Capítulo 4

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Chorar era o que Hanna mais fazia depois de ouvir o que acontecera com Caleb. Mas, claro, Spencer ocultou a parte da história em que conta o motivo pelo qual o rapaz fora atropelado porque claramente a última coisa que a amiga precisa ouvir é saber que seu ex-namorado passou pelo que passou por descobrir, por meio dela, Spencer, que ela havia se casado e ele nem mesmo sonhara, afinal, ambos sabiam que isso chegaria a acontecer, mas nenhum deles esperava ficar de fora de um momento como esse, pois, a noiva – que já não é mais tal, era amiga de todos e era a típica pessoa que faz grande festa e convida todos os que ama, entretanto...

Ninguém, nem mesmo Emily, foi convidada e estarem todas juntas – Com exceção de Aria, que precisou viajar por motivos de trabalho, era algo que não acontecia já havia algum tempo, logo, era uma pena estarem unidas em uma situação tão delicada como aquela porque já não sabiam mais o que dizer para confortar a loira que nos braços da morena, deixava suas lagrimas caírem como um bebê insatisfeito que sentia dor e não podia nem mesmo dizer onde lhe doía.

- Nós não podemos fazer nada, Hanna. Nada a não ser esperar.

A voz de Spencer estava receosa enquanto segurava a mão da amiga, tentando acalmá-la.

- Como foi acontecer isso com ele? Justo com ele?

- Hann, essas coisas acontecem com qualquer pessoa. Não se pode escolher. – Emily dizia com a calma de quem conversa com uma criança.

- Os médicos não dizem quando ele pode acordar?

- Não. – Spencer respondeu triste. – Eles apenas dizem para esperar. Só esperar.

- Ele chegou ao hospital desacordado?

- Sim, porém, acordou desnorteado e os médicos o colocaram em coma induzido.

- Então eles podem tirá-lo disso. Eles precisam tirá-lo disso.

- Não funciona assim. – Spencer negou com a cabeça. – Os médicos precisam acompanhar o ritmo dele, o ritmo de seu corpo e de tudo o que está acontecendo em todo seu organismo levando em consideração que...

- Spencer, me desculpe, mas não estou a fim de ter uma aula sobre medicina agora.

Abruptamente Marin cortou Hastings e se pôs de pé, deixando tanto ela quanto Fields sem entender toda sua reação, pois num minuto ela chorava, no outro ela já estava de pé, secando seus olhos com certa vontade à medida que levantava o rosto, tomava uma respiração profunda e voltava a olhá-las, meio que decidida a mudar algo. Mudar qualquer coisa.

- Eu preciso dar um jeito de estar com Caleb. Preciso.

- Hanna, ele está...

- Spence, para, ok? Para! Eu sei que pessoas em coma podem receber visitas e eu vou visita-lo e não será você ou qualquer pessoa, que vai impedir isso de acontecer. Ninguém. Nem mesmo um maldito médico me impedirá de vê-lo.

Pelo olhar que a amiga lançou para a outra, Spencer meio que sentiu que realmente não havia nada que disse, nem mesmo uma atitude egoísta sua, seria capaz de deixa-la longe de Caleb porque foi por ela, ainda que indiretamente, que ele estava onde estava e isso era algo que a matava por dentro.

- O horário de visitas é só daqui a duas horas.

- Eu espero, então.

- Espera? – Indagou Spencer, surpresa.

- Sim. Espero. Para quem esperou vinte e quatro horas para estar aqui, posso esperar duas ou três, quantas horas forem, mas quero vê-lo e vou vê-lo.

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