Capítulo Dezessete

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Não consigo imaginar algo tão perfeito quanto essa noite, uma tremenda felicidade tomava conta do meu coração naquele momento, ao olhar para o lado Layla estava me observando com um sorriso de orelha à orelha

- Foi maravilhoso, sabia? - Perguntou Layla beijando a minha bochecha.

- Foi maravilhoso pra mim, também! -Respondi.

- Can.. Eu queria te dizer uma coisa.. - Disse Layla. Antes dela começar a falar, meu celular tocou e era uma mensagem de Aaron pedindo para encontrar ele no carro.

- Temos que ir! -Disse olhando para Layla. Ela fez um sinal possitivo com a cabeça, colocamos as roupas e fomos de encontro ao meu irmão. Ele estava beijando a Charlotte quando chegamos próximo a ele, que ficou um pouco sem graça de eu ter visto os dois se pegando. Notei que Aaron e Char estavam usando coroas e então deduzi que os dois eram rei e rainha do baile.

- Então, eu e a Charlotte vamos sair e você leva o carro. Tudo bem? - Disse Aaron me dando as chaves.

- Ok, até mais tarde então. - Respondi dando um beijo nos dois. Eles saíram e pegaram um táxi enquanto eu e Layla entramos no carro.

- Está muito tarde e eu tenho que voltar para casa. - Disse ela.

- Tudo bem, então vamos.

Ao chegar em casa, abri a garagem e entrei com o carro, me despedi de Layla com um beijo demorado e então ela foi para casa.
Subi para o meu quarto e troquei de roupa.
Logo após, minha mãe entrou no quarto esbarrando na porta, na hora eu gelei. Parecia que ela sabia de algo

- O que foi? - Perguntei já desesperada.

- Sabe.. Quando eu era mais nova eu sempre sonhei em me casar, construir uma família, ter dois lindos filhos e uma vida confortável.. -Disse ela com os braços cruzados, andando até a janela e ficando de costas para mim - Mas nunca esteve nos meu planos ter uma filha sapatão.

- Como é? - Perguntei assustada. Ela se virou e chegou bem próxima de mim. E eu que estava sentada na minha poltrona mexendo em meu notebook, não consegui nem sequer mover um músculo.

- Eu estava procurando um documento que sumiu no escritório de seu pai, quando entrei em seu quarto e achei de baixo da sua cama uma caixa cheia de fotos suas e daquela garota que mora logo ali do lado. -Respondeu ela enqunto rasgava as cartas e as fotos.

- PARA COM ISSO!! -gritei indo para cima dela para tentar salvar alguma foto. Minha mãe em um minuto de fúria me deu um tapa na cara e me empurrou para o chão.

- Você é uma vergonha para mim! - Disse ela enquanto discava no celular - Seu pai vai saber o que fazer com você.
Após dizer aquilo, ela fechou a porta e me trancou dentro do quarto.

Eu precisava fugir . Meu pai chegaria a qualquer momento e não podia correr o risco dele me ver aqui. Podia ouvir minha mãe urrando no telefone enquanto chorava, e nem conseguia imaginar o que ele faria quando chegasse. A filha do grande homofóbico Johnny Baker, uma lésbica? Não havia perdão para isso.
Em minha pressa para sair pulei a janela do quarto. Era alto, mas não havia risco de quebrar nenhum osso e não podia passar pela minha mãe de novo.

Então comecei a correr sem rumo. Em retrospectiva, devia ter pensado em algum lugar para ir antes de fugir de casa, mas não houve tempo para isso, não houve tempo para nada, e eu só pensava em continuar viva.
Após uns 15 minutos de correria, eu tinha me perdido. Em meio aos becos escuros de Orlando, tudo que sabia era que precisava pensar em algum lugar onde pudesse passar a noite. Estava tão distraída com meus pensamentos que não percebi dois homens se aproximarem no escuro.
Quando os notei era tarde demais: Um deles me segurava pelo braço enquanto outro sacava uma faca e a levava em direção ao meu pescoço.

Only Wolf 3 - RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora