Only Wolf 3 - Recomeço

Continuação

...

Pedir comida por aplicativo é de extrema praticidade, mas não ligar para o restaurante e falar com alguma atendente foi um problema. Pois o silêncio entre eu e Layla deu espaço o suficiente para que ela continuasse a fazer algumas perguntas :

- Você ainda me ama?

E eu não respondi, tentei disfarçar que estava ocupada olhando o cardapio no celular.
Layla não se deu por satisfeita e chamou a minha atenção, cutucando a minha perna de maneira irritante.

- Ei, Megan, estou falando com você.

- Oi.. Desculpa.. Você disse alguma coisa? - Perguntei.

- Perguntei se você ainda me ama.

- Ah.. É.. É uma pergunta um pouco complexa.

Layla não conseguiu disfarçar a cara de insatisfação dela, no momento em que eu respondi a pergunta, ela se levantou e foi até a cozinha pegar um copo d'água.

Após confirmar a compra pelo aplicativo, eu fui até a cozinha atrás dela. Layla estava sentada na mesa tomando água, ela parecia estar um pouco triste com o que eu havia dito

- Você está bem? - Perguntei, me sentando ao seu lado.

- Sim!

- Tem certeza?

Ela, então, ficou de cabeça baixa e não respondeu a minha pergunta. Com as duas mãos envolvia o copo como se estivesse nervosa com alguma coisa. Ela olhou para mim e depois de um breve suspiro começou a falar

- Eu esperava uma resposta mais consistente. Mais firme, sei lá.

- Eu imagino que você tenha ficado decepcionada, enquanto a comida não chega eu vou tentar te explicar o que eu sinto, mas antes, eu preciso que você me fale sobre uma coisa. - Disse, pegando em uma de suas mãos.

- Sobre o que você quer saber?

- Sobre a sua noiva. Me fale sobre ela. - Respondi, encarando os lindos olhos azuis de Layla.

- O que a Margot tem a ver com nós duas? Ela não sabe de você, eu não quis correr o risco dela ir te procurar caso soubesse que eu ainda te amava.

- Eu quero saber tudo sobre ela. Como vocês se conheceram, como foi que se apaixonaram, ou se alguma vez ela te fez feliz.

- Para que você precisa saber disso, Megan? - Perguntou Layla, um pouco confusa com o meu pedido.

- Veja bem, eu jamais descartaria ela estar na sua vida, agora. Só porque eu te amo e você me ama, não significa que devemos esquecer dos sentimentos que a Margot tem por você. Eu no lugar dela, ficaria extremamente triste em ser deixada de lado. - Respondi, já com os olhos marejados - Eu quero que você saiba que se você é feliz com ela, se sua vida junto com a Margot é algo que te complementa.. Eu.. E-Eu sou eternamente grata por isso, pela Margot existir na sua vida. Nada mais me importa.

- P-por Que? - Perguntou Layla.

- Simplesmente porque ela faz o amor da minha vida feliz. Isso já faz a minha vida valer à pena. Te ver feliz.

- Você realmente existe, garota?

Sorrimos uma para a outra.

- A única coisa que você precisa saber sobre Margot é que ela se esforça bastante, até demais para o meu gosto. Mas ela nunca será você.

Deixei uma lágrima se escorrer pelo meu rosto, mas Layla à limpou e me deu um selinho logo após.
Eu soube naquele momento que independente de qualquer coisa, eu à amaria para sempre.

Após a comida ter chegado, nós almoçamos juntas. Ficamos rindo das coisas idiotas que meu irmão dizia na mesa. Nossos olhares em meio aos risos, se cruzavam uma hora ou outra, talvez todas as vezes que eu não conseguia comer o sushi com os "pauzinhos".

Aaron quando terminou de almoçar se despediu e foi para a casa de Charlotte, enquanto eu e Layla ficamos sozinhas em casa assistindo filmes, coisa que não fazíamos à muito tempo.

O filme era Para Sempre, uma bela adaptação de um livro brilhante.
Tentei não chorar mas eu sou emotiva demais pra não deixar minhas emoções transparecerem, já Layla me olhava com aquela cara de dó por me ver limpando as lágrimas

- Desculpa, eu não consigo me conter em filme de romance. - Disse, rindo.

- Eu acho isso fofo demais! - Exclamou Layla, olhando para mim.

- Acha fofo me ver chorar?

- Acho fofo você não ter medo de demonstrar o que sente. Isso é raro.

Layla se curvou para perto de mim, seu rosto estava praticamente colado ao meu, meus olhos não conseguiam se desviar de sua boca. Era um perigo constante estarmos sozinhas, ainda mais naquela situação toda.

Sua boca foi chegando próxima a minha, meu coração começou a disparar freneticamente mas a culpa tomou conta da situação. Eu me desviei do beijo de Layla e me levantei do sofá.

- Eu não quero que as coisas sejam assim! - Disse - Me desculpe, eu não consigo ter algo contigo enquanto você tem outra pessoa.

- Você tem toda a razão. Eu preciso ir pra casa, agora. Tem algo que eu tenho que fazer. - Disse Layla se levantando e pegando a sua bolsa. - Eu te ligo assim que der, ok?

- Layla, amor, você não precisa ir embora. - Disse, segurando o seu braço.

- Eu preciso, sim. Margot tem que saber da verdade. - Respondeu Layla, me abraçando. - Eu te amo, Candice Baker.