Ao chegar na cidade, Sakura com apenas uma mochila como bagagem, vagou sem rumo. Decidiu que andaria até encontrar um local para se acomodar. Com um guia rápido de pontos importantes para turistas na cidade a garota seguiu. Sabia que a melhor maneira de se conhecer um lugar era explorando.
Três horas de caminhada depois, Sakura fez uma parada em uma pensão, acabou combinando com a dona do local, Katie, um preço justo para ficar o mês inteiro. Não era o melhor dos locais, mas ela estava economizando o dinheiro que restou.
O quarto era simples, uma cama de solteiro e um armário. Como a menina havia explicado a sua situação a Katie, a mulher logo se afeiçoou e levou alguns forros e cobertas.
- Tem certeza que está bem? Se precisar de qualquer coisa pode contar comigo menina, eu te ajudarei no que estiver ao meu alcance. - Katie forrava a cama enquanto Sakura organizava suas roupas no armário.
- Não se preocupe comigo Katie, agradeço o que já está fazendo por mim. - Depois de alguns minutos, com tudo organizado, Sakura se permitiu adormecer.
No dia seguinte, ás oito da manhã Sakura já estava nas ruas de Chicago a procura de emprego. Seu guia companheiro em suas mãos indicava a direção. Depois de cinco lanchonetes a garota decidiu fazer uma parada para comer, entrou numa cafeteria simples e sentou a beira do balcão.
Limpou a garganta chamando a atenção da moça que estava de costas organizando as poucas louças que haviam ali. - Desculpe, o que a senhorita deseja?
- Eu desejo um emprego, mas está meio difícil! - Ao ver a menina corada a sua frente se repreendeu mentalmente. - Desculpa por despejar meu problema em você, é que acabei de chegar aqui e é ruim não ter ninguém. Tá vendo, estou fazendo de novo. Só um café por favor.
A menina serviu o café. - Eu sei como é difícil, também cheguei aqui assim como você. Perdida, mas com o tempo as coisas se acertam. Se eu pudesse com toda certeza te ofereceria um emprego aqui. - Sakura olhava a menina que tinha uma beleza peculiar, com seus olhos acinzentados e cabelos tão escuros que puxavam para o azul. Terminou seu café e entregou o dinheiro para a menina.
- Meu nome é Sakura, e creio que até que eu encontre um emprego estarei por aqui. Seu café é maravilhoso e...obrigada. - Sakura se levantou e sorriu para a garota.
- Você ainda não experimentou meus bolinhos, são os melhores da cidade. Me chamo Hinata e será um prazer lhe servir sempre. - Hinata sorria enquanto observava a menina loira esguia que caminhava até a porta. - Sakura, em Chicago há muitas maneiras de ganhar dinheiro, mas você irá conseguir algo...Só tome cuidado.
Hinata sabia o que tinha passado até conseguir seu próprio lugar. Afinal ela e suas amigas chegaram na cidade e em menos de duas semanas já estavam naquele meio. Hinata conseguiu juntar dinheiro o suficiente para abrir seu negócio e sair de vez daquela vida. Sua loja não era a mais elegante e sofisticada do bairro, mas como uma cozinheira de mão cheia conquistava seus clientes com seu café e quitutes.
Três semanas se passaram e Sakura visitava Hinata todos os dias depois de suas longas caminhadas atrás de emprego. A garota já estava começando a ficar desesperada, o mês de acordo com Katie estava chegando ao fim e mesmo que a mulher tenha se apegado a Sakura, ela não se permitiria ser mais uma preocupação para a jovem senhora dona da pensão. Não aceitaria de forma alguma continuar ali, dando prejuízo sem ter condições de ajudar.
- Sakura eu estive pensando, podemos fazer um acordo. - Hinata falava enquanto servia os clientes que estavam no balcão.
- Que tipo de acordo? - Sakura estava recolhendo as louças deixadas em cima das mesas recém desocupadas. Hinata não gostava da ajuda gratuita da amiga, mas Sakura insistia que era apenas uma gentileza enquanto estava a conversar com ela, aceitava de bom grado.
- Você pode ficar comigo lá em casa enquanto não arruma um emprego e em troca disso você me ajuda aqui na lanchonete.
- Eu ainda tenho alguns dias pagos na pensão, sei que está querendo me ajudar, mas sinto que serei um peso para você Hinata.
- Você não será um peso, estaremos trocando favores. Afinal quando preciso me ausentar aqui fica fechado. Isso significa uma perda considerável de receita no final do mês. - Hinata gostava da companhia de Sakura, por alguns momentos do dia não se sentia mais tão sozinha quanto antes e a menina não sabia o quanto ela fazia bem para o psicológico da amiga.
Sakura atravessou o balcão e se colocou ao lado da amiga. - Tudo bem, eu aceito o acordo com algumas condições. - Sakura pegou as mãos de Hinata e a fez olhar para ela. - Quero que sejamos sinceras uma com a outra. Se eu em algum momento estiver sendo um fardo para você quero que me fale. E eu ainda estarei procurando emprego.
- Tudo bem, feito. - Hinata abraçou Sakura. Sentiu em seu ombro uma gota, se afastou e constatou o que já sabia, a menina chorava. - Se quiser podemos conversar mais tarde sobre isso. - Sakura acentiu e foi em direção ao banheiro.
Havia tempo que Sakura não se relacionava com as pessoas e tinha medo de se magoar novamente ou de ser abandonada. Desde os seus dezoito anos a família não a procurava mais, não tinha mais amigos e não se interessava mais em fazer nenhum tipo de laço afetivo, mas Sakura sentia conforto na presença de Hinata.
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Entre Irmãos
Romance[EM REVISÃO] Sakura sempre foi a típica garota que sonhava com seu próprio conto de fadas. Desde os seus dez anos desejava sua tão esperada festa dos dezesseis. Com um longo vestido de gala, regado a pedrarias e sua saia rodada, pista de dança e um...