▲Capitulo 11 ▼

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Estava quase a alcançar a toalha, corri até lá e pedi a deus para que ninguém me visse naqueles preparos, uma cortina abriu no instante em que a agarrei e tapei o meu corpo, meu braço foi puxado fazendo o meu corpo deslizar até àquele cubículo.

Os meus olhos fecharam e, sem saber quem ali estava, pensava em inúmeras maneiras de sair daqui, bem como inúmeras coisas que poderiam acontecer.

“Ora, Ora” Uma voz grave fez-se soar, fazendo todo o meu corpo tremelicar.

“Vá Evangeline, estás com medo?” persistiu.

“Que queres?” disse assim que vi Harry à minha frente.

“Conversar…” 

“Diz o que queres, não tenho o dia todo” rosnei.

“Bem…” disse coçando o queixo parecendo pensativo “Conta-me…”

“Conto o que?” franzi a testa “Não há nada para contar” dei um passo para fora da cabine, contudo, o seu movimento foi mais rápido e agarrou o meu braço fazendo-me permanecer ali “Larga-me ou juro-te que ficas sem essa tua coisinha ai entre as pernas” tentei largar-me.

“És tão ridícula” Harry disse.

“Ridícula?” perguntei rindo “Já me chamaram coisas piores”.

Sem pensar duas vezes, afastei a cortina e saí sem dizer mais nada. Ele continuava lá dentro, na verdade, continuou lá durante todo o tempo que levei para me arranjar. Apressei-me a sair dos balneários resistindo à tentação de ir ver se estava tudo bem com ele, não havia ouvido nenhum barulho desde que saí de lá para me preparar, foi estranho, mas também não me interessava com isso agora.

Caminhei até à lavandaria. A porta estava aberta, entrei e chamei por Barbara que, com aquele seu magnifico sorriso correu logo até mim. Várias perguntas saíram da sua boca não me dando tempo para responder a nenhuma, ela estava preocupada por não ter cá vindo ontem. Ao fim de tentar captar todas as perguntas, obtei por uma resposta curta, “Eu estou bem” disse-lhe e um suspiro escapou da sua boca.

▲Niall POV ▼

Cheguei ao meu quarto e como esperava, Luck e Harry esperavam-me enquanto conversavam sobre alguma coisa que não consegui entender. Assim que ouviram a porta, os seus olhares fixaram-se nos meus movimentos, acompanhando-me para todo o lado. 

“Onde passaste esta noite puto?” perguntaram em uníssono, como se tivessem preparado perguntar aquilo ao mesmo tempo.

“Não interessa” sussurrei, não lhes iria dizer, iriam gozar comigo, perguntar o que via na estranha e mais umas não sei quantas coisas.

“Sabemos que a Evangeline também não dormiu no seu quarto” Harry disse rindo. 

“Estiveram juntos?” Luck perguntou tentando conter o riso.

“Achas mesmo?” menti com toda a convicção tentando parecer ofendido.

“Logo vi que conseguias arranjar melhor puto” Luck continuou.

“Até que ela é boa” Harry confessou deixando-me um pouco desconfortável “Mas é… ”

“Desajeitada será a palavra certa?” Luck riu. 

“Vocês nem a conhecem!” tentei defendê-la. 

“Uii, uii” Ambos riram.

“Parece que alguém anda interessado nela” Luck gozou.

“Foda-se, é que acham mesmo que ia andar com ela?” perguntei contrariando a minha mente.

“Nunca se sabe” Harry disse e encolheu os ombros.

“Nem morto!” completei e ajeitei-me.

“De qualquer das maneiras, tentei falar com ela e ela parecia esconder alguma coisa” Harry falou baixo.

“Tu o que?” perguntei incrédulo.

“Falei com ela” Harry respondeu. Eu ouvi à primeira, apenas preferia não ter ouvido.

“Onde?”

“Nos balneários” respondeu tranquilamente fazendo-me engasgar “Bem… ela estava só de toalha” Harry sorriu pervertidamente “Ela é boa!” completou fazendo o Luck rir.

