Olho Roxo

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- Eduardo – gritei seu nome assustada.

Ele cambaleou para traz perigosamente com o impacto do golpe, porém não tentou revidar o que me deixou até certo ponto aliviada, da mesma maneira que eu estava lívida para defende-lo e acertar um soco em seu agressor, é claro se o mesmo não fosse meu progenitor.

Meu pai estava gritando a plenos pulmões totalmente enfurecido, se não fosse pelo Francisco Cabelo Seboso que o segurava ele tinha voado no pescoço do Eduardo.

- Eu não vou deixar um safado qualquer se aproveitar da minha garotinha, ela errou, mas merece muito mais, merece uma família, um marido trabalhador, um pai exemplar para seu filho. Você não vai destruir isso, ela não vai ficar com um vagabundo sem futuro só por que ele a engravidou.

Eduardo escutava o discurso do meu pai com olhos arregalados, eu não sabia onde enfiar a minha cara, meu pai havia entendido tudo errado, ele simplesmente confundiu o Eduardo com o João e eu nem podia culpa-lo por isso.

- Pai, ele não... – eu tentei explicar.

- E você não vai defende-lo, eu esperava muito mais de você Aline. – a decepção em seus olhos me magoou, mas eu não poderia deixa-lo julgar o Eduardo por algo que nem era verdade.

- Pai me escuta – eu gritei – O Eduardo não é o pai do bebe.

Fez-se um silencio arrebatador, todos estavam com os olhos grudados em mim, senti como se eu praticamente tivesse gritado que era uma vadia e que trocava de namorado como trocava de roupa. Meu pai se endireitou e olhou para mim com uma profunda decepção.

- Entrem, é melhor você cuidar desse olho – ele disse a Eduardo - e depois nós teremos essa conversa com um pouco de privacidade. - Ele entrou em casa e nós o seguimos, inclusive o cabelo seboso, o que aquele cara acha que está fazendo?

Apesar de estar extremamente mortificada com tudo o que aconteceu lá fora segurei a mão de Eduardo e o levei até a cozinha, fazendo-o sentar uma banqueta perto do balcão, seu olho estava muito inchado e vermelho, logo iria começar a ficar roxo. Peguei um pouco de gelo no freezer, enrolei em um pano de prato e apliquei no machucado, ele estremeceu com o contato e eu me encolhi por dentro.

- Desculpe – falei baixinho atenta ao que fazia.

- Tudo bem, não está doendo tanto assim. – ele disse para mim.

- Não é só por isso, eu temia uma reação do meu pai, mas não achei que ele chegaria a tanto – comecei a falar rápido demais – ele aceitou tão bem a gravidez, como eu iria saber que ele atacaria você desse jeito, me desculpa, me desculpa. – repeti diversas vezes, lagrimas se formavam nos meus olhos e escorriam pela minha face com uma rapidez surpreendente.

Eduardo pegou a minha mão que lhe aplicava o gelo no olho, tirou o embrulho dela e beijou a palma.

- Não se desculpe, eu agi por impulso vindo sem avisar, ele agiu por impulso supondo que eu era outra pessoa, você não tem culpa de nada disso.

- Eu vou entender se você quiser ir embora – minha voz saia esganiçada por causa do choro, como sempre eu já estava pensando no pior – se não... se não quiser me ver.

 Ele envolveu  o meu rosto com suas mãos e me fez olhar em seus olhos.

- Eu não vou a lugar nenhum sem você, não consigo te tirar da minha cabeça desde a primeira vez que lhe vi e se um olho roxo é o preço que tenho que pagar para ficar com você então que seja, por que eu quero muito namorar você. - Oh meu Deus! Isso foi tão doce que parecia até irreal, eu me derreti toda com suas palavras.

- Eu também quero namorar você – sussurrei para ele.

Eduardo sorriu e aproximou seu rosto do meu.

- Vou levar outro soco se eu te beijar agora? – ele pergunta a centímetros de mim.

- Eles estão na sala, então acho que você não corre nenhum perigo por hora – respondi e entrelacei meus braços em seu pescoço.

O beijo foi meigo e delicado, um tanto salgado por conta das lagrimas que haviam decido pelo meu rosto, delicioso de qualquer forma. O encerramos um suspiro que implorava por bis, mas meus pais nos esperavam na sala para uma explicação e se tudo desse certo teríamos tempo mais tarde para nos beijar o quanto quiséssemos.

E Agora? - rascunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora