Menina de Luxo [COMPLETO]

Décimo Terceiro

Saio em disparada e nem se ele quisesse, ele poderia me alcançar agora.
Memorizei todo o caminho que fiz no dia do meu aniversário e quando chego perto da cachoeira e lembro-me do lugar que Antônio me levou quando nos encontramos aqui.

Chego e desço do meu cavalo tão rápido que quase caio no chão. Minhas pernas estão trêmulas.

O lugar está ainda mais lindo e florido.

Amarro o Amuleto em uma árvore.
-Sinto a presença dele aqui, Amuleto.
-É porque eu estou aqui.
-Antônio! Você não tem outro jeito de chegar não?
-Eu gosto da cara que você faz quando se vira.
Sorrio. Eu não poderia estar mais feliz.
-Deveria estar aqui?
-Não.
-Mas que bom que está aqui.
-Eu gosto de estar aqui, Antônio.
-Eu... Eu não paro de pensar em você, Bella. Isso não pode acontecer. Eu vou embora daqui. A minha família me espera. O palácio já escolheu outro cavaleiro.

Meus olhos se enchem de lágrimas.

-Por favor... Antônio...-falo e em seguida uma lágrima cai dos meus olhos.
-Me perdoa.-Antônio fala me abraçando e passa a mão pelos meus cabelos.

O seu cheiro é tão suave como o ar do campo. Antônio passa os seus braços fortes pela minha cintura.
-Eu quero você aqui, desse jeito.-falo saindo dos braços dele e o olho no fundo dos seus olhos claros.
-Eu te quero desde quando eu te conheci,Bella.
-Não vá.
-Eu quero levar você.
-Que?

A felicidade de estar com ele e ter a certeza de que ele sente o mesmo que eu me consumiu e eu puxei o rosto dele contra o meu e o beijei.

Seus lábios estavam em perfeita harmonia com os meus. Eu não sabia o que fazer e então deixei o Antônio me conduzir. Ele segurou o meu rosto com as suas mãos macias e fez o momento ficar mágico. Eu senti os meus pés saírem do chão e todo ar ficar a favor de nós, aliás, parecia que o mundo todo estava a favor de nós dois.

O olho e eu sinto nele uma paz imensa que toma todo o meu ser. Antônio sorri e beija a ponta do meu nariz fazendo eu me sentir mais feliz do que nunca estivesse.

-Você é minha princesa, e eu te amo, Isabella.
-Eu te amo, Antônio.

Sorrimos e nos beijamos mais uma vez. O mundo era só nós dois agora ninguém poderia mudar isso.

-O que faremos?
-Eu darei um jeito, agora você precisa ir. Vai ficar tudo bem, Bella.
-Confio em você.

Antônio pega o o meu cavalo.
-Vai ficar tudo bem.

Sorrio e saio em disparada, e o meu amor está mais forte do que nunca.

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Eu não queria ficar com o Philipe mais uma vez e então eu pedi que fossemos ver a Dora. Eu queria contar para alguém o que aconteceu comigo e sei que ela me entenderia. Eu não consegui parar de pensar nele nem por um segundo e eu estava ansiosa pra contar isso para a Dora.

-Chegamos.

Paro e vejo os pais do Arthur.
-Bella! A Dora está no jardim.

Passo pelo Arthur e ele acena para mim.

-Bella! Sinto saudades.
-Eu também. Preciso conversar com você.
-E o seu Philipe?
-Vamos para o seu quarto.

Ao chegar ao quarto Dora sentou-se na cama e me olhou curiosa.
-Fala!
-Eu não gosto do Philipe.
-Como assim, Bella?
-Eu não quero, Dora.
-O que você pensa em fazer? A nossa família está em jogo. Nós somos o laço entre os reinos.
-Eu sei...
-O que está havendo com você? Você é a menina de luxo com mais disciplina que eu conheço. Você sempre fez tudo certo, e você sabe que destino é destino, não se podemos muda-lo.
-Eu estou apaixonada por um cavaleiro.
-O que? Meu deus! Quem é?
-Nos beijamos, Dora.
-O que ? Não é permitido! Isabella, isso é traição! Quem é este cavaleiro? É do palácio do papai?
-É do palácio do Philipe.
-Você enlouqueceu, Isabella. Você vai afundar o reino em guerras.
-Vai ficar tudo bem, Dora. Eu sei!
-Você não sabe de nada, Bella. Está errada!
-Sabe como você descreveu o amor? É desse jeito que eu vejo o Antônio, Dora.

Dora levanta e me abraça.
-Espero que esteja certa sobre ele e que fique tudo bem,e pra isso o Philipe precisa desistir de você ou você descobrir uma traição.

No caminho do volta eu pensei que poderia estar colocando a minha família em risco. O papai não quer uma guerra e muito menos eu. Fugir com o Antônio me tornaria uma pessoa egoísta. Eu devo pensar em meu reino antes de mim. A paz de todos é a minha paz.

Mesmo que eu seja infeliz, pensar neles é o certo. Eu não devo deixa-los, não merecem. O meu dever é ser um ponto de paz, e não de guerra, e mesmo que pra isso eu tenha que abrir mão da minha felicidade.