Capítulo 25

307 19 3
                                        

Hanna sabia que precisava conversar com Jordan ainda que ouvisse conselhos de seus amigos para não o fazer. Entretanto, ela geralmente nunca faz o que lhe aconselham, por isso, sentiu-se tão tremula quando o telefone de sua sala começou a tocar e do viva-voz a secretária lhe informara que o homem estava já a sua espera.

Tomou um minuto para si, inspirou e expirou e então, informou de volta à secretária que poderia deixa-lo entrar.

O sorriso de ironia estava vívido no rosto de Jordan, porém, Hanna manteve-se firme para aquilo e seu semblante sério deixou claro para ele que ela não estava lá para um confronto coberto por ironias e jogos que provavelmente ele induziria apenas por estar magoado e irritado de mais com ela. Para falar a verdade, ela até poderia confrontá-lo, pois já estava cansada daquilo. Não via a hora de lhe avisarem que logo teria de enfrenta-lo no tribunal e seja lá o que lhes acontecessem, ela estava mais do que decidida a não abaixar a guarda no caso de terminar sem nada.

E pelo caminhar também decidido que Jordan usou para adentrar ao escritório e parar diante dela em sua mesa de mogno polido, estava mais do que evidente que ele faria de tudo para não deixa-la abaixar a guardar tão facilmente.

- Desde quando precisamos passar por uma situação tão delicada quanta esta? Precisar que alguém lhe informe que estou aguardando do lado de fora, precisar que... – Fez uma pausa, comprimiu os lábios e riu. – Precisar que alguém avise para a senhora Marin-Hobart que o seu marido está ao lado de fora, esperando-a.

Ao vê-lo dirigir-se a ela com seu nome e não somente com o dela, Hanna sentiu um arrepio, engoliu em seco e sentou-se porque não havia mesmo por que fazer tanta cerimonia. Foi curta e foi grossa ao manda-lo sentar-se.

- Nossa. Que rude.

- Jordan, não te chamei aqui para suportar suas ironias.

- Devo admitir que fiquei chocado pelo seu convite.

- Podemos ter uma conversa sem ironias?

- Por que voltou para Nova Iorque?

Ele foi direto e ela apenas semicerrou os olhos contra ele.

- Você passou um bom tempo longe de Nova Iorque para agora, resolver simplesmente surgir das cinzas e por quê? Por medo, Hanna? Por medo de perder tudo o que conquistou?

- Eu não tenho medo de nada.

- Ah, não? Então por que tenho a impressão de que você está esfregando suas mãos por debaixo da mesa?

Ela engoliu em seco mais uma vez e arqueou a sobrancelha, rindo em seguida. Já ele, arqueou a sobrancelha em resposta e abriu um dos botões de seu blazer.

Hanna, bem ali diante dele, poderia entender agora por que acreditara ter se apaixonado por ele: ele é bonito e charmoso e galanteador. Seu sotaque ajuda muito nisso, também, e seu sorriso de canto é o típico sorriso que faz qualquer uma cair aos seus pés ou cair em sua cama.

Não é a toa que Hanna não quis mata-lo quando se conheceram há anos atrás em um bar, quando era só mais uma assistente tentando dar conta de todo o trabalho, principalmente, tentando salvar um maldito número de telefone.

- Hanna? Estou falando com você. – Jordan chamou sua atenção quando se sentiu intimidade pelo olhar fixo que ela lhe dava enquanto mergulhava em seus próprios pensamentos. – Está pensando em formas de me matar ou o quê? Embora saiba que esse seu olhar...

AmnesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora