XVI

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-Pensei que sairia pulando de alegria quando esse dia chegasse. -Tsunade estava confusa.

-Vou a esse jantar Tsunade, mas creio que não o verei novamente.

-Por que diz isso Sakura? Chorou uma semana depois que Itachi partiu.

-Sinto que algumas coisas mudaram.

Sakura se retirou, rumou ao seu quarto. Olhava aquele bilhete, sentia a frieza na escrita, comparou-o com o bilhete de partida. Ele havia mudado, talvez aquele jantar fosse apenas uma despedida. Assim ela encararia, como o fim. Ela não era mulher para Itachi e tinha completa noção disso.

Deitou e permitiu descansar a mente, cochilou. Precisava daquele momento de paz, relaxou todas as tensões de seu corpo em um banho quente e demorado. A noite seria longa. Estava melancólica, com um sentimento de perda arrebatador em seu peito, queria chorar e lembrou-se do que prometera a si, não choraria mais por ninguém daquela família.

Deslizou o vestido pelo corpo e calçou os saltos, fez um coque simples no cabelo que já passava do ombros e que continuavam no mesmo tom rosado, afinal ela se apegou a sua nova aparência. Assim que as portas do elevador se abriram ela cruzou o hotel, todos a percebiam. Estava deslumbrante. O motorista já lhe esperava do lado de fora.

O caminho até o restaurante foi tortuoso, pensou inúmeras possibilidades de como ele a quebraria, se estivesse feliz com a mulher, se ela estivesse grávida novamente ou que teria de partir para outro país permanente. Não conseguia desfazer o nó em sua garganta. Assim que passou pela porta principal o procurou com os olhos, e lá estava ele, sério e imponente como um Uchiha deveria ser. Foi acompanhada até a mesa e acomodada. Ficaram se encarando por um tempo.

-Não sentiu minha falta?

-É claro que eu senti Itachi. -Soltou a respiração que nem tinha percebido segurar. - Não houve um dia que eu não tenha pensado em você.

-Como passou este ano? Alguma novidade?

-Eu entrei para a faculdade. -Sakura estava levemente aliviada pelo interesse de Itachi, mas não deixou passar a frieza em que ele a tratava.

-Algo mais?

-Não, não de grande importância para ser nosso assunto neste momento. - silêncio. -Como foi em Dubai?

-Produtivo, fiz o que tinha que fazer por lá. Tomei a liberdade de pedir nosso jantar se não se incomodar.

-Tudo bem, acho que não se esqueceu dos meus gostos.

-Não, eu não me esqueci. Mas talvez você mesma tenha esquecido.

Antes de Sakura protestar a comida foi servida, comeram em um silêncio nunca experimentado antes. Nunca tinham ficado tão distantes como estavam, mesmo seus corpos a alguns centímetros.
O garçom ofereceu-lhes o cardápio de sobremesas, Itachi logo recusou e pediu a conta. Sabia o quanto Sakura gostava de doces, mas não aguentava mais aquela situação. Se levantou e esperou que sua acompanhante fizesse o mesmo. Foram até o carro particular de Itachi e ele seguiu a avenida. Não demorou até pararem em um hotel luxuoso, desceu e entregou a chave ao manobrista. Subiram para o quarto.

-O que houve Itachi? -Sakura falou já dentro do quarto.

-Nada. -Ele se aproximou, passou a mão em seu rosto e soltou o coque deixando os cabelos rosados despencarem.

-Você está estranho. -Sakura sussurrou, estava extasiada apenas com o toque, com a proximidade e com a respiração perto de seu rosto.

-Você é tão linda. -Ele fez o vestido deslizar até o chão. -Me faz mais homem, mais ávido. -Passava as mãos por todo corpo a sua frente. -Te quis a todo momento. -A levou até a cama. -Me excitava só de lembrar do seu sorriso. -A empurrou e a fez virar de bruço, com um toque violento que a fez soltar um suspiro assustado. -Você me hipnotizou Sakura, me fez chegar ao ápice. -A puxou obrigando-a ficar de quatro na cama. -Eu te quis como nunca imaginei querer alguém. -Passou a mão em seu clitoris. Sentindo uma leve lubrificação na cavidade. -Eu ia pedir o divórcio para então enfrentar o que fosse para estar ao seu lado. -Penetrou sem aviso.

-Itachi, está me machucando.

-Calada. -Ele ia cada vez mais forte de encontro ao corpo esguio, sentia raiva de querê-la tanto. Hora apertava os seios e outrora estava com o cabelo enlaçado em suas mãos.

Sakura sabia que algo não estava certo, sentia prazer pelo simples toque. Mas não tinha sido daquele jeito que ela sonhava em seu reencontro com Itachi. Ele estava diferente, nunca havia tocado nela daquela forma. Sentia vontade de chorar, repulsa, não sabia o que havia de errado e se culpava por isso.

Ele a empurrou até que deitasse na cama ainda de bruço, forçou uma mão na cabeceira da cama e a outra no quadril, ali ficariam algumas marcas. E continuou a penetra-lá com firmeza, raiva e mágoa.

-Itachi, por favor...para. -Sakura tinha sua voz embargada.

-Não é esse o seu trabalho? Dar prazer a qualquer um?

-Já chega. -Se virou e o empurrou, com muito custo se levantou e cobriu-se com o lençol. -Qual e o seu problema? -Itachi andava de um lado para outro no quarto.

-Quer saber mesmo qual é o meu problema? -Ele pegou um envelope em cima da pequena mesa e o jogou na cama. -Esse é o meu problema. -Algumas fotos apontavam pela abertura do envelope, Sakura se aproximou e se reconheceu nas fotos, todas ao lado de Sasuke. -Eu ia me divorciar, ia desistir de tudo, da empresa, da minha família, do meu pai. De tudo Sakura. E enquanto eu estava programando tudo você estava dormindo com meu irmão.

-O que? Eu não estava...

-Cala a boca. -O grito saiu e algumas lágrimas o acompanharam. -Eu não quero ouvir mais nada de você. -Bateu a porta ao sair.

Sakura olhou as fotos deles juntos na livraria, na sorveteria, na faculdade e algumas mostrando Sasuke entrando e saindo de seu quarto. Caiu em prantos, estava sozinha ali. Sentia-se violada e humilhada. Levara uma culpa que não era sua, não negava que estava confusa, mas nunca havia dormido com o irmão de sua paixão. Não conseguia controlar as lágrimas, a respiração e muito menos a dor em seu coração.

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