Capítulo Vinte E Nove

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Minhas lágrimas encharcaram a blusa que Olivia estava usando. Deveria ser de alguma grife, como sempre. O seu abraço me confortou e aquilo aliviou a dor que tanto estava me incomodando. Eu me sentia segura, por incrível que parecesse.

Depois de um longo suspiro libertador, consegui olhar ao meu redor e vi o carro de Olivia estacionado atrás de nós, onde havia uma pessoa nos olhando atentamente.

Olivia se levantou e estendeu à mão pra que eu pudesse me apoiar e me levantar, também:

- Vou te levar para casa! - Disse Olivia, me encarando. - Você não pode dirigir nesse estado.

- Mas e a minha moto? - Perguntei, limpando as folhas que tinham grudadas em minha calça.

- Tudo bem, creio que a Alice saiba onde é sua casa. - Respondeu Olivia, dando uma piscadinha para mim. - Ela me contou tudo sobre vocês . T-U-D-O.

Senti meu rosto corando na mesma hora, aquela garota tinha o poder de me fazer sorrir em qualquer momento. Até mesmo na hora da morte.
Alice abriu a porta do carro e veio andando até onde nós estávamos, ela olhou me com ternura e me abraçou em um gesto gentil :

- Amor, pode levar a moto para a casa da Megan? - Perguntou Olivia, olhando para Alice.

- Claro, meu amor. -Respondeu Alice estendendo à mão para que eu pudesse entregar a chave da moto para ela.
Após eu entregar, ela deu me um beijo no rosto e foi seguindo até a moto, subiu nela e deu partida, saindo em direção à minha casa.

- Vem, vamos ao um lugar primeiro. - Disse Olivia, me cutucando. Fiz um sinal positivo com a cabeça e fomos rumo ao carro.

Durante todo o trajeto ficamos quietas. Vez ou outra, Olivia me olhava e sorria para mim, na tentativa de deixar as coisas mais leves, talvez.

Até agora eu não estava entendendo nada do que estava acontecendo mas achei melhor não ficar questionando as coisas. Afinal, não é todo dia que você é salva por Olivia Bucker. A rainha das lésbicas de Miami, como eu mesma à chamava.

Ao chegarmos em uma pequena lanchonete, Olivia desceu e abriu a porta para mim, o que me deixou perplexa. Talvez Alice fizesse mesmo a diferença na vida de Bucker.

Ao descer do carro, Olivia fechou a porta e me conduziu até o interior da lanchonete. Nos sentamos em uma mesa de dois lugares e logo um garçom magrelo com cavanhaque veio nos atender :

- O que vão querer, senhoritas? - Perguntou ele.

- Eu quero um chá, com uma dose generosa de conhaque. -Respondeu Olivia. - E você, Megan?

- Vou querer o mesmo que ela! - Disse, olhando para o Garçom. Ele anotou os pedidos em sua cardeneta e saiu rumo ao bar da lanchonete.

Olivia ao conferir se tínhamos privacidade, olhou me no interior de meus olhos. Ela pois a mão em cima da minha. Seu rosto não escondia bem a preocupação que ela exuberava:

- Por que quis se matar? - Perguntou ela.

- Não vou responder nada até você me dizer o porquê está aqui. - Disse, encarando-a.

- A velha e desconfiada : Megan! - Exclamou Olivia, ela se encostou na cadeira, passando as mãos dentre seus cabelos negros. Notei até que havia mais algumas tatuagens em seu corpo, dessa vez nos dedos. - Dion contou sobre a Layla para o Stephan e ele contou para mim.

- Como sabia que eu estava no penhasco?

- Seu celular! - Respondeu Olivia.

- Meu celular?

Only Wolf 3 - RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora