Menina de Luxo [COMPLETO]

Décimo Sétimo

Levantei bem cedo e desci para sentir o cheiro das flores da primavera. O palácio estava em um completo silêncio e eu nunca me senti tão bem quanto a isso.

Um vento gostoso entrou pelos grandes portões do palácio.

As empregadas ainda estavam tirando o resto das coisas do grande erro que quase acontecera.

Eu tenho motivos para estar feliz? Em partes sim. Eu sou uma menina de luxo livre, mas não tanto assim... Ainda estou presa ao meu amado Antônio, e dele eu sei que não vou soltar jamais.

Caminhado pelo jardim eu senti que estava sendo seguida por algo ou alguém.

-0lá?!
Falei mas ninguém respondeu , e nem ao menos esbanjou alguma reação.

Eu continuei andando e ignorei o que deveria de ser um animal indefeso, mas o barulho retornou e olhei assustada.

-Apareça já!-exigi.

Nada novamente e por isso decidi voltar para dentro do castelo para  comunicar ao meu pai  que há algum animal no jardim.
Quando estava perto de sair do jardim eu fui surpreendida por alguém que eu não consegui ver o rosto. Este alguém colocou um pano em meu rosto,mas eu não me entreguei tão fácil e comecei a me balançar sem tréguas, mas foi inútil. Aos poucos as minhas vistas estavam embasadas e os meus olhos estavam pesados. Eu não consegui resistir e caí no sono.

Quem era?

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Não sei por quanto tempo eu dormi, mas quando eu acordei achei que ainda estava dormindo... Estava em um pesadelo.
Acordei em uma quarto feito de pedras grandes. Nela havia  uma porta de madeira e uma janela que certamente servia para iluminar o quarto.
Eu estava deitada  numa cama no centro do quarto. E estava apenas de camisola. Eu senti medo neste exato momento, mas ao mesmo tempo curiosa para saber quem estava me mantendo presa alí e por quê.

Ao levantar-me reparei que havia um enorme espelho no quarto e um quadro com a pintura de uma moça muito bonita na parede.

Fui até a porta e girei a maçaneta , mas sem sucesso. Estava trancada. A porta de madeira era tão grossa e forte.

Corri até a janela e constatei que estava trancada na torre mais alta que eu já havia visto.  Estava cercada de árvores.

Ouvi a maçaneta girar e virei para olhar completamente assutada. A imagem do meu sequestrador estava prestes a ser revela.

Entrou uma moça magra, e ela deixou um prato de sopa na cama, e acendeu as velas dos cartiçais do quarto.

-Ei, porque estou aqui?-perguntei grosseiramente , mas para a minha infelicidade eu não fui respondida.-Fale, por favor! Quem está me mantendo presa aqui?-agora carinhosamente.

-A mando do príncipe Philipe.

-Philipe? O que ele quer?

-Vocês vão se casar.

O meu  coração gelou. Ouvi novamente a maçaneta da porta girar. Philipe entrou esbanjando serenidade.

-Philipe! Por que estamos aqui?

-Fomos jurados um para o outro a muito tempo.-ele fala e em seguida  vira-se para a moça , a olhando com um olhar de nojo e grita com ela.-SAIA!- e antes que ela saia , ela me lança um olhar de bondade.

-Sabe que isso não vai durar muito, né? Agora mesmo o papai deve ter mandado os seus cavaleiros atrás de mim.

-Estamos aqui com a bênção da sua mãe.

-O que?

-Isso mesmo, Isabella.

-É mentira!
-Deveríamos ter feito isso do jeito certo e fácil, mas você optou pelo jeito difícil. Será minha mulher, sim!

-Jamais.-sussurro sem forças. Estou incrédula.

-Na alegria e na tristeza.

Philipe me lança um sorriso maldoso e sai no quarto. Eu corro até a porta, mas tarde demais. Philipe havia me trancado alí novamente.

Já estava escurecendo.

Minha cabeça estava confusa e o meu coração doía muito. Eu não estava acreditando que aquilo estava acontecendo comigo. Depois de casa ninguém me tiraria dos braços de Philipe. E o que ele falou? Será verdade? A minha mãe consentiu com esta louca atitude do Philipe?

Eu não acredito.

O que me resta?

Faz frio e estou com tanto medo agora. As minhas lágrimas escorrem quente pelo meu rosto, eu rezo para que alguém possa saber o que está acontecendo comigo e que me tire daqui antes que algo de pior aconteça.

-Venha me salvar, papai.-sussurro implorando para que o meu pai chegue imediatamente para me levar de volta ao meu lar. Porque já não basta o Philipe ter tirado algo de muita importancia para mim... Ele agora quer tirar a minha vida, a pondo em seu domínio.