Muitas horas depois alguém entra na delegacia. Um jovem de maxilar torto e olhos castanho escuro. Ele vem acompanhado de seu fiel escudeiro, cabelos pretos e magricela. Ambos chamam a atenção quando passam pelos policiais até chegarem a sala de Stilinski, onde uma moça de longos cabelos pretos e olhos escuros aguardava aparentemente impaciente.
- O que está acontecendo? - perguntou o de maxilar torto para o delegado.
- Ela está em choque desde que a policial Clarke lhe disse alguma coisa. A única coisa que saía da boca dela até alguns instantes é que ela precisava falar com você.
O olhar de Dakota continuava perdido na sala do delegado. O garoto, Scott, prestava atenção no olhar atento nada vazio da garota.
- Vou deixá-los a sós - disse Stilinski, se retirando.
Scott sentou-se ao lado da garota enquanto Stiles se fascinava com algumas fotos e fitas vermelhas sobre o painel ao fundo. Um sorriso surgiu no canto da boca de Dakota.
- Então? - perguntou Scott.
Dakota olhou para os dois lados e se virou para Scott. Esse se assustou e deixou suas fascinantes garras a mostra. Stiles ficou em posição de defesa, pronto para sair correndo pela porta.
- Não quero machucá-los - alertou Dakota em tom de emergência.
A jovem garota olhou para seus dedos compridos e magros e decidiu mostrar algum sinal de que ela sabia do que estava falando. Com um pouco de concentração, ela conseguiu fazer as garras de um bicho preguiça aparecerem em cada um de seus dedos. Eram compridas e finas, apesar de uma preguiça só ter três dedos em cada mão ela podia adaptar para sua espécie.
- O que você é? - questionou Stiles. Essa era a primeira vez que Dakota ouvia sua voz. - Você é uma quimera?
- Não, sou bem mais que isso.
- Um lobo? Um coiote? - perguntou Scott em seguida.
- Quais lendas conhecem? As americanas, gregas, nórdicas, egípcias... Já procuraram entender algo da América do Sul, ou será que somos escórias para vocês, norte-americanos?
- Que tipo de pergunta é essa? - disse Stiles, confuso.
- O tipo de pergunta que está acima de suas mentes patriotas.
- Se nos trouxe aqui para nos ofender eu sugiro que saia de Beacon Hills - ameaçou Scott.
- Ofender os americanos são coisas comuns para mim, faz parte do incentivo ao conhecimento do estrangeiro.
- Você pode nos dizer logo de onde você veio e o que você é? - enfezou-se Stiles.
- Eu vim do Brasil. Posso dizer o que sou se me responderem a duas perguntas.
Os dois assentiram para Dakota. Pareciam zombar da esperteza da garota, não sabiam eles que iriam se embananar para responder algo simples.
- Qual a língua e a capital do Brasil?
A cara de espanto dos dois era ridícula. Stiles parecia saber alguma coisa, talvez chutasse um nome. Scott era quem parecia não saber nem ao menos o que era Brasil.
- Espanhol - respondeu Stiles com confiança.
Dakota não lhe respondeu, somente sorriu. Stiles entendeu que sua resposta estava mais do que errada.
- Eu sei que a capital é o Rio de Janeiro. - disse Scott.
A garota gargalhava ao som dessa tal sandice. O Rio de Janeiro poderia ser bonito, mas nunca mais seria a capital do Brasil.
- Dou-lhes mais uma chance.
- Se vocês não falam espanhol, falam francês. E creio que a capital do Brasil seja São Paulo. Se estiver errado eu desisto. - disse Stiles por fim.
- A língua que utilizamos é a língua portuguesa - Scott e Stiles colocaram as mãos na cabeça e fizeram uma cara de desaprovação. -, e a nossa capital é Brasília.
Os dois não viam propósito nessas perguntas tão idiotas. É claro que ninguém conseguia entender o propósito dessas perguntas.
- Essas são perguntas sem propósito. Por que eu gostaria de saber o nome da capital de Brasília? - disse Scott.
- É Brasil! - corrigiu Dakota.
- Tanto faz. Não me interessa se erramos ou não, quero as respostas.
- Sugiro que pesquise mais um pouco, Scott. Procure por lendas das matas, dos índios. Ficarei na delegacia enquanto não resolverem o caso.
- Não era você que queria conversar conosco? Qual o sentido de tudo isso? - perguntou Stiles.
- Eu até falaria sobre mim se tivessem demonstrado um pouco de apreciação por uma estrangeira. Creio que não sejam xenófobos como muito dos europeus, mas gosto de brincar com a presa.
- Por que usou a palavra presa? - questionou Stiles levantando uma sobrancelha.
- Brincadeira. Tem até amanhã à noite para descobrirem o que eu sou. Sugiro que procurem por algo chamado Capelobo. - Dakota se sentou e fez um sinal para que eles saíssem.
Scott, ainda confuso, abriu a porta da sala sem desgrudar os olhos de Dakota. Stiles observava a imobilidade da moça, parecia um réptil.
- Ah! - exclamou Dakota - Se pensam em procurar no bestiário - Scott olhou assustado para ela -, podem esquecer. Eu fiz o bestiário, não vão me encontrar lá.
Eles então saíram confusos com tanta coisa. Teriam que pesquisar sobre algo que nunca tinham visto para uma garota que não se importava com eles. Muitas questões estranhas surgiam quanto as lendas sul-americanas nesse momento.
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THE NEW SEASON | T.W.
FanfictionBeacon Hills sempre foi um imã de criaturas sobrenaturais. Todos vivem se preocupando com o que acontece nesse mundo, mas alguém já parou pra pensar no mundo em que vivemos? E se uma criatura sobrenatural defendesse as criaturas consideradas "natura...