter algum sinal de vida deles.

- Também já estou com saudades – falei para ele.

- Que bom, isso quer dizer que eu fiz alguma coisa direito – gargalhei com o seu comentário, poderia dizer que ele fez mais do que algo direito. – Mas eu também te liguei por que hoje a noite tenho duas cirurgias, então vou sair tarde do hospital – minha esperança de vê-lo essa noite começou a cair por terra – uma delas vai ser um parto complicado e amanhã tenho um plantão de doze horas para cumprir no hospital, o que nem sempre significa trabalhar apenas doze horas, talvez eu só consiga te ver na sexta feira a noite.

Eu amaldiçoeis em voz alta e ele riu do outro lado da linha, ele não tinha nem ideia de que iria demorar muito mais do que isso para nos ver.

- Na sexta a noite eu tenho de ir para a casa dos meus pais – suspirei alto e continuei - eu ainda não contei para eles sobre a gravidez e quero fazer isso pessoalmente, já adiei isso por tempo demais.

Dessa vez foi ele quem xingou.

- Eu posso te levar, se você quiser – ele logo se prontificou e eu fiquei empolgada e assustada com a ideia de apresenta-lo para os meus pais.

- São cerca de mil quilômetros de distância, vou viajar a noite toda de ônibus – comecei a justificar minhas apreensões – e o que eu vou dizer para o meu pai quando eu chegar com você a tira colo - ele ficou mudo por algum tempo, acho que ele não tinha pensado nas implicações de me levar até a casa dos meus pais – fora que não sei como ele vai receber a notícia de que eu estou gravida.

- Entendo – ele simplesmente respondeu depois de algum tempo – quando você retorna?

- Eu estarei de volta na segunda feira de manhã. – meu sorriso havia morrido só com a ideia de vê-lo somente na semana que vem.

Uma batidinha na porta de vidro da loja me fez compreender que eu estava a muito tempo no telefone com Eduardo e eu precisava trabalhar, caminhei até a porta para abri-la para a minha colega de trabalho.

- Eu preciso ir – comecei a dizer para ele – posso te ligar mais tarde, que horas você entra na cirurgia.

- Claro que sim – ele me responde -  eu entro as cinco em cirurgia, se eu não puder atender te retorno em seguida.

Me despedi rapidamente e desliguei o telefone correndo para conferir o estoque e abrir o caixa da loja. Apesar do desencontro que será nossa semana e a impossibilidade de vê-lo um sorriso bobo ficou estampado no meu rosto o restante do dia.

*****

Nota da autora: Esse Eduardo é lindo é demais!!!!

Fiz uma pagina do livro no Facebook, dá uma passadinha lá e curte.  https://www.facebook.com/pages/E-Agora/574136659323747  

Logo mais vou fazer uma enquete de quem vocês acham que deveria ser o nosso Eduardo, o que acham?

E como é Natal de presente vou publicar mais um capítulo amanhã, aguardem!

E Agora? - rascunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora