A viagem até Rosewood foi turbulenta porque Hanna não conseguia se manter em paz consigo mesma ao se dar conta que viajara sem nem ao menos dizer uma palavra à Jordan que provavelmente, aquela altura do dia, já estava desejando enviar a SWAT atrás dela ou algo parecido porque, sim, ele era exagerado e superprotetor, logo, a mulher não esperava menos que isso.
Todavia, durante as horas que passara presa dentro de um avião de pequeno porte, Marin por um lado, dava graças a Deus por estar longe de qualquer meio de comunicação com o marido ou até mesmo com sua chefe que com certeza já estava desejando o pior para ela.
Mas o que seria pior para Hanna do quê saber que Caleb está com certeza – segundo sua intuição – risco de vida, em um Hospital? Doía para a mulher estar sentindo-se cega a tudo isso, porém, sua dor amenizou ao menos um pouco, quando o avião pousou abaixo de uma fina chuva torrencial, dando à ela certa paz ao finalmente sair daquele meio de transporte fino que não lhe tinha importância alguma já que tudo o que desejava e teve, logo, foi o abraço de sua mãe que a esperava na pista de pouso, como quem estivera ali, ainda que debaixo de um guarda chuva, por muito, muito tempo.
Qual foi a primeira reação das duas mulheres? Uma só: chorar. Chorar e se abraçar firmemente como numa conversa muda que a tempos não conseguiam ter por conta da distância que as separadas, todavia, Ashley não deixava tal problema separar ela e a filha porque de um jeito ou de outro, mães sempre dão suas voltas para dar o melhor aos seus filhos, certo? Certo.
E foi pensando nessa atitude que a mulher deixou-se apertar pela loira que chorava em seus braços como uma criança carente e sozinha:
- Você está em casa agora, filha, você está em casa.
- Eu senti tanto a sua falta, mamãe.
- Eu sei, querida, eu sei.
Desde que Hanna havia se casado, em Nova Iorque, Ashley não vira a filha, ou seja, por uns poucos meses, mas, agora que a estava sentindo tão próximo, arrependia-se por não passar mais tempo com a filha porque é naqueles momentos, que se reencontram, que sabe, sente, tem a certeza que sua vida em NY, apesar de ter sido sempre o seu sonho, não é a das mais felizes.
Estaria então, a senhora Marin, sentindo-se mal por ver que sua filha não é nem um pouco feliz com sua escolha para o resto de sua vida? Isso era algo sério e triste para ela que, agora afastando Hanna de seus braços, a olhava nos olhos e secava suas lágrimas, lhe dizendo:
- Vamos para casa, você está com uma aparência horrível, Hanna.
- Ashley, não diga isso com a menina. Respeite o estado dela. – Ted estava logo atrás da mulher e Hanna não a via nem se quer percebido.
Rindo com o comentário do padrasto, a mulher deixou-se abraçar por ele carinhosamente, ouvindo-o dizer:
- Como foi a viagem? Trataram você bem? Esses caras me deviam um favor.
- Você ainda não me disse o que precisou fazer para conseguir isso, Ted.
- E nem vou dizer, Ashley. – Riu para a esposa, olhando para a enteada que também riu fraco.
- Obrigada, Ted. Não precisava fazer isso por mim. Eu realmente agradeço.
- Vamos para casa. Deixe para me agradecer depois.
Como um pai que ela desejava ter, ou melhor, que desejava que o seu verdadeiro pai fosse, Ted segurou-a pela mão e a envolveu com seu braço, protegendo-a enquanto juntos, ao lado de Ashley, caminhavam na direção do carro onde logo entraram a medida que mãe e filha tinham certo contato mais íntimo no banco de trás, com a mais velha, enxugando as lágrimas que escorriam silenciosamente a medida que o carro se afastava e Hanna se encontrava mais próxima ainda de estar por fim, próximo de Caleb. Próximo do único que lhe ocupava os pensamentos até que, certa pergunta lhe tirou de seu devaneio:
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Amnesia
Fiksi PenggemarO que você faria se o amor da sua vida, aquele que conhecera em seu colegial, virara o seu parceiro de crimes - no bom sentido, e seu melhor amigo, passasse por um inesperado acidente e isso o fizesse perder suas memórias? Não suas memórias em si...