“Boa é, mas ela é um bicho man” Luck disse.

“Foda-se, bem que se dava umas voltas com ela” Harry disse e eu apenas tentei ignorar.

“Ela não presta” disse por fim, mordendo a minha língua logo a seguir. Deveria ter ignorado, mas não é fácil, não quero que nenhum deles lhe toque como toquei esta noite, não quero que nenhum deles a faça sentir tão bem como fiz, que nenhum deles a irrite como eu faço, simplesmente não quero que eles se falem, olhem, qualquer coisa… Ela é tão… ela é dura, mas eu gosto da sua dureza com as pessoas. E sim… ela é boa, não posso negar, foda-se, ela é mesmo muito boa. 

“Não sabes puto” Harry tomou a sua posição. 

“Nem tu” Luck retrucou.

“Devia fodê-la!” Harry exclamou.

“Devias quê?” Franzi a testa e elevei um pouco a voz.

“Devia dar-lhe uma boa noite” ele rui e Luck riu junto.

“És louco” disse a abanei a minha cabeça negativamente tentando limpar pequenas imagens deles que ocupavam agora a minha mente.

“Sou” Riu “Ela é um desperdício”.

“Não conseguias nem um beijo dela” Luck disse fazendo-me rir, isso para mim foi fácil, muito fácil até… Pelo menos estava num patamar mais a cima.

“Achas que alguém me resiste?” Harry perguntou e ambos rimos “Ok, vocês estão a duvidar das minhas capacidades! Vou roubar-lhe um beijo” 

“Isso é suposto ser uma aposta?” questionei gargalhando.

“Acho que sim” proferiu e eu e o Luck entre-olhá-mo-nos.

“Estou dentro” Disse antes que pudesse pensar nas consequências.

“Eu também” Luck sorriu e bateu na mão do Harry. 

“Não vais conseguir” quebrei aquele momento com um sorriso na cara.

“Eu consigo tudo o que quero” Harry relembrou fazendo um arrepio percorrer-me a espinha. Ele não iria conseguir, claro que não, ele não podia. 

Por um lado confiava nela e na sua personalidade forte, acreditava que nada iria a acontecer, nem mesmo um beijo, por outro, o Harry realmente costuma sempre conseguir quantas quiser as vezes que quiser. Não, eu acho que ela não cairia na sua conversa. 

Aiiii Niall, porque é que apostaste? Caralho, Burro, Burro, Burro. Agora o que está feito, está feito, não posso deixar que eles pensem que tenho ou tive alguma coisa com ela. Ora essa, não tenho, não tive, nem nunca vou ter, ela é e será sempre a miúda estranha aqui do campo, não passará disso para mim.

“ Vou lanchar” disse assim que a minha barriga deu sinal de vida. Recebi um “ok” como resposta de cada um e saí do quarto. Imagens de Evangeline e Harry juntos passavam pela minha cabeça e pareciam não querer sair, tentava-me abstrair disso, mas elas voltavam, outra e outra vez. Harry não iria conseguir fazer isso, ela não iria deixar, ela não é uma miúda fácil, por isso, ainda tenho alguma esperança no meio disso tudo.

Dei por mim já à porta do Refeitório, lá iria eu tomar a primeira refeição do dia… O silêncio predominava, hoje estava tudo calmo por aqui, não havia ninguém a não ser Evangeline, espera ai, Evangeline? Ela encontrava-se numa mesa lá do fundo, tal e qual como era habitual, os nossos olhares cruzaram-se e permaneceram em contacto durante uns segundos. Conseguia ver ao longe o quão azul eles eram, eram perfeitos, aquela cor misturada com um cinzento claro que neles existia fazia-os parecer ainda mais bonitos do que o eram na realidade. 

Peguei no meu tabuleiro, peguei alguma coisa para comer e caminhei lentamente entre cada mesa, pensando se me deveria sentar a seu lado ou não.

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FELIZ NATAL GENTEEEE <3

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