Fomos para a diretoria, ficamos sentados esperando o diretor nos chamar. Eu tentava não rir da situação, Bárbara estava com o lábio inchado, toda descabelada e com o rosto vermelho.
— Entre Srta. Medeiros e Srta.Borges — disse o diretor. — Sentem e me expliquem o que aconteceu!
— Essa gorda me atacou!— disse Bárbara, quase gritando.
— Diretor, aconteceu o seguinte, eu estava prestando atenção na aula, quando essa garota começou a me chamar de gorda, gorducha, baleia e outros apelidos ofensivos, eu já estava de saco cheio de ouvir essas coisas desde quando entrei nesse colégio e aí perdi a paciência e o controle e bati nessa...
— Eu já entendi, Julie! — disse o diretor me interrompendo.
— Eu só pedi para ela pegar o meu lápis que caiu em baixo de sua mesa.
— Realmente ela pediu para pegar o lápis, mais disse palavras agressivas!
— Srta. Borges você sabe que isso é bullying?—o professor pergunta.
— É só brincadeira!— disse Bárbara.
— Para você pode ser brincadeira, mais essas brincadeiras pode levar a prisão.
— Hum! — disse a loira de farmácia dando de ombros.
— Como vocês são boas alunas, inclusive você, Julie, eu vou dar apenas uma advertência no lugar de suspensão.
— Obrigada! — disse.
— Mas terá que ser assinada pelo responsável!
— Tem que assinar?— eu pergunto.
— Sim! — diz o diretor.
— Posso ir? — perguntou Bárbara.
— Pode!
Saímos de sala do diretor, fui até a sala para pegar minhas coisas, a aula já havia acabado, então muitos já tinham ido embora. Fui caminhando para o portão da escola, quando me deparo com Scott.
— Oi! — disse ele.
— Oi!
— Deu ótimos tapas na Bárbara!— riu.
— Eu tô morrendo de vergonha. Olha tudo o que aconteceu lá dentro, eu não sou assim, eu só..
— Tu perdeu a cabeça, eu vi. Todo mundo viu que a Babi tava te pesando a mente e tu não tem sangue de barata, não ia ouvir tudo calada.— Scott falou.— Ela mereceu!
— Há muito tempo!— rimos.— E sabe que você também merece?
— Não vai me bater, né?— falou sorrindo.
— Acho que só uns tapinhas!— rimos, empurro ele de leve para o lado.
— Você vai lá em casa hoje, né?
— Que tal você ir na minha casa?— perguntei e Scott me olha um pouco antes de responder.
— Pode ser!
— Ainda bem, porque a Isabela não me deixaria em paz!— digo e nós rirmos.
Ficamos em silêncio por um tempo andando lado a lado, até que percebo que a casa do Scott ficava para o outro lado.
— Por que está indo pelo mesmo caminho que eu?— pergunto.
— Para mim aprender e não me perder quando for para sua casa!
— Hum!
— E também uma moça tão bonita não pode ficar andando sozinha!
— Que clichê!— digo.
— Também achei!— sorrimos.
— Então é aqui!— falei quando chegamos em frente a minha casa e parei de frente para ele.
— É bem rápido e fácil de lembrar!
— Que bom, agora tchau!— digo rápido.
— Ah que isso, vai se despedir assim?— perguntou fingindo estar magoado.
— É, como você quer que me despeça?— ele abriu um sorriso maroto que me deixou fraca.
— Assim!— ele me puxou pela cintura e me beijou. E sabe qual é o pior de tudo? Que eu gostei, o beijo começou lento e foi tomando intensidade aos poucos, mas para estragar o momento, lembro que estamos em frente da minha casa e que alguém pode ver, então termino o beijo.
— Ei, não faça isso, principalmente na frente da minha casa!
— Ok, pode deixar!— ele sorri e parece um anjo com esse sorriso perfeito e esse olhos castanhos brilhantes feitos estrelas em uma noite escura.
— Tchau! — digo saindo do meu transe e dou um aceno com as mãos.
— Tchau, Julie!— ele sorri.
Entrei toda feliz em casa, Isabela estava na sala sentada no sofá, ela estava meio nervosa, mas não me importei, não falei nada, apenas subi para o meu quarto em silêncio. Fiquei pensando se a Isabela viu o beijo ou não, mas também não me importava.
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O Diário de Julie
Teen FictionJulie Medeiros é uma garota de 16 anos, tem duas irmãs, Laura e Isabela Medeiros. Mora com seus pais, entre as irmãs sempre é a excluída, ela sofre muito com as zoações por ser gordinha, e o pior é na escola e em casa. Julie sempre foi zoada pelo o...