Antíteses mentais

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Noites abertas a luzes florescentes e a verdade,

congelado na minha nova pele protegida, graças a você.

Você queria espaço,

mesmo que estejamos longe um do outro.

É hora de dar fim a isso

Eu te vejo

– Adore Delano (adaptado)


Isabelle se sentia culpada.

Não deveria, é claro. Não estava fazendo nada que não tivesse o direito de fazer. O que é bem diferente de fazer a coisa errada. Não, definitivamente não estava fazendo nada errado.

Ainda assim não conseguia por de lado a culpa que a corroia enquanto cavalgava de volta para a mansão, seria tão mais fácil se as pessoas não a tratassem tão bem.

Claro que não era só sobre ela: tinha deixado Meliorn continuar vivendo a margem da propriedade, escondido na vila como um fugitivo. Infelizmente, a resposta para o pedido do jovem amante parecia cada vez menos óbvia para Isabelle, que ainda temia pelo irmão e criava, mesmo que inconscientemente, laços firmes com sua nova vida.

E esse era o perigo maior, quando tudo voltava a ser sobre Isabelle; ela fizera um esforço para ser mal vista no vilarejo de Lorde Montgomery, mas ainda assim tinha sido bem tratada e admirada.

Tinha ido cavalgando em Hunter: Oh, Lady Montgomery, só mulheres fortes e corajosas cavalgariam assim. Nosso lorde precisava de alguém assim.

Tinha ido de calças: Oh, Lady Montgomery, tão moderna e criativa. Não me surpreenderia se virasse tendência de moda na França ou na Inglaterra. Nosso lorde precisava de alguém assim.

Então, aparentemente, Lorde Montgomery precisava de uma mulher que se sujeitava a coisas de homem e que não se importava com isso.

Isso a irritava tanto.

Não deveria preencher tal papel. Não queria ser a perfeita imperfeita Lady Montgomery. Era Isabelle e ponto! Não queria estar noiva. Detestava o fato de não conseguir detestar de jeito nenhum as pessoas em seu redor. Eles gostavam tanto dela, era difícil odiar quem te tratava bem; ela não odiava os pais e eles fizeram de sua vida um inferno, por que odiaria essas pessoas que eram tão gentis com ela?

Ela sentia que estava traindo a confiança de todas essas pessoas indo se encontrar com Meliorn e isso estava acabando com ela, fazendo-a se remoer de culpa.

Seu relacionamento com Meliorn era mais longo, mais firme e seu compromisso com ele também. Não, não deveria estar se sentindo mal por estar voltando de um encontro com ele.

Claro, não estava particularmente animada depois desse encontro. Meliorn a pressionara para irem embora logo. Reclamara das calças de Alexander que ela usava: ele sempre preferia quando ela usava vestidos ou saias. Nunca pensou que diria isso, mas estava ansiosa para voltar para sua casa e apenas aproveitar a companhia de Maia, ou admirar seu novo jardim se formando, ou até mesmo bordar, o que ela detestava.

Quase não notou o homem no meio do caminho, que gritou assustado e a fez puxar as rédeas de Hunter com muita força, que relinchou com força e a derrubou. Isabelle sentiu o impacto do chão contra ela com força e gemeu de dor, sentindo mechas de cabelo entrando em sua boca.

Liberta-meOnde histórias criam vida. Descubra agora