Eu não vi Layla o dia todo, parecia que ela não estava em nenhuma parte do colégio.
Algumas garotas disseram que a viram chorando dentro do banheiro, então pedi para a Charlotte ver como ela estava.- Porque não vai você? - perguntou Lotte.
- Ahm... Eu não vou muito com a cara dela e não vou saber o que dizer.
- Sei, não vai com a cara dela, mas esta aí toda preocupadinha. - retrucou ela.
- Eu não gosto dela, mas não quer dizer que eu queira o mal estar da garota. Cara, é só ir lá, a menina é novata, não tem muito com quem conversar.
- Tudo bem, Candice. Eu vou lá. - disse Charlotte, indo bufando para o banheiro feminino.
Charlotte demorou trinta e dois minutos dentro do banheiro, e quando saiu, fez um sinal pra eu sair dali, pois Layla estava com ela.
Antes que eu saísse, deu pra ver que Lotte também tinha chorado um pouco, seus olhos estavam inchados e seu rosto estava vermelho, então fiquei mais preocupada ainda com o que estava acontecendo. Podia ser alguma coisa muito grave, vai saber. Fui subindo as escada até chegar na sala de música, entrei e fui preparando minha guitarra para começar a ensaiar, não demorou muito tempo para que Dion entrasse na sala seguido por Charlotte. Os dois estavam com cara de enterro, então fui logo perguntando:- E então?
- A coisa é complicada, a mãe sabe que ela é lés...
- Então ela é lésbica? - perguntei, euforicamente.
- ... Ahm... Sim! Como eu estava dizendo... A mãe dela não aceita muito e sempre desconta os problemas em cima dela. Também tem o fato do padrasto ser abusivo enquanto a irmã sempre é a santa. E é isso! - respondeu Charlotte.
- Ah... Bom, de todos os males, o menor. Mas porque vocês tão com essa cara?
- Os pais dela foram até a Tampa para acompanhar a irmã em um desfile... - disse Dion.
- Tá, e daí? - perguntei, enquanto afinava as cordas da guitarra.
- E daí que nós chamamos ela pra ir na festa com a gente. - respondeu Charlotte.
- O QUÊ?! - gritei - Vocês ficaram loucos?
- Can, não podíamos deixar ela daquele jeito. Ela é legal, se você der uma chance para ela, podem até virar amigas.
- Ok, Charlotte, ok! - respondi, meio desanimada - Bom, vamos começar a ensaiar, então.
Começamos a tocar That's What You Get do Paramore. Era uma das bandas preferidas do Dion, que tocava a bateria como ninguém. Mal começamos a tocar quando percebi que havia várias pessoas nos olhando pelo vidro da porta, entusiasmadas. Charlotte cantava e tocava baixo e eu fazia a linha Tom Morello.
Após terminamos a música, ouvi várias palmas e então, olhei pra cara de Charlotte que estava rosa de tanta timidez. Esperamos as pessoas saírem da porta até começarmos a tocar Moves Like Jagger do Maroon Five com a Christina Aguilera.Após o ensaio, arrumei meu instrumento e depois fui ajudar Dion a desmontar sua bateria para guardar.
Charlotte começou a combinar o horário que íamos para Miami, que roupa iríamos e ficou enfatizando a todo momento que a Layla iria na festa também.- Tenho que ir, pessoal. Tenho aula dealemão daqui a quinze minutos.- disse, pegando minhas coisas e colocando a guitarra nas costas.
- Ok! Então às oito horas na sua casa? - perguntou Charlotte, confirmando.
- Sim!! Vejo vocês mais tarde. Tchau!
O tempo passou rápido demais, quando dei conta já eram sete e meia da noite, só meia hora antes dos meninos passarem aqui em casa para irmos à festa.
Tomei banho o mais rápido que pude e me troquei na velocidade da luz, eu estava arrumando meu cabelo quando Aaron entrou no meu quarto perguntando:- Tem certeza que não quer ficar na festa?
- Aaron, não é por mal. Só não vou com a cara dos seus amigos. Você entende, não é?
- Claro!! - respondeu ele - Eu só vim te dar o meu presente de aniversário.
- Presente? - perguntei, me aproximando dele.
- É! Sei que você ficou um pouco chateada por nossos pais terem viajado bem no dia do seu aniversário, mas... - disse Aaron, tirando uma caixinha do bolso e a abrindo - Eu quero que saiba que sempre estarei ao seu lado.
Aaron havia comprado uma pulseira prateada com uma plaquinha escrito "Irmãos Para Sempre" e, depois que a coloquei em meu pulso, ele me abraçou o mais forte possível e disse que me amava. Meu irmão não era sentimental, mas naquele momento, eu pude ver o quanto ele se importava comigo e o quanto ele me amava. No meio do nosso momento fofo, alguém abriu a porta, era a Charlotte me apressando para irmos à festa.
Dei um beijo em Aaron e pedi para que ele controlasse os amigos dele para que não deixasse eles colocarem fogo na casa. Ele riu e prometeu que tudo ficaria bem.
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Only Wolf 3 - Recomeço
Romansa2° lugar no ranking por uma semana (LGBT+) Quando tudo parecer perdido, recomeçar pode ser mais difícil do que imaginam. No último livro da trilogia Only Wolf, conto a história de Candice Baker que é mais uma garota que passa por toda a homofob...