Doze

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Ir a clínica , mesmo ela não tendo a aparência de clínica, me fez repensar a idéia de deixar minha mãe sozinha ali.
São muitos prós e contras para se pensar.
Na clínica ela é bem atendida, se mantém na linha, não tem recaídas e é uma mulher absolutamente normal (dentro da medida).
E em casa , ela simplesmente está lá, comigo,  sendo minha mãe problemática mas...Está lá. 

Jed sorriu para ela segurando nas mãos uma orquídea.  Antes da visita passamos em Downtown e compramos a orquídea para ela.

Mamãe sorriu.  Radiante.  Cabelos brilhantes, pele boa ... Bem, ela estava bem de verdade.

- Ver vocês juntos é muito satisfatório.  - Disse ela vindo me abraçar primeiro.  Depois o Jed. - Como estão as coisas?

- Bem. - Respondi com a mão no ombro de Jed - E estamos aqui para fazer um convite especial.

Ela ergueu as sobrancelhas surpresa.

- Convite especial?

Jed entregou a orquídea a ela e retirou do bolso o convite, limpou a garganta e leu em voz alta ;

-Sra. Watson , nós (eu, Jed,  sua filha Lydia e meu tio Gunner) a convidamos para um jantar,  sábado à noite, na Ray Street seguido por um passeio noturno cheio de atrativos culturais.  Atenciosamente, Jed.

Ela riu balançando a cabeça.

- Claro que eu vou , algum motivo especial?

Jed respondeu antes de mim ;

- Tio Gunner e Lydia fizeram as pazes.

- Ah - Ela sorriu cheia de segundas intenções - Que notícia boa.

-Não é nada disso mãe.  - Murmurei - Reafirmamos nossa amizade.

- Ok.

Ela pareçia desconfiada mas não havia nada mais que aquilo,  Gunner e eu fizemos as pazes e infelizmente ainda não sabia se ele gostava de mim ou não.  Também não sabia se ele e Emma estavam mesmo juntos.  Ele não falou nada sobre ela e mantive o controle para não perguntar. 

    
        Dentro do carro,  vagando pela Little Italy -a pedido de Jed - ele abaixou a música e forçou o sinto o máximo que conseguiu para sentar de frente para mim que permaneci concentrada na rua movimentada. Turistas atravessando o tempo todo e carros vagando aleatoriamente assim como eu , para ver as atrações do bairro ao longe.

Esperei ele falar.  Demorou. Estávamos parados, eu recebendo um croissant de uma senhora simpática vestida dos pés à cabeça com trajes italianos quando ele finalmente perguntou;

- Você gosta do tio Gunner?

Sorri para a senhora estendendo uma nota de 5 dólares, subi o vidro, dei a partida no carro e depois de mordiscar o croissant e pegar a rodovia respondi ;

- Não sei.  Acho que sim. Talvez.

Jed riu .

- Eu sabia. - Disse desdenhoso - Você já disse pra ele?

- Não e espero que não diga senão corto sua cabeça fora.

-Juro que não conto.

Assenti sem muita confiança.
Jed era muito adulto para a idade mas ainda assim, era apenas um garoto e não dos mais confiáveis pelo histórico de travessuras.
Resolvi confiar.

- Ele e a Emma estão juntos?  - Perguntei sem dar pinta de quem se importa demais.

- Não.  Não sei.  Bem, eu a vi no apartamento dele e estavam conversando. - Pausou. É, eu lembrava bem da voz dela sonolenta do outro lado da linha, faziam mais que conversar. - Mas ele não pareçe apaixonado como antes.

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