9. Quase liberdade

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A manhã era linda. O sol vermelho brilhante da aurora ricocheteava na delegacia. Parrish já voltara da sua ronda sobrenatural e descansava a cabeça na escrivaninha, já vestido. Ele deve ter escondido os corpos da criatura do dia anterior.

Alguém adentrou a delegacia com passos pesados. Na verdade eram vários passos. Dakota levantou a cabeça para ver o que estava acontecendo, Parrish veio em seu encalço. Ela sorriu ao ver o bando de Scott acompanhado do xerife Stilinski.

- Não tinham escola hoje? - perguntou Dakota, irônica.

- Hoje é sábado. - retrucou Malia.

- Essa é nova. - Dakota se aproximou de Malia, totalmente intrigada. Scott se retraiu e assumiu uma posição de defesa. Malia fez os olhos brilharem quando Dakota chegou perto. - Uma coiote bem poderosa. Consegue se transformar por inteiro, mas ainda não tem controle. Filha de lobo e de coiote. Conquistou os poderes ao matar a mãe, o que te faz sentir culpada e confusa. - ela olha para Scott e sorri, fazendo com que suas garras voltem ao normal mesmo ele não querendo. - Me saí bem?

- Como fez isso? - disse Malia, embasbacada.

- Ela é uma Caipora - anunciou Stiles ao fundo. Seu pai parecia não entender uma palavra do que diziam.

- E não é que seu patriotismo putrido foi deixado de lado? Mas a pronúncia está errada. É Caapora, não Caipora.

- E qual a diferença? - reclamou o xerife Stilinski.

- A diferença é que uma é considerada uma deusa, já o outro é um índio que salva as matas. Algo totalmente diferente do que eu faço.

Stiles jogou os papéis no chão e bufou. Obviamente que o quê Dakota havia dito tinha acabado de jogar suas pesquisas - agora inúteis - por terra. Ele se sentia um estúpido perto de toda essa confusão. Dakota chegou perto de Stiles e colocou a mão sobre seu ombro, com um sorriso.

- Não está completamente errada. - disse Dakota.

- O que está certo então? - exclamou Malia, visivelmente enciumada.

- Eu realmente trabalhei para os Argents.

- Isso não estava nas pesquisas! - desconfiou Scott.

- Me levem para fora dessa delegacia que darei mais detalhes.

- Isso é uma chantagem? - pronunciou-se o xerife.

- Não. Eu só não quero que civis escutem coisas demais. - justificou Dakota.

- Meu pai pode te tirar daqui - sugeriu Stiles. - Não pode pai?

Ele se calou. Olhou para o canto esquerdo e coçou o queixo, sinal de que estava pensando profundamente. Ele dividia o olhar entre Parrish e Dakota, ambos esperançosos.

- Você não pode deixá-la sair enquanto não soubermos de onde ela veio. - disse Parrish.

- Caramba! Será que é tão difícil me liberar só por um tempo? Eu posso voltar à noite, prometo.

- Ela pode ficar na nossa casa, pai. A delegacia é gelada, acho que nosso sofá será mais confortável. - disse espontaneamente Stiles.

Dakota percebeu que ainda mantinha a mão sobre o ombro de Stiles. Ela o soltou para que Malia não se enfurecesse mais ainda e fizesse um estrago.

- Quero ficar na delegacia, é mais livre e gosto de perambular por aí.

- Você ficou perambulando enquanto estávamos fora? - esbravejou o xerife.

- Por que acha que não houve nenhum assassinato pelo animal misterioso? Parrish não podia estar aqui para detê-lo, pensei que pudesse ajudar.

- Tudo bem. - concluiu Stilinski. - Acho que será bom ela sair daqui, pode levantar suspeitas. Mas ela tem que voltar para cá depois de todos saírem. Parrish ficará responsável por me notificar se ela não estiver aqui.

Parrish arregalou os olhos para Stilinski, confuso. Toda aquela ideia de uma garota desconhecida andar pelas ruas da cidade sem supervisão.

- Scott pode ficar responsável por mim de dia. - comentou Dakota. Scott virou-se para Dakota. - Creio que Parrish esteja desconfiado de que eu fuja nesse meio tempo. Scott pode me localizar pelo faro.

- Isso é verdade. - reforçou Scott, mesmo não querendo fazer isso. Ele parecia ter sido forçado a fazê-lo.

Antes que os outros policiais chegassem, os seis correram para o velho Jipe preto enferrujado de Stiles. Parecia ser constituído mais de fitas adesivas do que peças. Scott emprestou seu casaco para Dakota, que enfiou a touca na cabeça e entrou no banco de trás como uma presidiária. Malia foi no banco de trás junto com Dakota enquanto Scott e Stiles iam no da frente. Parrish e o xerife Stilinski ficaram na delegacia. Stiles dirigiu até a grande casa de Scott. A mata cercava a casa por todos os lados. Era de ripas brancas com um telhado simpático em cima do quintalzinho. Uma típica casa de Bandeirantes de São Paulo, só que mais luxuosa.

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Anísis

THE NEW SEASON | T.W.Onde histórias criam vida. Descubra agora