Capítulo 32

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Depois que Matt e seu pai foram viajar a fazenda ficou sem ter o que fazer, estava tudo tão quieto, até ajudar tia Sílvia estava tedioso

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Depois que Matt e seu pai foram viajar a fazenda ficou sem ter o que fazer, estava tudo tão quieto, até ajudar tia Sílvia estava tedioso. Comecei a ler um livro, a falta de sinal e de Internet começou a me apavorar. Talvez tenha sido melhor Matt viajar, aquele beijo me deixou muito confusa e eu não sabia o que ia ser de nós dois.

Estava sentada encostada em uma árvore lendo um livro e o pôr do sol por trás das montanhas. O raios de sol faziam meus cabelos castanhos parecerem dourados, o vento gelado batia em meu rosto e bagunçava os meus cabelos, senti frio mesmo estando no sol.

Quando o sol sumiu uma forte ventania me atingiu, me levantei rápido, coloquei o capuz do moleton que usava e apertei o livro contra o peito enquanto caminhava para dentro de casa. Tomei um banho para tirar a friagem do corpo e vesti uma roupa mais quente, peguei o Diário que não lia há alguns dias e me deitei na cama me cobrindo com o cobertor.

Querido diário,

Hoje foi um dia difícil, estou cansada de tantas zoações, da pessoas rindo de mim, das minhas irmãs me zoando, dos meus pais que vêem elas rindo de mim e não fazem nada, estou cansada de ir para a escola, estou cansada de acordar todo dia de manhã e perceber que ainda estou ali e que tudo não passou.

Uma lágrima desceu pela minha bochecha quando eu li isso, todo sentimento voltou, eu lembrei do meu estado quando eu escrevi isso.

Querido diário,

Eu não quero mais ir para escola, mas também não quero ficar em casa, eu não sei se quero continuar vivendo. A cada dia me sinto mais sozinha, meu mundo ficou cinza mesmo o céu estando azul, acho que estou entrando em depressão, eu até fui conversar com a conselheira da escola e ela me disse que era apenas drama meu.

Virei a folha e continuei lendo.

Querido diário,

Hoje eu acordei com uma enorme vontade de desistir, eu estava na aula algumas pessoas estavam cochichando e rindo de mim, eu abaixei a cabeça e para me distrair olhei para o meu estojo, no meio dos lápis vi um apontador, fiquei olhando para ele o resto da aula pensando em tudo. E então quando cheguei em casa corri para o banheiro e quebrei o apontador, peguei a lâmina caída no chão e inesperadamente passei pelo meu pulso, sangrou muito, mas não doeu, a dor da minha alma doía mais do que qualquer corte.

Inúmeras lágrimas rolaram meu rosto naquele momento.

Querido diário,

Já faz um mês que me automutilo, há cortes e cicatrizes pelos meus braços e pelas minhas coxas. Fiquei com medo de que alguém visse e escondia meus cortes com um moleton e uma calça para que ninguém visse. Às vezes me chamam de louca por me cubrir com o moleton em dia quentes que o sol está rachando. É estranho, quando eu me corto é como se por uns segundos a dor sumisse, eu me alivio ali naquela pequena lâmina.
Já faz um tempo também que estou colocando o dedo na garganta para vomitar tudo que eu comi, eu tento parar, mas não consigo, eu só quero ser bonita e magra como minhas irmãs e todas as outras garotas da escola.

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