Pedigree

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Trocamos diversas mensagem ao longo do dia, Eduardo era romântico e atencioso, o que era uma novidade gostosa para mim. Um pouco antes das cinco tirei uma pausa para o café e liguei para ele. Conversamos por quase meia hora antes de ele ter de ir.

A noite Tati e Robe apareceram com o jantar, comida japonesa, da qual eu me fartei, é claro.

- E ai como está meu afilhado lindo? – Perguntou Robe de repente.

- Quem? – tive de perguntar de volta, eu estava distraída pensando em Eduardo, no que ele estaria fazendo, se já havia acabado a cirurgia? Se estava pensando em mim também.

- Oras, o bebe, quem mais? – ela perguntou rindo da minha cara.

- Está bem, tudo perfeito e dentro do esperado – comecei a acariciar minha barriga – estou com quatorze semanas e no ultrassom ainda não dá para ver o sexo, Eduardo me sugeriu fazer um exame de sangue para descobrir, mas vou esperar para ver no ultrassom mesmo.

As duas estavam com um sorriso bobo no rosto, mas o olhar de Tati era de gavião quando ela começou a falar:

- Que bom que a MINHA afilhada está bem – ela olha para Robe enfatizando a palavra minha – mas vem cá, que história é essa de “Eduardo me disse”?

Ptz, comi bola, como diria meu pai. Eu não ia falar para elas sobre o meu relacionamento com o Eduardo, até mesmo por que eu ainda não sabia direito o que tínhamos. Nós fizemos amor, ele me disse um monte de coisas carinhosas e algumas muito sacanas também a noite passada, essa manha ele foi super atencioso, disse que era muito bom ficar comigo e me levou para o trabalho, mas não tínhamos tocado no assunto: relacionamento, o que é compreensível, dado que ficamos juntos apenas uma noite.

- É... eu meio que sai com o meu médico. – eu disse sem jeito.

- Como assim “meio que saiu”? – questionou a Robe.

- Nós ficamos ontem – contei para elas tudo que havia acontecido no consultório, como ele veio atrás de mim e como nos entendemos, é claro que na parte dos finalmentes as duas me fizeram contar TUDO, e isso me fez ficar vermelha que nem um tomate.

- Deus, esse cara é TDB, tudo de bom – Robe começou a dizer – ele tem um irmão, por que quero um desse para mim urgentemente.

Eu gargalhei

- Ele tem, mas é casado com a Dra. Karla.

- Um primo serve, por que espécime assim tem pedigree. – ela insiste.

- Credo, parece que você está falando de um cachorro – apesar de eu reclamar da observação dela continuo rindo.

- E todos eles não são – diz Tati – você só deu sorte de encontrar um que não é vira-lata.

- Ei, não fala mal do meu irmão – disse Robe a Tati. – só eu posso falar mal daquele cachorro.

Caímos novamente na gargalhada.

E Agora? - rascunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora