Apartamento de garotos. Já cria certa expectativa mas , apartamento de garoto que toca numa banda aumenta alguns graus na escala de expectativa.
O apartamento do Theo era uma bosta. Tinha tanta roupa jogada, latas de cerveja e odor de fumo praticamente palpável que eu sempre duvidava que aquele fosse mesmo o apartamento dele. E era. Nunca dormi lá. Por opção minha. Não aguentaria aquele resto de sofá cheio de lembranças sexuais dele com outras garotas e groupies.
O apartamento do Sam superou todas as expectativas. Não negativamente. O apartamento dele sem dúvidas, supera a organização da minha própria casa.
É o último apartamento de um solitário prédio não muito apresentável nos confis de Hillcrest . O prédio fica entre uma padaria e uma lavanderia.
Mas , Hillcrest é uma bela rua cheia de boutiques , livrarias, casas de disco de vinil e vários outros artigos diversos.O que mais me espantou foi a quantidade de quadros com suas molduras -visualmente artesanais - espalhadas pelas paredes. A maioria voltada para o círco , cinema e música.
Um sofá de três lugares de couro vermelho estava diante de uma TV de plasma com uma bela mesa de centro cheia de miniaturas interessantes - de bonecos de guerra à uma mini Miney sorridente - , apenas um quarto que vi apenas da porta toda a organização.
Todas as paredes na cor creme.
No quarto dele a cama de casal estava bem arrumada numa colcha branca que exibia a frase - ARRUME-ME SAM - logo vi que a avó dele quem bordou, foi um grande palpite certeiro.
Também tem a tv, menor.
Guarda-roupas , cômoda e um canto da parede com três guitarras e um violão.
Havia uma escada preta que levava a uma porta que se encontrava fechada - ele disse que levava ao porão e isso me fez xinga-lo sem razões nenhumas, ele não se incomodou.Depois do tour pela cozinha e banheiro único muito aromatizado de limão sentamos no sofá.
- Então, porque estava no meio de El Cajon sem gasolina e me ligou agora às...Três da manhã?
Olhei para ele.
Cabelos escuros suados.
Roupas pretas.
Colares .
Pulseiras.
Tão previsível e imprevisível.
Quero dizer, que roqueiro coleciona bonecas russas?
Ou tem um cartaz original da divulgação de uma apresentação de Charlie Chaplin presa na parede?- Você é estranho.
Sam riu.
- Hã...Obrigada?
- Você poderia me arrumar um baseado?
-Poderia.
- Me arrume.
- Não acho que seja boa idéia.
- Você está me negando um baseado. Merda. Você está com pena de mim?
- Não.
- Está.
- Estou.
- Nunca sofreu por amor?
- Acho que não.
- Filho da puta. - Xinguei deitando a cabeça no encosto do sofá - Se acha sortudo por isso Sam?
- Não sei.
- Não deve. Veja bem ; Não amar é pior que se foder. É melhor doer do que não sentir nada, estou certa?
- Provavelmente.
- Eu me sinto bêbada. Ah é, bebi rum lá no posto de gasolina.
- Imaginei.
- Fingi que queria fazer xixi. - Ri debilmente - Mas virei uma garafa de rum.
- Você é maluca.
- Gunner disse que não me ama.
- Por isso todo o xingamento sem sentido. Que merda e então, como estão?
- Bem. - Pausei - Não. Estou meio puta com ... Tudo. Ele não me quer. Disse que o corpo reage a mim. Que merda não? O corpo dele me deseja , talvez tenha sido por isso que ele foi gentil comigo, hum? Ele só quer me comer pelo que entendi, não é mesmo?
-Talvez.
- Pois é. Ainda bem que não o ataquei naquelas toooodas as vezes que senti vontade. - Ri sentindo a cabeça girar e a boca amargando - Mas não é só isso Sam, sabe?
- Como assim?
- Não é o físico. Se dane meu corpo e o corpo dele. Ele ia se jogar de um prédio e eu ... Nossa, eu o vi na classe e de repente ele era quem trazia minha mãe doente, ele quem me apoiava, ele quem me sustentava, quem me socorria...Eu amo o Gunner por ele ser ... Quem estava lá para mim.
- Isso foi profundo demais para uma bêbada.
- Eu notei.
- Quer dormir no meu sofá?
- Ofereça sua confortável cama.
- Hã...Não, fique com meu sofá ok? Te vejo pela manhã.
- Péssimo anfitrião você. Babaca.
-Vai dormir bebadona.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sem Título
RomanceLydia Watson é apenas mais uma garota comum, talvez com alguns problemas a mais que a maioria das pessoas em geral mas de todo, tem uma vida regular. Sem o pai e sozinha guiando a mãe depressiva ela se vê diante de muitas situações difíceis ... T...