Julie Medeiros é uma garota de 16 anos, tem duas irmãs, Laura e Isabela Medeiros. Mora com seus pais, entre as irmãs sempre é a excluída, ela sofre muito com as zoações por ser gordinha, e o pior é na escola e em casa.
Julie sempre foi zoada pelo o...
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Fui para o meu quarto, me tranquei lá, e a única coisa que eu fiz foi chorar, foi difícil controlar as lágrimas, depois de chorar bastante me olhei no espelho, olhando cada detalhe do meu corpo, olhei todas as coisas que eu odiava e tudo que eu queria mudar. Mas eu percebi que esse é o meu corpo, essa sou eu e eu tenho me aceitar como eu sou, mas é difícil se aceitar quando você ouve o tempo todo coisas desagradáveis, coisas que só te deixam para baixo, eu me sinto insuficiente, sem autoestima.
— Você é linda e você só muda se quiser, você é perfeita do jeito que é. Nunca deixe que as pessoas tirem o seu sorriso do rosto! — digo para mim mesma olhando meus olhos no espelho.
Depois de me olhar no espelho, enxuguei as lágrimas e me preparei para descer para jantar. Respirei fundo, desci uns dois degraus da escada e ouvi um pedaço da conversa da minha mãe com meu pai.
— Onde está a Julie, ela não vai vim jantar?—perguntou o meu pai.
— Acho que não, ela deve ter me ouvido e aceitou a ideia que tem que emagrecer!— minha mãe falou.
Perdi a fome na hora, fui para o meu quarto correndo sem fazer barulho. Deitei e novamente lágrimas desciam pelos meus olhos, acabei adormecendo em meio a elas.
Acordei no outro dia com os olhos meio inchados, tomei banho quente coloquei uma calça jeans preta, um moletom cinza do capitão América, um all star branco, fiz um coque frouxo no cabelo. Peguei a mochila, coloquei meus cadernos e livros e e desci.
— Bom dia! — disse meu pai. Apenas sorri de lado como resposta.
— Minha filha, aqui está o seu café da manhã!— Minha mãe me entregou um copo de suco verde, uma barra de cereal e uma maçã.
— Bom dia! — disse Isabela entrando na cozinha. Olhei para ela de cima a baixo, ela usava um short jeans curto, uma blusa branca de renda, uma sapatilha preta e uma bolsa de lado preta. Ela estava bonita, a maioria das meninas da escola iam assim. No colégio não tem uniforme.
— Você vai assim?— disse.
— Sim! Mãe cadê a Nutella que pedi para compra e as torradas também?— Isabela disse.
— Está aqui, vou pegar!— minha mãe diz se virando para pegar as coisas que Isabela pediu.
— Me dá uma torrada com Nutella!— disse.
— Não você não pode, quer ficar mais gorda?— disse minha mãe, eu engoli em seco e me levantei.
— Eu já vou! — disse.
— Me espera eu vou com você até a esquina do colégio!— disse Isabela.
— Tá!
Espero ela terminar de comer e saímos de casa, caminhamos em silêncio em direção a escola que não ficava longe, até Isabela quebrar o silêncio.
— Você vai fazer trabalho hoje com Scott?
— Vou!— falei.
— Então leva ele lá em casa!— ela falou dando um sorrisinho.
— Não sei!
— Então me apresenta a ele!
— Está bem!
Ela ficou toda animada e eu precisei ficar ouvindo ela falar do Scott o caminho inteiro. Chegamos na esquina, Isabela foi andando na frente.
— E aí?
— Oi!— disse quando vi que era o Scott.
— Vamos estudar hoje?— ele pergunta segurando as alças da mochila.
— É cla..— fui interrompida.
— Julie!— disse Isabela me interrompendo.
— Oi?— Ela fez um sinal com a sobrancelha que eu entendi na hora.—- Essa é a Isabela, a minha irmã!
— Prazer, eu sou o Scott!— ele estendeu a mão.
— O prazer é todo meu!— ela ignorou totalmente a mão do garoto e cumprimentou ele com dois beijinhos na bochecha.
— Eu já vou para a sala!— eu disse.
— Eu vou com você!— disse Scott.— Até mais, Isadora!
Isabela fica com uma cara de cu quando Scott errou o nome dela e eu me controlei para nós rir na cara dela, mas assim que nos afastamos eu explodi em uma gargalhada.
— O que foi?— Scott perguntou.
— Você chamou a Isabela de Isadora — falei dando risada.
— Acho que ela não gostou muito — ele riu também.— Sua risada é bonita!
— Se você acha risada de porco bonita tá com sério problemas — ele riu mais ainda.
— Você é engraçada — diz e eu fico toda envergonhada e paro de rir.— Aí, ficou com as bochechas toda vermelha.
— Para de me deixar sem graça, garoto — ele sorriu e eu reviro os olhos.
