Em seu segundo dia em Rosewood, Hanna Marin já estava meio que se sentindo em casa outra vez, como nos velhos tempos. Nos velhos tempos em que se encontrava com suas amigas todos os dias, quase todas as horas dos seus dias. A única exceção, talvez, seja a ausência de mensagens anônimas que deram lugar a mensagens e ligações irritantes de Jordan, seu marido, que estava enfurecido e louco para saber onde ela estava e por que diabos havia fugido. Isso mesmo, fugido, assim, após uma discursão que para a mulher, não está pesando em nada nos seus dias tristes e sem esperança.
Nem um resquício se quer, de esperança.
Tudo isso que lhe acontece, é sobre outro cara que continua imóvel em um leito de hospital, lutando agora entre a vida e a morte, porque, não sabendo como explicar, desde a última hora que observara Caleb Rivers pelo vidro que os separava, o rapaz teve uma leve queda de pressão que aparentemente, agora, implica em sua recuperação, deixando os médicos sem respostas sobre se irá ou não, sair bem de tudo isso. Se é que de tudo isso, irá a algum momento, surgir uma melhora, pois Hanna já não se sente tão cheia de fé como estivera vinte e quatro horas atrás ao tocá-lo não só em seu rosto machucado, como também em sua mão que estava imóvel e sem sinal algum de que sente tudo a sua volta.
Era triste ver Caleb daquele jeito porque, se bem recorda, a última vez em que o rapaz esteve doente e que vira com seus próprios olhos, foi quando ambos mudaram para Nova Iorque e ele não se adaptou nem um pouco com o clima da cidade que naquele tempo, estava congelante. Tão congelante que, o que lhe resultou, foi uma gripe que obrigou não só Hanna como ele, a ficarem trancafiados no apartamento até que o mesmo estivesse bem o suficiente para se virar sozinho.
Acontece que Hanna não tinha muito jeito para cuidar de alguém, tampouco, fazer uma daquelas comidas que ajudam na recuperação de quem precisa ficar forte e bem alimentado.
Ao fim? Ao fim o próprio Caleb implorou pelo cachorro-quente do carrinho da esquina e ela, ela apenas brigou com ele, com seu ar de madona, fazendo-o rir em meio à dor insuportável de sua cabeça...
Cinco anos atrás...
- Caleb, você não pode comer qualquer besteira que vem da rua quando...
- Hanna, vem aqui.
Por estar deitado no sofá, o rapaz estendeu seu braço e a puxou pela mão, fazendo-a se sentar no pequeno espaço que havia no sofá, logo, ficaram meio que apertados um no outro, mas, para ele aquilo parecia o suficiente.
- O que foi? Você está se sentindo tão mal assim? Precisa ir ao médico? Eu te levo se...
Não se preocupando se passaria ou não aquele maldito resfriado para ela, o rapaz a puxou pela nuca e colou seus lábios, silenciando-a depois de ouvir tanta preocupação da parte dela. E, por mais que gostasse disso, já estava ficando nervoso com a reação que ela tinha a cada vez que ele fazia menção de dizer algo ou então, levantar-se por conta própria para fazer algo para comer ou qualquer coisa do tipo.
- Você quiser. – Completou a frase que antes ficou pelo caminho, olhando-o com os lábios entreabertos após receber o beijo. – Caleb!
- Provavelmente agora sim, nós dois, ficaremos resfriados e você não vai poder ficar surtando pelo apartamento, preocupada com o quê deve fazer comigo ou para onde tem que me levar quando só estou implorando por um cachorro-quente do carrinho da esquina.
- Você ficou louco? Com certeza sua febre está voltando.
- Hanna, eu acabei de beijar você e você está preocupada com a minha febre?
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Amnesia
FanfictionO que você faria se o amor da sua vida, aquele que conhecera em seu colegial, virara o seu parceiro de crimes - no bom sentido, e seu melhor amigo, passasse por um inesperado acidente e isso o fizesse perder suas memórias? Não suas memórias em si...