Namoro

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Terminei de enrolar a ultima panqueca e joguei o resto do molho por cima delas, quase chorei de felicidade com o resultado, então comecei a organizar a mesa para comermos e só então me liguei que esqueci de fazer o suco.

–Retardada. -bati com a mão na testa.

–Se continuar se batendo desse jeito vai ficar com marca. -uma voz animada se fez presente na cozinha.

–Vá da susto na sua mãe diabo. -disse em português e ele me olhou sem entender.

–O que? -se aproximou mais, então ajeitei o óculos e sorri.

–Você me assustou Shuichi. -sorri sapeca. -Feliz Aniversário!

–Obrigado. -ele me sorriu e sentou na mesa. -Você estava cozinhando para mim? -ele me olhou curioso.

–Bom, eu tentei. -dei de ombros. -Mas esqueci o suco, então espere um pouco.

–Vá tomar banho e se arrumar enquanto eu faço o suco. -ele se levantou e me deu um peteleco na testa. -Obrigado por tudo. -fiz bico mas não contestei, por que se eu demorasse mais realmente sairíamos atrasados.

Tomei banho e me arrumei o mais rápido que pude para as panquecas não esfriarem, e quando voltei ele estava limpando o balcão onde eu tinha derramado farinha.

–Ei, eu e a limpar. -cruzei os braços, e ele fingiu que não ouviu. –Vamos comer? -ele lavou as mãos e se dirigiu a mesa, e me resignei a fazer o mesmo.

–Pegue essas, estão menos queimadas. -apontei envergonhada.

–Você não as queimou tanto, só não devia fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo quando cozinha. -o olhei de soslaio.

–A quanto tempo você estava aí? -ele pegou duas panquecas e focou no prato ficando vermelho.

–Desde que você quebrou a xícara. -pera, a xícara foi a primeira coisa que quebrei, eu a estava usando de medidor quando está escorregou da minha mão com leite.

–Desde o começo? -me lamuriei e ele riu baixo. -Droga era para ser uma surpresa. -cruzei os braços. -Se estava aí o tempo todo por que não disse nada.

–Por que você estava fofa tentando cozinhar. -mordi o lábio inferior e o olhei. -Sem falar que é engraçado como você se atrapalha com as coisas, faz caretas estranhas...

–Tá bom, já entendi. Você se divertiu as minhas custas. -peguei uma panqueca e taquei no prato cortando-a com força desnecessária. -Que bom que se divertiu. -estirei língua e acabamos rindo.

Vendo por outro ângulo, deve ter sido algo realmente tosco.

–Desculpe, eu não queria estragar a surpresa, mais está maravilho, obrigado. -fiquei envergonhada e me inclinei para abrir a mochila e peguei um saquinho vermelho dentro.

–Aqui, pelo menos isso vai ser surpresa. -estendi o saquinho e ele o pegou. -Não é algo grandioso, e eu mesma que fiz, então se não gostar não tem problema.

Ele abriu o saquinho com cuidado e me olhou antes de virar o conteúdo deste na palma da mão. Uma pulseira com entrançado preto de linhas prendia ao meio uma raposa de 4 caldas entalhada a mão com uma rosa ao centro pintada de vermelho. Levei dias para fazer, depois de conseguir um pedaço de Sakura -árvore- na rua.

–Você que fez? -ele me analisou.

–Sim, minha avó era índia e me ensinou a fazer esse tipo de coisa. -me aproximei mais. -Está vendo esse tipo de entrançado? -ele fez que sim. -É algo tipico dos índios amazônicos. -ele me sorriu.

Olhos são a porta da alma!Onde histórias criam vida. Descubra agora