Capítulo 17 - Stephanie - Dia perfeito...

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Assim que abri meus olhos e vi o teto branco, um sentimento de paz me invadiu.

Meus sentidos todos começaram a despertar. Primeiro senti seus cheiros. O aroma cítrico e feminino de Ana, junto com o perfume inconfundível de Peter. Era másculo e forte. Nada que eu tenha sentido antes.

Um sorriso se abriu em meu rosto. Eles estavam ali ao meu lado. Eu estava aqui com eles. Isso era algo inimaginável pra mim antes. Eles faziam aquilo ser tão natural, que eu estava realmente pensando que era.

Suas mãos transpassavam minha cintura. Como se estivessem cada um, a sua maneira, reivindicando uma parte de mim para si mesmo.

Meu sorriso se aumentou. Lembranças da noite de ontem vieram. A forma como ela dominava o ambiente, ainda me fascinava. Surpreendia-me mais, o fato de Peter não se importar. Sentia que ele tinha essa necessidade também, afinal eu conhecia muito bem os homens.

Mas ele a deixava tomar conta do ambiente, deixando o lado mais primitivo dela aflorar. Achava lindo como ele a instigava a dominar e a se submeter a nós, na mesma medida.

Não podia deixar de pensar que a experiência dele, era algo que fazia toda a diferença no nosso relacionamento. Ana ainda era muito inexperiente. Nem conhecia o próprio corpo. Mas tinha uma forma tão única de se entregar, sem reservas. Como se nunca tivesse sido magoada na vida.

Desconfiava que não. Ela nunca tinha deixado ninguém chegar perto o bastante para isso. "Mas agora nos estávamos, marcando fundo nela. Sabia disso, sentia isso."

Sem querer a lembrança dos momentos difíceis que passei me pegaram com tudo. Foi uma enxurrada de memórias e lembranças, que fiquei sem ar. Precisei fechar meus olhos e respirar fundo.

Aos poucos o cheiro deles foi entrando em mim como um bálsamo. Era incrível me sentir profundamente melhor somente com o cheiro deles.

Virei-me para olhá-los. Ana estava virada para mim, seu rosto de menina, parecia ainda mais jovem dormindo. Os lábios rosados e inchados pelas coisas maravilhosas que fizemos. Era tão inexperiente e ao mesmo tempo tão intensa a forma como ela nos tocava.

Virei-me para Peter que ressonava. Tinha que admitir que era engraçado. Conhecíamos-nos a tão pouco tempo e já dividíamos algo tão íntimo. Ele parecia tão calmo e relaxado. Tinha a barba por fazer e ficava ainda mais sexy assim.

Olhei novamente para o teto, meu estômago roncou. Estava morrendo de fome. Ontem não tínhamos jantado. Acho que acabamos esquecendo...

Levantei-me da cama com calma para não acorda-los. Vi que Ana se mexeu e se juntou a Peter, se aninhando em seus braços. Não pude deixar de pensar que eles faziam um par exótico, uma garota, com um homem mais velho. Apesar de Peter aparentar, facilmente 30 anos.

"Pensando bem ambos éramos exóticos, juntos."

Peguei meu o roupão do conjunto da camisola, no closet. Segui para a cozinha. Afinal tinha um café da manhã para fazer.

Senti-me extremamente feliz. Algo que vinha de dentro. Depois de tanto tempo, ter alguém para cuidar e amar era algo impensado para mim. Ainda mais se fosse pensar na situação atual, em que eu tinha duas pessoas para cuidar.

Com um imenso sorriso no rosto e uma sensação completa e profunda de paz, coloquei em meu celular, Boyce Avenue. Adorava as músicas dele. Ele cantava com o coração e suas músicas eram sobre os sentimentos mais profundos que ele evoca.

Assim como a música que Ana cantou para nós ontem.

Foi perfeita. Ela dizia tudo que sentíamos, mas que não queríamos verbalizar. Lembrei de uma frase que me deixou sem ar, quando ela cantou ajoelhada em frente a Peter. "Vamos nos permitir".

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