▲Evangeline POV ▼
Não queria que ele se esforçasse, sabia perfeitamente as dores que ele tinha e como se sentia para as tentar esconder de mim. Quando o vi ali no chão, a sangrar, nem sabia o que fazer, nunca passei por uma situação desta antes, mas também nunca fui levada para um lugar onde não sabia onde estava.
Sinto-me culpada, deveria tê-lo ouvido e nem ter saído do carro. As vezes a minha teimosia leva-me por maus caminhos e isto apenas foi mais uma prova. Carreguei num botão e liguei o rádio para que o ambiente entre nós não fosse tão tenso.
“Estás bem?” perguntei mesmo sabendo que ele não o estava.
A sua cabeça balançou positivamente. Sabia que ele não iria dizer o quão mal estava, sabia isso perfeitamente, apenas gostava que ele o fizesse. A música da rádio não ajudava muito, a minha mão viajou até ao botão para a parar ao mesmo tempo que a sua e senti a sua mão gelada tocar na minha fazendo-me congelar também. Olhei-o e ele olhou em frente.
“Estamos quase a chegar” informou-me.
“Oh”
“Tens frio? Estás gelado..." - olhei-o e ele abanou a cabeça negativamente.
"Não tentes ser forte Harry... Ambos sabemos que não o estás agora"
O silêncio bastou para que o sentimento de culpa se apoderasse novamente de mim, eu queria ajudá-lo, queria mesmo, apenas não sabia como o fazer. Ele sempre foi tão forte, ele nunca precisou de alguém antes, e eu? Eu nunca ajudei ninguém, simplesmente não sei como isso se faz. Mas posso aprender.
“Chegámos” disse e eu limitei-me a olhá-lo “Tenho aqui um apartamento” esclareceu-me e eu apenas assenti.
Esperei que ele saísse e fiz o mesmo. Caminhámos até à entrada do prédio, que estava fechada e vi-o marcar um código para que ela se abrisse. Assim que abriu, ambos entrámos e dirigi-mo-nos ao elevador.
“Espero que não tenhas medo de elevadores” ele riu tentando cortar aquele ambiente.
“Não” ri.
“Harry?” disse assim que ele tocou num botão e o elevador começou a andar.
“Sim?” Olhou-me.
“Sei que não tenho dinheiro, mas eu arranjava maneira de te pagar a consulta no Hospital” disse brincando com os meus dedos.
“Não” riu e contorceu-se com a dor “au… Não precisas de…”
“A culpa foi minha” Atropelei as suas palavras e olhei-o.
“Não foi” ele suspirou e olhou-me nos olhos.
“Se eu não tivesse saído d….”
“Evangeline” ele agarrou a minha face fazendo-me olhar-lhe nos olhos “Se isto aconteceu foi porque tinha que acontecer” sussurrou. “Não te sintas culpada.”
Fechei os olhos por uns instantes tentando interiorizar e mentalizar-me de que aquilo era verdade, mesmo sabendo que não o era e, numa questão de segundos, senti os seus lábios molhados tocarem de leve nos meus. Os seus lábios mexiam-se suavemente junto aos meus, a sua língua raspou no meu lábio inferior e não cedi, apenas o empurrei levemente para que não o aleijasse.
Queria-me chatear com ele e dar-lhe um estalo, como sempre pensei em fazer, mas acho que desta vez estava abalada demais para o fazer, para não falar do facto de ele estar mal fisicamente por minha causa, óbvio que não o iria aleijar mais.
“Harry” sussurrei e olhei para baixo.
“Desculpa-me” sussurrou também.
“Que isto não se repita” falei calmamente e o plim do elevador salvou-me daquele momento.
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Mysteries*
Storie d'amoreTudo se passará durante mais uma estadia no campo de ferias. Evangeline, a rapariga mais misteriosa e temida desde campo de férias. Niall Horan, um dos muitos mulherengos do campo. Ambos são diferentes, bastante diferentes até, pode-se dizer que tal...