Prologo

263 33 7
                                    

Prologo

Aquela doce criança estava bem ali, no meio da rua, da friagem, o vento gelado assoprava seus cabelos negros e compridos, sua franja voava de sua testa, seu nariz vermelhinho, seu choro incessante, como pode uma criança desse tamanho ter tanta corda vocal, a ponto de soltar um choro tão agudo?

A neve esta se acumulando a cada minuto que passa, as luzes do carro de seus pais está piscando amarelo, Gabrielle tentou andar, até sua mãe, mas ela não estava respondendo, tinha muito sangue em seu rosto, mesmo que a pequena Gabrielle não possa entender, ela sabe que sua mãe e seu pai não estão bem.

Mas ela não entende porque o carro está de ponta cabeça, e o quão difícil foi para sua mãe tirá-la com segurança do banquinho de bebê, e que depois, sem mais nenhuma força se entregou a escuridão.

Outro carro está passando, mas eles param antes, uma mulher sai correndo de dentro do passageiro, gritando:

— Minha nossa, Jorge, liga para a ambulância! - Gabrielle é pega no colo por esta mulher, que tem o abraço mais reconfortante que ela consegue sentir nesse momento, e o quanto seu casaco está quentinho. Já faz muito tempo que a pequena está chorando, e esse confortável aconchego deixa Gabrielle mais calma.

Quando a ambulância chega, eles precisam fazer exames em Gabrielle, que mesmo aconchegada no quentinho do abraço da mulher, ela continua fungando, chorando e pedindo pelos seus pais.

— Oi pequena. - Um rapaz com uma roupa azul marinho e cinto preto pega Gabrielle no colo, ele dá um sorriso triste. — Você não está mais sozinha. Vamos verificar se você está com dodói , tudo bem?

— Dodoi? - Gabrielle funga, mostrando o cotovelo ralado.

— Isso. Vamos passar remédio pra você ficar bem forte, ta? - O homem uniformizado diz, sorrindo, ele leva Gabrielle até a ambulância, e ajuda os paramédicos.

— Os pais faleceram já fazem 40 minutos. - Uma moça comenta, colocando um plástico cobrindo o rosto do pai.

— Você estava sozinha aqui nesse frio todo esse tempo? - Uma das paramédicas diz, olhando para Gabrielle.

— Não. - Gabrielle balança a cabeça, fazendo seus cabelos negros acompanharem. — Elle tá com a mamãe e o papai. - Gabrielle aponta para traz, mas não pode ver mais o que aconteceu com seus pais.

— Você se chama Elle? - Gabrielle balança a cabeça, negando.

— Gabrielle. - Ela faz o número 4 com os dedinhos. — Eu já fiz 4 anos.

— Nossa, que bom. Gabrielle, a tia vai levar você para o hospital, ta bom? Mas a titia precisa dar esse remédio para você, vai ser só uma picadinha. - A moça coloca uma agulha no braço de Gabrielle, a garota começa a se sentir sonolenta. Todo o cansaço do choro será reposto.


Continua no próximo capitulo...

  Leia também: Quero ser Inny  de Mariana Sgambatto para entender melhor a história.  

Promessas do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora