O que eu sou?

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–Eu sou Eloá Ribeiro, quem é você? -o medo em minha voz era notável.

–Eloá? -a mão em meu pescoço foi retirada dali e eu me vi respirar novamente, contudo, prendi a respiração novamente pelo susto ao ver o homem a minha frente.

Urameshi, com longos cabelos negros e sem camisa me olhava analítico de cima a baixo.

–O que faz aqui, por que está invadindo a minha mente? -ele perguntou me cercando.

–Eu não sei como isso aconteceu, a única pessoa com quem isso acontece é com o Shuichi. -expliquei nervosa. -E nesse momento eu encontro o Kurama. -ele sorriu de lado. -Por favor me deixe ir, tomarei mais cuidado da próxima vez, e não o tocarei.

–O Kurama sabe sobre esse seu poder então. -fiz que sim -Então tudo bem, apenas seja mais cuidadosa, a maioria dos seres das Trevas fariam de tudo para tê-la, mas se Kurama a está protegendo então tudo bem. -eu ainda o ouvir rir.

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–Eloá? -Shuichi me olhava preocupado enquanto me segurava em seus braços. O empurrei de leve me desvencilhando dele, e não olhei para ninguém ao meu redor quando desatei a correr sem rumo.

Levantei o kimono para me dar mais liberdade na corrida, e enquanto esbarrava em algumas pessoas chutei as sandálias de madeira de qualquer jeito deixando meus pés livres para tocarem o chão e me darem mais mobilidade.

Parei para respirar no meio da pequena mata que ficava atrás do templo, o frio do lugar não me deixará suada pela corrida, mas ainda sim eu me sentia esgotada.

Me encostei em uma árvores e me deixei escorregar até o chão, retirei o óculos e passei a mão livre no cabelo nervosa, enfiei minha cabeça entre as pernas e comecei a chorar. O que estava acontecendo comigo, por que eu podia ver coisas estranhas, por que eu podia entrar na mente de algumas pessoas? Eu não era alguém normal, eu era algum tipo de Yokai como Shuichi? Não, isso era impossível, eu não era assim antes de meu acidente, eu era normal. Muito provavelmente algo aconteceu comigo naquele dia, e eu ainda relutava a crer em meus olhos, mesmo o mundo tendo mudado diante destes.

–Ora, o que encontramos aqui irmão. -uma voz maliciosa me fez levantar o rosto, mas me arrependi no mesmo momento que o fiz.

Medo, minhas pernas tremiam e eu não conseguia nem sair do lugar.

–Esse cheiro é delicioso. -um homem demônio de pele azulada se aproximou lambendo os lábios, era possível ver a luxuria na forma como me olhava. -Há que presente de Natal maravilhoso Sataro, ela nos dará uma bela noite. -ele chegou perto e segurou meu kimono e não pareceu ter problemas em me levantar e me puxar para si.

–O cheiro dela está misturado Sakamoto, apesar que o dela está mais forte. -ele cheirou meu pescoço e a ânsia de vomito subiu a minha garganta me deixando tonta, e eu já tremia quando este me segurou mais firme, já que minhas pernas não pareciam me firmar. -O seu medo é excitante gracinha. Fico me perguntando qual será o seu cheiro quando eu a possuir. -ele disse malicioso e o outro demônio se aproximou me dando um vislumbre de sua pele também azulada, só que este tinha um pequeno chifre na testa. -Essa será uma longa noite irmão.

–Me largue. -consegui dizer e eles riram, então o empurrei tentando desesperadamente me libertar, enfim meu corpo reagiu e o pânico de imaginar o que fariam comigo me dominou.

Me debati em seu braço e o soquei com toda a força em seu peito, mas isso não pareceu ter efeito nenhum. Parei quando senti a bofetada em meu rosto e o gosto metálico de sangue em minha boca.

–Fique quieta gracinha, você irá adorar me ter em você. -ele arrancou o laço que prendia meu kimono. -E meu irmão também. Lhe daremos a melhor noite de sua vida. -ele me empurrou com força contra a árvore, e vislumbrou meu corpo exposto pelo kimono agora aberto. E tanto ele quanto seu irmão se aproximaram me fazendo temer ainda mais pelo que fariam comigo, quando ambos cheiraram o ar eu vi seus olhos faiscarem vermelhos.

Olhos são a porta da alma!Onde histórias criam vida. Descubra agora