Capítulo 4 - Uma bronca sem limites.

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Apertei bem os olhos, já á pedir desculpas caso fosse mesmo ele:
— Pai, me desculpa! Eu posso te explicar tudo. — As palavras saíram de minha boca como um jato, mal me dei tempo para respirar. — Juro, que posso!
— Pai? — Pude ouvir a voz de Bombom ao se aproximar de mim. — Tem certeza de que o efeito da bebida já passou Stefan?
— Bonnie! Elena! — Observei as duas ao abrir os olhos rapidamente, abraçando - as o mais forte que pude. — Eu amo a minha vida e amo muito mais vocês, mas o que fazem aqui?
— Stefan nos chamou para trazer roupas para ti! Você é meio doida, não é mesmo Caroline? — Bonnie sentou - se ao meu lado e sorriu.
— Nunca que eu iria imagina ver você assim, amiga! Vestida apenas com a camisa do Stefan. — Elena tentou não rir. — Não acha que está passando um pouquinho dos limites, Carol?
— Espere, Elena! — Bombom a repreendeu. — Stefan, poderia nos dar um minuto? —Perguntou gentilmente e ele se retirou.
Era serio aquilo? Não acredito que as minhas melhores amigas iriam me dar sermão! Logo elas que deveriam me entender e dar - me o melhor dos apoios!
— Caroline, eu te fiz uma pergunta.
— Não Elena, não acho. Sabe o que eu realmente penso sobre isso? Que vocês são minhas amigas e deveriam me apoiar!
— Nós sempre te apoiaremos, Caroline! Mas, dessa vez você realmente extrapolou todos os limites. Se o Stefan fosse outro, teria aproveitado de ti por não estar lúcida! Será que não enxerga o perigo nisso? — Bonnie parecia estar indignada com a situação.
— Eu não ligaria, caso literalmente fosse o Stefan. — Cruzei os braços.
— Mesmo se fosse o cara por quem você realmente é apaixonada, seria abuso sexual! Imagine só se fosse outro, então!? Caroline tens dezoito anos... Quando será que vai começar a pensar nas consequências dos seus devidos atos? — BomBom prosseguiu tentando colocar juízo em minha mente.
— Nem sempre vamos estar aqui para te proteger Carol... Temos acesso apenas á uma parte de sua vida. Só queremos que se lembre disso. — Elena disse calmamente e abraçou - me em seguida.
Parei por certo tempo disposta á ouvi - las e no fundo sei que tem razão. Essa minha rebeldia ainda pode me afundar em algum dia. Todavia, dá para acabar com isso! Está em meu sangue, que por sinal corre em minhas veias.
— Tentarei tomar mais cuidado. — Foi tudo que saiu de minha boca.
— Que bom! Fico feliz por você. — Elena respondeu ao sorrir e continuou a falar. — Agora vá vestir a roupa que trouxemos para ti. Se não reparou o Stefan ainda está sem camisa. — Todas rimos.
— Acho que ele não se importa com essa camisa.
— Caroline se ele não se importasse, nem teria ligado para gente. Vá e se troque.
— Espere! — Exclamei.
— O que foi agora, chatinha? — Bonnie perguntou curiosa.
— Vocês não foram ao meu apartamento pegar as roupas, não é mesmo?
— Claro que não Carol! As roupas são da Elena, pode relaxar. Seu querido pai nem sonha em saber o que ocorreu na noite passada.
— Obrigada, vocês são demais. — Suspirei aliviada e segui para o banheiro, onde pude me recompor novamente. Look || https://100porcentomeninas.files.wordpress.com/2016/04/large.jpg?w=736
Ao sair do banheiro, acabei por ver Stefan. Sua face se surpreendeu ao me ver e eu apenas sorri.
— Caroline, você não está vestida com nada rosa. — Stefan riu. — Tem certeza que é você quem está ai por de baixo dessa roupa?
— Tenho sim. Sabe, a Elena me emprestou as roupas.
— Agora eu entendi. — O garoto abriu um pequeno sorriso e correspondi com outro de imediato.
— Obrigada por te me emprestado sua camiseta, foi de grande ajuda. — Dei a veste dobrada em suas mãos.
— Te ajudarei no que estiver ao meu alcance, Caroline. Seu café já está chegando, acho que irá gostar. — Stefan passou os dedos pela minha bochecha e se foi em seguida.
As meninas ficaram o tempo todo juntas á mim no quarto, após dez minutos a bandeja mais linda que já havia visto acabara de chegar. Tinham até torradas em forma de coração.
— Foi tudo preparado com muito carinho por mim e Stefan, diretamente para a garota mais maluca que nós já conhecemos na vida. — Matt colocou a bandeja cuidadosamente sobre a cama, perto de mim.
— Que sorte a Carline tem! Apronta poucas e boas na noite passada e ainda ganha um café da manhã surpresa de dois gatos como esses! — Bombom disse ao se animar e todos rimos.
— Não sou sortuda pelo café, pessoal. Sou sortuda por ter todos vocês ao redor de mim. Os melhores amigos que alguém pode querer. Abraço coletivo! — Propus.
Todos se juntaram para o tal ato de carinho, amor e compreensão. Após tomar meu super café da manhã e jogar papo fora com toda a turma, chegara a hora de ir embora. Bonnie nos levou em seu carro e estacionou em meu prédio.
Venham meninas, subam! - Proferi ao destravar o portão do condomínio.
Ao adentrar no apartamento, meu pai me esperava com uma cara nada agradável.
— Bom dia, pai! Trouxe minhas amigas, espero que não se importe.
— Bom dia para quem, Caroline? - Ele levantou - se e caminhou até mim. Eu não criei filha minha para dormir fora de casa sem ao menos me dizer para onde foi!
— Pai, me perdoe. Passei a noite na casa de minhas amigas, tanto que foram elas que me trouxeram té aqui. — Tentei contornar a situação.
— Não perguntei quem te trouxe até aqui, garota! Agora pouco me importa para onde você foi ou deixou de ir. — Seu tom de voz se alterou. — Caroline Forbes, uma menina do seu porte passando a noite na casa de amigas? Quando aprenderá a crescer? Jamais pelo visto! É igualzinha a sua mãe.
— Isso não é uma ofensa para mim, pior seria se eu fosse como você!
— Amiga, por favor se controla. — Elena pediu.
— Porque tudo que a Caroline tem, é controle. Controle - se para mim não ver o que você é de verdade. — Ele havia me provocado um bocado, mas mesmo assim não dei o braço a torcer.
— Ah... com certeza! — Ironizei.
— Parece até uma indigente sem família e sem casa para morar. Quarto para que, não é mesmo? Se posso ficar dormindo na casa de desconhecidos fazendo o que bem entendo!
— Olha lá como você fala de mim! Sou sua filha! A única por sinal.
— Olha lá como você fala comigo, sua indigente! — Respondeu ao apontar seu dedo em minha face. — Estou farto de você e das suas irresponsabilidades, Caroline! A partir de segunda - feira tudo será diferente na sua vida.
— Irresponsabilidades? Trabalho de segunda á sexta e tenho o direito de sair nos fins de semana!
— Claro, tirando que chega atrasada todo santo dia! — Foi seco em sua reposta. — Todavia, isso não importa agora. Verá o que é bom para tosse. — Proferiu pouco antes de se retirar do cômodo.
Será que deveria me preocupar com o que ele havia dito? Qual será meu castigo? Porque se for trabalhar de empregada doméstica de novo, ótimo! Vou adorar conhecer pessoas novas, tirando que já sei fazer o trabalho direito.
— Meninas, acho que ele falou sério comigo. — Sentei - me ao suspirar.
— Relaxa Carol, deve ser outro trabalho cansativo. Quem sabe você não volta para aquele Hotel onde fazíamos faxina? — BomBom sorriu.
— Tomara que sim, foi lá que eu encontrei as melhores amigas do mundo e aprendi a valorizar a vida que levo.
— No começo a Caroline odiava aquele local. Não sabia nem varrer um chão sequer. Nossa menina aprendeu tanto, cresceu e evoluiu. Hoje respeita e admira os trabalhos dignos da classe baixa. — Elena disse á Bonnie.
— Isso mesmo, Elena! Então, não se preocupe, Barbiezinha! Vamos estar aqui para te ajudar no que precisar, sempre! Unidas somos fortes, Carol. — Se aproximou. — Lembra dessa frase?
— Sim, falávamos quando achávamos que não íamos conseguir dar conta de tanto serviço. — Abri um sorriso ao relembrar dos velhos momentos.
— Esqueceu de ressaltar que sempre conseguíamos, Carol! Assim está enfraquecendo nossa amizade. — Brincou Elena.
— É claro, divamos até com uma vassoura ou até mesmo um pano de chão nas mãos. — Respondi convencida e logo caímos na gargalhada.
As garotas passaram o dia comigo e foram super atenciosas. Quando anoiteceu se foram e restou apenas eu, meu pai e o enorme silêncio dentro do apartamento. Não preciso dizer á vocês que ele nem ao menos trocou uma palavra comigo. O dia se foi e não é novidade para ninguém que não consegui dormir bem naquela noite. Minha mente havia criado um cenário onde um homem rico e poderoso vinha até mim e pedia - me em namoro. Pude ver que me amava, porém eu não o correspondia. Então, meu pai chegava no local forçando - me a aceitar o pedido. Todos ao meu redor pensavam que realmente estava feliz com o namoro, quando na verdade eu habitava em minha própria infelicidade.   

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