XXIV

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Durante os últimos dias minha rotina era dividida entre a faculdade, Sasuke, algumas horas de estudo, Itachi e trê clientes aleatórios que eu atendia noites alternadas. E porra, eu estava começando a sentir o peso de tudo aquilo. Não estava sendo fácil, mas poderia dizer que valia a pena todo o esforço.

No momento estou amarrada em um suporte de ferro, preso ao teto. Meus braços estão doendo, e meus olhos vendados. Nua. O quão estranho é esse tipo de fetiche, amarrar, vendar, açoitar, torturar...Minha sessão diária estava começando.

-Sakura. - Ele me chamou.

-Não bata do lado esquerdo, me fez sangrar ontem. - Ele riu nasalado.

-Por que não pode ficar calada e obedecer por pelo menos algumas horas? Me faria um pouco mais feliz.

-E mais tedioso também. - O primeiro golpe veio, e não estou falando de suas mãos. - Por que acha que me quer todos os dias? Suas submissas perderam a graça não foi Sasuke? - O segundo, sentia a textura do couro marcar minha pele, do tamanho da palma da minha mão. - Filho da puta.

-Deixe minha mãe fora disso, querida. - Suas mãos agarravam meu queixo. Passei a língua alcançando seus lábios e ele a chupou. - Tem se encontrado com Itachi? - Ouvi seus passos se afastando de mim.

Sim. Era o que eu realmente gostaria de dizer, mas as palavras de Itachi não saiam da minha cabeça e porra, eu estava amarrada e suspensa no ar, apenas a ponta do meu dedo alcançava o chão naquele momento. Não poderia correr o risco.

-Há marcas em seu corpo que não foram deixadas por mim. - Quase pude deixar transparecer meu suspiro de alivio. Geralmente quando uma mulher faz esse tipo de pergunta, ela já tem certeza e provas para jogar em sua cara. Mas ele não.

-Não são apenas suas mãos que castigam meu corpo, amor. - Meu tom era cínico e divertido. Itachi não gostava de como os tons de roxo e verde ficavam em minha pelo a cada encontro com Sasuke, ele cuidava com carinho daqueles lugares. Não seria capaz de me marcar.

-Sim, chegamos a esse ponto. - Ele passeava o açoite em todo meu corpo, seios, barriga... - Quero que pare.

-O que?

-Sairá do hotel, não quero mais você trabalhando com prostituição. Será apenas minha.

-Ah sim, claro. Só por que você quer. - O terceiro foi tão forte que uma lágrima involuntária surgiu em meus olhos e contive uma gemido de dor.

-Sim, - seu corpo colou no meu, senti sua camisa social em minhas costas e sua boca em meu ouvido esquerdo. - Só porque eu quero.

-Isso está fora de cogitação, Sasuke. Não vou abandonar a faculdade.

-Quem disse que abandonará? Você é minha Sakura,e a partir do momento que decidi isso tudo em relação a você é minha responsabilidade, inclusive a faculdade.

-Sabe quando largarei o trabalho, seja o mais sujo que for, e permitirei que um homem pague as minhas contas? Nunca.

Hoje tenho um horário marcado com Karin, e estou deitada na cama com todo meu corpo doendo por causa daquele infeliz. "O que fez dessa vez, Sakura?" Foi o que Itachi perguntou, mas não fiz nada, além de recusar ser sustentada por ele. Agora tenho que criar forças do inferno para fazer o que pretendo com aquela maldita.

-Faltam dez minutos, por que não desiste disso? - Me levantei e endireitei minha postura, minha bunda ardia, doia e pulsava. Mas o melhor é que poderia canalizar toda essa raiva que no momento nutria por Sasuke para focar em Karin. Itachi se aproximou e colocou alguns fios atrás da minha orelha. Ele em beijou. - Estarei do lado de fora te esperando, meu amor.

Estava parada em frente a sua porta, a única vez que estive aqui foi quando transamos os três juntos, e quando vi Sasuke a primeira vez. Poderia agradece-la por isso. Bati na porta e ela abriu e se virou de costas me dando espaço sem perceber quem realmente entrava. Fechei a porta com o pé e a esperei. Ao se virar sua boca levemente aberta demonstrou sua surpresa.

-O que faz aqui? Meu cliente está chegando.

-Seu cliente sou eu Karin.

-Engraçado, agora saia Sakura.

-Está satisfeita? Seu plano não deu muito certo.

-Do que está falando.

-Sasuke voltou a te procurar Karin? Deixa que eu respondo essa pra você...Não. As fotos então não adiantaram de nada. - Ela estreitou os olhos. -Agora sabe do que estou falando?

-É não deu muito certo, admito. Peguei leve com você. Geralmente eu iria te drogar aos poucos até se tornar uma viciada, ou dormiria com Itachi. Mas seria algo ainda mais complexo, ele não é tão burro quanto Naruto.

-Espera, o que? Dormiu com Naruto? E a Hina...A meu Deus. Foi com você que ele a traiu. Pensei que fossem amigas. - Ela revirou os olhos.

-O que uma pessoa apaixonada não faz. -Deu de ombros. Ainda a olhava interrogativamente. -Eu era apaixonada pelo loiro, e ele só tinha olhos para a sem graça da Hinata, então só foi preciso algumas doses de whisk.

-E depois? Transaram e você perdeu o interesse?

-Na noite seguinte Sasuke apareceu no hotel, e o resto todo mundo sabe.

-Você magoou Hinata por um capricho seu. Hunf. Você é doente.

-Sim, sou uma pessoa doente de amor. Me conte uma novidade.

-Você pode ser tudo menos uma pessoa Karin, e eu vou te mostrar porque não se deve mexer com pessoas de verdade.

Fui em sua direção, eu estava cega. Antes pela raiva do que me fez, agora acumulava tudo que Hinata passou. Levei as mãos, uma a cada lado de sua cabeça e agarrei seus cabelos e a puxei até sentir suas costas baterem no chão, coloquei uma perna de cada lado seu corpo. Ela arranhou meus braços e agarrou em meus cabelos, gritava pedindo para soltá-la. Minha mão desceu a primeira vez em seu rosto, o tapa ecoo pelo quarto e seu rosto virou com violência.

-Sei que gosta de apanhar, eu já fui um pouco além com ele. Aprendi a bater. - Ela esperneava embaixo de mim, minha cabeça doía pela pressão que seus dedos emaranhados em meus cabelo fazia, mas eu a estapeava, um lado de cada vez. Um filete de sangue desce da maçã do seu rosto, ao desferir os tapas minha unha arranhava seu rosto, ela gritava e me xingava e aquilo do me deixava com mais vontade de vê-la sangrar. Minha mão desce, agora em punho fechado, em sua boca. Ver mais sangue escorrer por ali me cegou, consegui repetir aquilo mais duas vezes e senti duas mãos em minha cintura.

A porta estava aberta e Tsunade nos olhava, Ino agachada ao lado de Karin e Itachi me segurava pela cintura.

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