Part 2 :
Voltei para casa, para pegar algumas coisas. Ao entrar no meu quarto e olhar para a janela, lembrei me do passado. Do pequeno infinito que tive ao lado de Layla, e isso me remeteu uma onda de histeria e eu comecei a chorar desesperadamente.
As coisas poderiam ter sido diferentes e por mais que eu seja muito bem resolvida com tudo o que aconteceu, naquele momento eu me questionei "Se eu não tivesse fugido de casa, meu pai estaria vivo? Eu não teria que ter entrado no programa de proteção à testemunhas e a Layla não teria ficado sozinha?"
Eu me sinto muito mal, com uma vontade imensa em acabar com tudo, pegar a minha arma e atirar contra a minha própria cabeça - É tudo culpa minha!! - Eu dizia repetidamente, enquanto chorava sentada em minha cama.
Minha arma, um revólver calibre 38, estava engatilhado em minhas mãos e na hora do desespero eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser em...
- Eu não sabia que você era fraca! - Disse, uma voz familiar. Olhei para trás e tive uma surpresa.
- Frank! - Exclamei, indo correndo abraça-lo. Meu corpo fuçou leve ao sentir o carinho dele.
Frank arrancou a arma da minha mão e me abraçou o mais forte que conseguiu.- Seja lá o que estiver acontecendo, Megan, garanto que se matar não vai ajudar em nada. Pelo contrário, acredito que tudo irá piorar. - Dizia ele, acariciando meus cabelos.
- Isso tudo é minha culpa, Frank! Tudo minha culpa.
- As coisas mais difíceis da vida, são aquelas em que, por um breve momento, pensamos em desistir de tentar resolve-las. Mas quando tudo se ajeita, a lição que isso nos remete é algo impagável. - Frank disse, enquanto secava minhas lágrimas. - Você veio para esse mundo com algum propósito, minha querida, uma missão. E tudo o que aconteceu em sua vida, aconteceu para que você conseguisse realizar essa missão. Você não pode fugir disso.
- E o que eu faço, Frank?
- Lute com todas as suas forças.
.....
Ao chegar ao esconderijo, usado pela família McKenzie como fábrica de intorpecentes, Margot e seus lacaios adentraram pelo portão dos fundos em alta velocidade. Amster, o irmão mais velho, estava parado em pé sobre a porta, esperando à chegada de sua querida irmã.
Layla foi tirada cuidadosamente de dentro de um dos carros por Margot. A garota toda amarrada, olhava com piedade para a sua noiva, que para sua surpresa, à olhava da mesma forma.
Com um estalar de dedos de Amster, os homens armados saíram de dentro dos carros e se espalharam pelo local, já Margot guiava Layla até onde seu irmão estava :
- Ela te seguiu? - Perguntou ele, um tanto desconfiado.
- Creio eu que não, eu ameacei matar Layla caso ela seguisse.
- Que droga! Eu adoraria matar as duas! - Exclamou Amster, olhando nos olhos de Layla enquanto sorria de um jeito bizarro.
- Prometeu que não iria machuca-la, Amster! - Disse Margot, preocupada.
- Você deveria se considerar com sorte, maninha. Layla deveria ter morrido à muito tempo.. - Respondeu ele. - Levem-na daqui! - Gritou Amster para um de seus homens que pegou Layla e a levou para dentro, com brutalidade.
- Não entendo essa sua vontade de mata-la.
- Desde que descobri o envolvimento dela com aquela agente do FBI, eu soube que ela seria uma ameaça aos negócios da família.
- Ainda acho que ela não sabe de nada, Amster. Deixa-a em paz.
- Como você pode ter certeza disso, Margot?
- Bom... Ela nunca desconfiou de onde vinha tanto dinheiro.
- Você é muito ingênua, Margot. É isso que o amor faz com as pessoas, deixa elas cegas! Você está cega!
O irmão, nervoso com a discussão, entregou sua arma para Margot e ordenou que ela vigia-se Layla e avisasse caso Megan aparecesse. Margot assentiu com a cabeça e saiu para longe de seu irmão.
Em uma sala parcialmente escura, Layla ja sem a mordaça que abafava seus gritos, estava sentada no chão de costas para a porta. Layla chorava desesperadamente, não sabendo o que o futuro à reservava. Ela achava que aquele era o seu trágico fim.
Seu choro era tão estrondoso que ela não conseguiu perceber os passos de alguém que vinha no corredor. Margot caminhava silenciosamente até à porta, com a arma em sua mão.
Ela ouvia os soluços de Layla e aquilo cortava o seu coração mais do que uma navalha novinha em folha. Seus olhos encheram-se d'água e ela sentou-se no chão, e começou a chorar, também.
Layla que não havia percebido (até então) que não estava sozinha, notou a estranha presença de alguém do outro lado da porta, e não teve dúvidas sobre quem seria :
- Por que está fazendo isso, Margot?
- Eu não tenho outra escolha, tenho?!
- Sempre temos uma opção..
- Creio que minhas opções sejam um pouco limitadas. - Respondeu Margot, enquanto limpava as lágrimas de seu rosto. Um silêncio se fez diante às duas e ela soube naquele momento que algo estava errado dentro de si. - Eu sempre achei que você não me amasse.
- E por que achou isso? - Perguntou Layla, curiosa.
- Sempre me achei insuficiente para você!
- Defina : Insuficiente.
- Eu não sei tocar nenhum instrumento, por exemplo. E também nunca fui daquelas pessoas que sabem exatamente o que dizer ou como me expressar.
- E o que tem nisso? Não tem um padrão para o amor, Margot. Cada um ama do seu próprio jeito.
-... Eu sempre gostei de quem sou quando estou com você.
- Hahahaha e veja onde estamos agora - Layla riu, irônicamente.
- Eu sinto muito por isso.
- Não sinta, Margot. Eu nunca esperei isso de você mas também nunca esperei o contrário. - Respondeu Layla, com a voz falha. Aquelas palavras machucaram Margot, ela sentiu como se fosse um tapa em sua cara. Nunca ouvirá que alguém não tivesse expectativas boas sobre ela. Era realmente doloroso.
Margot havia até pensado em dar alguma resposta sobre aquilo mas isso logo ficou para trás, quando o barulho de uma sirene extremamente alta prendeu sua atenção:
- Ah não...
- O que é isso? - Perguntou Layla.
- Megan está aqui!
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Only Wolf 3 - Recomeço
Romance2° lugar no ranking por uma semana (LGBT+) Quando tudo parecer perdido, recomeçar pode ser mais difícil do que imaginam. No último livro da trilogia Only Wolf, conto a história de Candice Baker que é mais uma garota que passa por toda a homofob...