Capítulo 12: Você não sai da minha cabeça

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Em tudo que eu olho, vejo você;
Tudo que eu toco, sinto você;
Se isso não é amor, já não sei mais do que se trata...

Acordei com o corpo dolorido e ainda com sono, verifiquei o relógio de cabeceira, já era perto do meio dia, rolei para fora da cama preguiçosamente, tropecei em alguns itens que estavam no chão e me lembrei de que teria muito trabalho pela frente. Tomei um café forte e sem açúcar, não suportava mais o doce, tomei um banho gelado e concentrei-me em cantar musicas que tocavam na rádio impedindo-me de recordar o passado, demorei alguns longos minutos para achar uma roupa confortável, acabei que vesti uma calça de moletom desbotado e uma camiseta de mangas longas igualmente gasto.

Comecei a minha arrumação pela cozinha, já que em breve teria que preparar algo para comer, sorte a minha que eles não quebraram muitas coisa, depois fui para a sala e assim por diante, fiz uma pausa perto das quatro da tarde para comer e voltei a trabalhar, perto das nove da noite eu havia terminado, felizmente juntei apenas dois sacos grandes de coisas quebradas e que eu não poderia mais usa. Exausto sentei-me na parede do corredor, onde eu podia ver quase todos os cômodos da casa. Fechei os olhos e inspirei profundamente, exausto. O perfume da Thamy invadiu minhas narinas e assustado, abri os olhos, vi uma silhueta escura passar por uma das portas, levante-me ofegante e corri em direção a ela, ao chegar ao quarto, ele estava vazio, não havia nada de diferente a não ser a janela, que se encontrava aberta e o vento balançava suas cortinas, fechei – a e voltei ao corredor, claramente eu estava imaginando coisas.

Resolvi fazer algo para comer, fiz arroz, feijão e um bife mal passado, sentei-me a mesa e deliciei-me com meu jantar, ao terminar, coloquei-me diante da pia para lavar a louça. Um arrepio percorreu meu corpo fazendo-me estremecer, olhei a janela da cozinha e depois a da sala e estavam fechadas, um sussurro surgiu ao longe até se tornar audível.

– Sentiu falta de mim, Baby? – Era a voz de Thamy, meu corpo gelou por completo. Senti seus doces lábios tocarem meu rosto, seu cheiro invadiu o ambiente, seus cabelos negros fizeram cocegas em meu pescoço e rosto. – Pois eu senti.

Sua presença se foi assim como surgiu, só percebi que estava de olhos fechados quando o prato que eu estava lavando caiu sobre meu pé.

- Filho da ... – Gritei ao sentiu seus pequenos cacos se cravarem em meus dedos.

Já chega, disse a mim mesmo, ela acha que pode brincar comigo? Retirei os cacos do pé e os enrolei junto aos outros pedaços do prato em um jornal e os atirei no lixo. O que seria um machucado a mais para quem já tem tantos, não é mesmo? Fiz um curativo rápido e mal feito nos dedos e fui conferir a porta que estava trancada, não fazia sentido, como ela havia entrado aqui, se tudo estava trancado?

Passei duas semanas tentando voltar a minha rotina de entregar currículos pela cidade atrás de emprego, mas apenas na sexta da semana seguinte, lembrei que a algum tempo atrás eu havia conseguido um bico em um bar no centro, então resolvi voltar aquele lugar.

Assim que entrei, fui recebido pela bela garçonete, loira e turbinada, que sempre usava seus uniformes curtos, e mascava chicletes.

– Você por aqui bonitão? – Ela parou diante de mim, com um bloquinho em mãos, e falando com um engraçado e sexy sotaque Polonês.

– Pois é, um bom filho a casa torna... Guidha! – Demorei alguns minutos para lembrar seu nome. E ela já fazia biquinho, aparentemente chateada com minha falta de memória.

– Espere ai bonitão, vou chamar o chefe. – Ela se virou e foi até a cozinha, aparentemente exagerando nos movimentos do quadril para chamar a atenção, o que conseguiu com maestria, pois todos os homens do bar a olhavam admirados.

O Sabor da PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora