- O quê? Emily, por favor, não. Você só pode está...
- Hanna, calma, ok? Calma. Ele está recebendo os primeiros atendimentos e nós ainda não sabemos se ele terá ou não alguma sequela. Você pode, por favor, me prometer que vai se acalmar e...
Hanna não deu ouvidos ao que a melhor amiga estava dizendo por que tudo o que conseguia pensar era por qual razão, motivo e circunstância isso tinha que ter acontecido justo com Caleb.
Justo com seu ainda amor.
- Hanna? Você está me ouvindo? Hanna?
A mulher pareceu ter saído de um torpor porque jogou seu celular sobre a mesa de seu escritório e correu, simplesmente correu para fora da sua sala que nada mais era do quê um cubículo onde existia espaço apenas para uma só pessoa e uma só mesa onde naquele instante, estava espalhada uma penca de contratos que provavelmente ela não teria tempo algum para digitar e enviar, como sua chefe ordenou.
Tudo o que Hanna quis, ou melhor, fez, foi correr o mais rápido que pôde em seus saltos Louboutin, na direção da sala de sua chefa, Cláudia, entrando sem permissão quando a mesma estava passando por uma conferência importantíssima, porque, a loira sabia que aquela interrupção lhe custaria seu emprego e qualquer outra chance de ser um alguém no mundo da moda.
- Mas o quê significa isso?
A mulher com um olhar severo girou em seus sapatos e fincou seus olhos no olhar assustado de sua secretária que, naquele instante, não se parecia com a mulher que lhe fora destinada para passar por um estagio e sim, com uma criança que estava até mesmo, com medo de falar.
- Perdeu a língua, senhorita Marin? Estou no meio de uma negociação!
- Eu, eu, eu...
Hanna tremia e sua voz soava agitada, demonstrando toda sua dor e medo.
- Perdoe a incompetência de minha secretária. – A mulher voltou-se para a grande tela em sua frente, dando as costas para Hanna. – Nós podemos, por favor, dar um pequeno break?
Do outro lado um grupo de pessoas acenou com a cabeça e Hanna entendeu que provavelmente a resposta, no head-set que Claudia levava consigo, era de que a empresária teria todo o tempo do mundo, afinal, eles precisam dela mais do que ela precisa deles.
A secretaria costumava encarar a mais velha com olhos invejosos – que não guarda maldade alguma, pois, todos sabem que almeja ser como a mesma um dia, mas, agora, seus olhos carregam lágrimas que estão sendo presas a todo custo, tentando, lutando para manter sua postura.
- Posso saber o que diabos você está pensando, em ter a audácia de entrar na minha sala, no meio de uma conferência importantíssima quando, sabe muito bem, melhor do quê ninguém que eu, eu, senhorita Marin, não suporto ser interrompida. Sob hipótese alguma. Nem mesmo se a Terceira Guerra Mundial estiver prestes a começar. Nem mesmo isso pode me parar e você, você ousa...
A mulher desandou a dar um de seus famosos sermões enquanto procurava avidamente por seus chicletes, quando, inesperadamente, Hanna sentiu a audácia de interrompê-la ao desatar a chorar, implorando ao dizer as seguintes palavras:
- Preciso voltar para Rosewood. Cláudia, por favor, eu preciso!
Enquanto Hanna chorava se aproximando, Claudia parava todos seus movimentos e ria.
- Por favor. Eu te imploro. Faço qualquer coisa, mas, mas, mas preciso ir para Rosewood.
- Não acredito que estou ouvindo isso.
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Amnesia
Fiksi PenggemarO que você faria se o amor da sua vida, aquele que conhecera em seu colegial, virara o seu parceiro de crimes - no bom sentido, e seu melhor amigo, passasse por um inesperado acidente e isso o fizesse perder suas memórias? Não suas memórias em si...