8. Teorias Bestiáricas

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Scott estava sentado na cama de Stiles, esperando ele terminar a parte dele na pesquisa. Eles já estavam cansados e não sabiam o porquê ainda estavam naquela maratona. Talvez porque o monstro não estivesse tão longe de seus familiares...

- Cansei. - disse Stiles, se afastando do computador.

- Minha vez? - perguntou Scott.

- Esquece, Scott. Cansei de fazer pesquisas pra essa garota. Por que ela quer tanto que a gente se mate de pesquisar? - Stiles berrava de raiva.

- Não se esqueça que ela é a única que conhece essa coisa. - respondeu Scott.

Ele se levantou e trocou de lugar com Stiles, que se jogou na cama morrendo de cansaço.

Um vulto passa pela janela de Stiles. Ele abre a janela e faz um barulho estridente. Scott, que estava totalmente disperso, hesitou e armou as garras.

Uma menina magra de cabelos até os ombros passa pela janela bem sorridente. Era Malia.

- O que estão fazendo? - pergunta ela.

- Scott está maluco.

- O que? - hesitou Malia.

- Eu não estou louco. - protestou Scott. Ele tentou explicar: - Uma garota nos encontrou e fez algumas perguntas estranhas. Ela conhece aquela coisa do hospital. 

- Ainda não entendi a parte da loucura.

Scott arqueou os lábios para responder mas Stiles disse primeiro:

- Ela quer que encontremos uma criatura que não está no bestiário. Mas... - Stiles olhou para o quadro transparente em seu quarto e pegou a caneta. Ele desenhou um grande círculo com vários pontinhos dentro. - Estão vendo este círculo? - Ele apontou para o círculo. - Isso é o bestiário. E isso - ele apontou para as bolinhas - são as criaturas dentro dele, que mesmo sendo quimeras tem alguma parte de si aqui dentro. Agora isso - ele fez duas pequenas bolinhas do lado de fora da maior. - é anormal. Todos os seres sobrenaturais estão lá dentro.

- Mas Parrish não estava lá. - argumentou Scott.

- Parrish não é sobrenatural! Ele esconde o sobrenatural dos humanos, consequentemente não é sobrenatural.

- Talvez essa garota também não seja. - comentou Malia.

Stiles arregalou os olhos para ela, totalmente vislumbrado com a ideia. Obviamente Malia não entendeu o peso do seu comentário, mas Scott e Stiles sim.

- O que não está no bestiário? - perguntou Scott.

- Hellhounds. - respondeu Stiles.

- E o que os Hellhounds defendem?

- Eles escondem o sobrenatural dos humanos, não defendem alguém exatamente. - raciocinou Stiles.

- Eles defendem o "natural". - Scott se levantou e começou a andar em círculos. - Todos os seres que defendem os humanos foram colocados de fora do bestiário. E quem fez o bestiário? Os Caçadores! Eles defendem a mesma coisa, por isso não estão no bestiário.

- As outras gerações poderiam caçar esses seres, pensando que os caçavam também. - complementou Stiles.

- É claro que ela não está no bestiário! Ela é como o Parrish. Se ele limpa a sujeira do sobrenatural, talvez ela julgue a sujeira do natural. Ela pode ser a cavaleira do Parrish! - sugeriu Malia.

- Acho que não. Ela disse que vinha das matas, dos índios.

- É por isso que não encontramos nada, Scott. - exclamou Stiles. - Estamos procurando simplesmente por lendas indígenas sem um foco específico.

- Como assim?

- A teoria da Malia está quase certa, menos pela parte de ser a cavaleira do Parrish. Ela pode ser algum tipo de justiceira.

- Mas ela disse "presa" quando falou conosco. - ressaltou Scott.

Stiles finalmente pareceu ter uma teoria. Ele poderia ter redescoberto a penicilina de tanta informação que passava em sua mente.

- Ela nos deu uma dica. Disse presa porque está aqui para caçar alguma coisa. Ela falou sobre xenofobia e europeus. Marie-Jeanne Valet era francesa, assim como o marido.

- Não estamos entendendo - disseram Scott e Malia em uníssono.

- É claro! Ela pode ter vindo do Brasil mas teve contato com todas as outras criaturas. E se ela realmente fosse algum tipo de punição para os humanos. Já se perguntaram de onde surgiram os conhecimentos do homem que ajudou Marie-Jeanne?

- Acha que foi ela? - assustou-se Malia.

- Acho bem mais do que isso. - Ele sentou-se no computador e digitou algumas coisas nas ferramentas de pesquisa. - O que sabemos sobre ela?

- Está aqui para caçar. - falou Scott.

- Nós caçamos o que nos caça - sussurrou Stiles. - É isso! Os Argents caçam o sobrenatural. Eles adquiriram conhecimentos durante anos sobre o sobrenatural e quem poderia ter descoberto todos eles? Quem poderia descobrir o que os mataria? Quem decide o que nos transformaremos depois da mordida de um lobo? Quem escolhe um wendigo? Pode ser exatamente aquilo que quer vê-los mortos.

- Ser um wendigo é uma punição. - acompanhou Malia.

- Então ela é uma justiceira indígena e bem antiga. Tente achar alguma coisa, Stiles.

- Acho que já achei alguma coisa - disse ele.

E com um raciocínio explendidamente rápido, eles conseguiram dar um rumo a sua pesquisa. Em pouco tempo já tinham muitos papéis em mãos, todos relacionados ao ser que a garota tanto queria que eles encontrassem.

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