Rube, Adam e Jason com seu cigarro ilegal nos lábios me encaravam silenciosos.
Era para estarmos conversando durante o lanche mas assim como Gunner, eles me encaravam sem falar nada.Terminei minha maçã e cruzei os braços sobre o peito.
- Eu estou resfriada. - Menti.
Os três assentiram esperando por mais, continuei ;
- E tive uma conversa emocionante com a minha mãe.
Eles ainda esperavam mais.
Adam foi quem disse primeiro ;- Você está terrível.
- Devia ter passado um corretivo nisso aí.
-Quer um baseado? - Jason estendeu o cigarro que recebi sem protestos e traguei devolvendo-o em seguida. Ele acrescentou ; - Você devia ter se maquiado mesmo.
-Minha cara está tão inchada assim? Será que ninguém pode chorar em paz? - Berrei saindo da mesa e deixando-os boquiabertos.
Atravessei o gramado e entrei na classe, que deveria estar vázia mas não estava.
Gunner balançava as pernas, sentado sobre a mesa olhando fixo para mim.
Pareçeu proposital.
Ele ali, sentado me esperando cheio de perguntas .- Desculpe. Não sabia que estava ocupada, até mais.
Girei os calcanhares mas ele me segurou a tempo. Bem pelos ombros.
Respirei fundo sentindo a cabeça girar.
Merda. Merda. Merda.
Eu tinha que falar com ele.
Não dava pra sair correndo feito uma maluca.Fechei os olhos inspirando antes de me virar para ele tentando manter a expressão neutra.
Os olhos verdes esperando por alguma coisa. Uma explicação lógica por eu estar sendo tão evasiva...Mas eu não podia responder a ele. Gunner precisava enxergar a merda toda sozinho.-Tchau Gunner.
Ele não entendeu. Não esperei que ele falasse e saí sentindo uma sensação forte e ruim dentro do coração. Muito ruim. As lágrimas estavam ali outra vez.
Meus olhos inchados ardiam como se tivesse tido contato com ácido.***
Eu odeio chorar.
Demais. Minha nossa, chorar é uma porra mas naqueles tempos pareçe que eu só sabia fazer isso. Chorando o tempo todo. No banho, chorando. Acordando, chorando. Dormindo, chorando. Pensando, chorando.E no momento em questão ; dirigindo e chorando.
Parada no sinal vermelho tentando conter as lágrimas.
Escorriam e eu as limpava sem fazer som de choro.Ele só podia ser cego.
Ou então fingia não saber que eu sentia algo por ele.O sinal ficou verde e quando fui acelerar tomei um baita susto.
Um rapaz bateu as mãos no meu capô me impedindo de sair.Eu meio que gritei porém ele riu.
Então notei que o conheçia, era o Sam.Ele deu a volta no carro e sem rodeios, entrou sentando no banco do passageiro -eu destravei .
O sorriso de Sam logo desapareçeu.
- Porque você está chorando?
Dei de ombros.
- Sou apaixonada pelo meu professor.
Ele assentiu.
- Você assim é um perigo no trânsito.
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Sem Título
RomanceLydia Watson é apenas mais uma garota comum, talvez com alguns problemas a mais que a maioria das pessoas em geral mas de todo, tem uma vida regular. Sem o pai e sozinha guiando a mãe depressiva ela se vê diante de muitas situações difíceis ... T...