Capítulo 4

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Dica número 3: Tenha paciência. (Apesar de já ter a perdido a pouco tempo)

Dei uma olhada na agenda e fiz uma anotação na dica número três. Eu precisaria mesmo de muita paciência assim como Lora me avisou.

Depois da reunião, Vicent simplesmente sumiu e eu terminei o dia na expectativa de que ele pudesse aparecer no fim do corredor para eu continuar mostrando como sou eficiente.

Na verdade, foi assim a semana inteira. O homem aparecia quando eu tinha ido tomar um cafezinho e se enfurnava na sala trancada. Algumas vezes, quando era muito importante falar com ele, eu passava bilhetinhos debaixo da porta, curtos e diretos em páginas coloridas de post its depois de bater. Mandava e-mail com a agenda e em uma reunião realmente importante eu fui forçada a ligar para Lora comunicar a seu Otávio para passar recado ao filho.

Isso quando ele não estava me chamando aos berros, me fazendo ir do outro lado da cidade buscar um tipo de comida que ele queria ou quando me olhava em reprovação quando achava que algo não estava ao seu gosto.

Estava muito difícil e ele sequer me dava uma chance! O que era totalmente injusto!

Acordei em plena segunda feira, disposta e não irei dar pra traz.

Como cheguei uma hora antes no escritório eu decidi levar meu próprio café da manhã e comer na mesa. Tudo isso numa tentativa de chegar antes dele e não precisar sair em nenhum momento para comer e perder a chance de vê-lo pela manhã. Obviamente não pensei em caso eu precisasse ir ao banheiro, mas creio que prender o xixi uma vez por algum tempo não iria me matar.

Eu finalmente estava podendo olhar de perto projetos grandiosos, como um que seu Otávio conseguiu depois de um ano e meio. Aquele foi bem complicado, seria muito lucrativo e advinha quem era o arquiteto que deveria desenvolver uns desenhos? Vicent Evans!

Mordi um sanduiche natural enquanto olhava os papeis, tomando o maior cuidado para não derrubar nada nos desenhos e estava me saindo bem nisso. Ser desastrada era minha característica principal acompanhado claro a minha animação quase inabalável.

Aquela planta era maravilhosa! Eu estava olhando ainda o primeiro andar de um hotel e comecei a sonhar acordada no momento em que eu mesma faria uma daquelas.

-Ainda não foi embora, Mariane?

Sussurrou no meu ouvido. Tomei um susto daqueles e o sanduiche caiu bem no meio do papel.

-Meu Deus! O senhor quer me matar de susto?

Perguntei a Vicent que estava de pé do lado da minha cadeira, sério observando meu desespero.

-Isso ai é a planta do primeiro andar do hotel?

Meu coração acelerou. Eu estraguei o papel, estraguei tudo!

-Bom...era.

Admiti completamente envergonhada, provavelmente ruborizada e certamente encrencada.

-Eu podia te demitir.

Cruzou os braços me encarando e diante de sua constatação fiquei sem resposta rápida.

Dica número três Liane, número três, paciência.

Eu podia dizer: Não, não pode, e rir da cara dele por isso, mas não seria a melhor forma de me mostrar eficiente.

- Porque eu derrubei um sanduiche?

O pior chefe [ DEGUSTAÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora