Capítulo 7

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Muitas coisas podem mudar em dois anos. Muitas coisas pela qual você não esperava, pode acontecer em dois anos. Aquela grande casa que você só podia ver em filmes, pode vir a ser sua, caso trabalhe tudo para isso. Aquele homem dos seus sonhos pode cruzar seu caminho numa esquina qualquer ou simplesmente pode vir um alguém muito melhor do que você sempre sonhou, desde o tempo em que acreditava em contos de fada. Mas acontece que você cresce e se dá conta que contos de fadas não existem e um príncipe encantado não irá aparecer para te transformar em uma rainha. Então, simplesmente, você precisa se adaptar ao bobo da corte e não ao príncipe, pois, o príncipe não existe. Porém...

Ainda assim, você continuou sonhando. Ainda assim você continuou sonhando e procurando por algo que faça sua vida valer a pena. Procurando por algo que faça com quê você tenha valor, seus sonhos tenham valor e que o seu nome e talento, tenham valor. E foi isso, que Hanna Marin fez após precisar se adaptar não só a uma nova vida, como também a uma promessa que fizera há algum tempo atrás quando se deparou em um momento triste em sua vida: ver a vida do seu primeiro e único amor, em risco.

É verdade o que dizem: você pode ter vários amores, conhecer várias pessoas, mas nenhuma outra será como o primeiro.

O primeiro é aquele que vai lidar com seus primeiros erros, seus primeiros acertos e suas primeiras crises sobre o fato de que estar com uma pessoa, pela primeira vez, é sempre tudo muito novo. Muito novo para que ambos precisem não só se acostumar ao outro como também aprender, porque, estar em um relacionamento é isso, não é? Aprender com o outro e amar. Amar até mesmo quando suas forças estão desvanecendo, quando seu coração parece estar fraco, quando a sua vontade de vê-lo bem é bem maior do quê aquela de você mesmo estar bem.

O amor não é egoísta. O amor é paciente, quando precisa ser. O amor, ele às vezes se transforma em jogo e outras vezes, se transforma em algo arriscado, porém que ao fim, ao fim sempre vale a pena. Mas, o amor, ele também é cuidado, proteção e desejo de felicidade ao outro. Por mais que essa felicidade não seja ao seu lado, por mais que essa felicidade seja ao lado de um alguém que você jamais imaginou de ver, ao lado dele, ao lado do seu amor. E outra vez, foi isso que Hanna Marin precisou fazer, precisou lidar, precisou aceitar.

Tudo bem. Após todo susto passado, Hanna surtou ao voltar para a paz de sua casa, em Rosewood, e se deparar com o fato de que fizera uma promessa. Fizera uma promessa da qual precisava cumprir, pois Caleb estava bem. Ao menos, ele estava fora de perigo desde a última vez em que ela o vira e saíra às pressas do quarto, deixando todos, com exceção de Emily, sem saber o que estava acontecendo...

Dois anos atrás...

Sua mão implorava para que ela tocasse Caleb pela última vez, mas, de sua boca, palavras saíram com tanta dor e sofrimento que Hanna temia tocá-lo e fazê-lo sentir tudo o que seu corpo sentia naquele momento:

- Só porque nós não podemos ficar juntos, não significa que eu não te ame.

Um passo para trás e mais outro, a mulher já estava ao lado de fora do quarto, fazendo com quê sua visita durasse menos de dois minutos. Tão rápido que ao sair, Hanna não olhou para ninguém, pois tudo o que fez foi correr para longe dali como quem fugia de uma aberração.

- Hanna? Hanna, o que aconteceu? Hanna! – Spencer chamou por ela, a toa.

- Mas o que...

- O que houve? – Emily, que chegava com copos de café para ela e Alison, pareceu preocupada, com medo de que o amigo estivesse mal outra vez.

- Eu não faço a menor ideia. – Toby negou com a cabeça. – Eu vou atrás dela.

Toby se foi, realmente se foi na esperança de encontrar a mulher em algum daqueles cantos do hospital, afinal, Hanna não seria capaz de sair daquela forma, com roupas de hospital, porém, voltou minutos depois dizendo que não havia a encontrado em lugar algum.

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