Mysteries*

▲ Introdução ▼

Pastas de dentes? No saco! Mini Lanterna? No saco! Chaves? No bolso! - pensava eu enquanto me certificava de ter tudo o necessário. Estava tudo pronto, pelo que vi, não me havia esquecido de nada.

Levantei-me lentamente fazendo o mínimo barulho possível chegando até à rua. Abri a porta e olhei para todos os lados possíveis. O guarda nocturno não andava por aqui, como sempre. Na verdade, nem sei para que têm um! Olhei uma ultima vez para as minhas colegas de quarto, certificando-me que elas estavam ferradas a dormir e sai o mais rápido possível.

A noite estava escura, apenas a pequena lua brilhava lá no cimo, juntamente com as estrelas. Aquilo era o suficiente para conseguir ver o meu caminho. Corri à velocidade da Luz, com a mochila as costas, tentando que ninguém me visse. 

Num abrir e fechar de olhos, já me encontrava à porta do dormitório dos rapazes. Um ressonar alto atravessava aquelas paredes de madeira sem nenhuma dificuldade. As luzes estavam todas apagadas e mais som nenhum se ouvia lá dentro sem ser aquele ressonar horrível. Bati levemente na porta, escondendo-me por entre os arbustos, mas ninguém tinha vindo abrir. Esperei uns minutos e retomei a minha posição. A minha mão agarrou firmemente aquela maçaneta da porta rodando-a lentamente, como sempre, ela estava aberta.

Olhei umas quantas vezes para dento, ver se todos estavam a dormir. Os meus olhos percorreram uma ponta a outra daquele campo e entrei ligando a mini lanterna que havia trazido. Cautelosamente, fui até à primeira cama. 

Baixei-me, ficando assim de joelhos. Se algum deles acordasse, não me veria. Já me encontrava ao lado da cama da primeira vitima desta noite, quem dormia nela era Luck, um rapaz norte americano que tinha a mania que comia todas as miúdas do campo de férias. Vasculhei na minha mochila até encontrar a pasta de dentes que tinha roubado à Anny antes de sair. 

Abri a pasta e levantei-me. Quando conseguia ver perfeitamente o seu rosto e a minha mão chegava à sua cara, apertei a pasta, borrifando um pouco bem perto dos deus lábios semi abertos.

Sorri um pouco, enquanto me baixava totalmente e gatinhei até à próxima cama. Niall, Niall Horan, era o Irlandês mal comido aqui do campo. O seu ressonar conseguia-se ouvir do lado de lá da campo, não estou a exagerar! A sua boca estava totalmente aberta, para a próxima trago malaguetas, assim aprendiam a dormir decentemente! Olhei a sua cara e desta vez, a pasta de dentes vazou direita às suas sobrancelhas, fazendo um risco direito, unindo-as também. 

Sinceramente, isto estava a ser melhor do que havia imaginado. 

Harry, Harry Styles, outro mal comido aqui do campo. Este era o tipo de rapaz que adorava gozar com a cara das raparigas, estava com uma a cada dia e elas, feitas burras, caiam sempre naquela conversa. Revirei os olhos só de pensar naquilo, afinal as miúdas daqui são a cada ano que passa, mais burras! Mirei atentamente o seu rosto, não sabia ao certo o que lhe fazer. Apertei a pasta de dentes, que estava quase a meio e fiz uma espécie de sardas, mas azuis.

Este era o ultimo. À umas semanas o Drake acabou a sua estadia aqui, então têm um lugar vago no quarto. 

Caminhei em bicos de pés até a porta, observei uma outra vez a minha obra de arte e sai, correndo até ao meu quarto. Abri a porta sem fazer um único barulho e entrei indo direita à minha cama. 

“4.17 da manhã” – sussurrei enquanto olhava para o relógio da minha cabeceira. Tirei a roupa e vesti uma camisola larga, deitei-me e adormeci.

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Evangeline, é esse o seu nome. Pode-se dizer que é a rapariga mais misteriosa deste campo de férias. Ela tenta vingar-se de tudo e todos apenas porque o seu passado não foi o melhor.

Ela raramente se ri para alguém, acha que é falsidade rir sem ter vontade para isso, “apenas temos que demonstrar aquilo que somos, aquilo em que a vida nos tornou” – diz ela.

Evangeline foi deixada naquele campo desde que se lembra de cá entrar pela primeira vez, desde ai, vive por ali. Quando as férias acabam para uns, o campo é ocupado por outras pessoas, nunca ficando sozinha. 

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