▲Capitulo 16 ▼

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Tombei a minha cabeça encostando-a ao vidro e fiquei a olhar por ele. Umas luzes começaram a piscar lá no fundo, eu tinha visto isto antes, isto não era o campo, isto era… OH NÃO HARRY!

“HARRY” repreendi assim que me apercebi que estávamos a ir pela direção contrária. “Oh não harry, como é que pude confiar em ti?” bati-lhe no braço e ele desfez-se em gargalhadas.

“Eu disse que te levava para o Campo de Férias” disse tentando ficar sério “Só não disse quando o era” gozou.

“Harry!” repreendi de novo já irritada. “Pára o carro, quero sair” quase gritei com ele “Ouviste? Pára o carro!”

“Não paro!” gargalhou novamente.

“Eu abro a porta e salto” digo-lhe séria. Porque é que eu falei? O seu pé carregou no acelerador e num piscar de olhos já íamos a mais de 100 km/h.

“Salta agora” gargalhou.

“SEU IDIOTA” Gritei. 

“Também gosto muito de ti!” riu e concentrou-se na estrada.

“Fode-te!” disse alto o suficiente para que ele ouvisse.

“Agora não dá” gozou.

“AHH” gritei. “Cala a boca Harry!” Ordenei e ele apenas deu uma pequena risada.

Estava irritada, será que ele não pode deixar de ser estúpido uma vez na vida? Eu sabia, sabia perfeitamente que se me metesse neste carro com ele algo ia acontecer, apenas não achei que ele fosse assim tão estúpido ao ponto de me enganar por isso. Sinto-me Burra, não só porque o acho agora, também porque a minha mente repete essa palavra a cada coisa que tento pensar.

“Burra, Burra, Burra” repito isso ao mesmo tempo que o meu cérebro e bato com a minha mão na cabeça.

“Não fiques assim Evangeline” meteu a mão no meu ombro.

“Tira a pata” disse entre os dentes.

“Eu apenas queria sair contigo” sorriu “E vê… Mais uma vez consegui o que queria” disse vitorioso.

“Quando é que deixas mesmo de ser parvo?” disse irritada. “Se não queria sair contigo, não queria e ponto final”

“Pior é que… mesmo que não o queiras, estás a faze-lo” gargalhou “Olha em volta” apontou com a sua mão e só ai reparei que o carro estava parado mesmo à frente de uma espécie de barracão. “Nem sabes onde estás” gozou. “Só eu é que te posso levar de volta Evangeline, por isso porta-te bem”

O meu ódio por ele cada vez era maior, apetecia-me apertar-lhe o pescoço até não poder mais. Apetecia-me fugir daqui, mas não sabia sequer onde estava. Apetecia-me gritar bem alto e expulsar toda a raiva que tinha dentro de mim, mas não lhe iria demonstrar isso. Apetecia-me voltar atrás no tempo e nunca ter chegado a sair do quarto, mas não era possível.

Olhei em volta, na tentativa de saber onde estava, mesmo sabendo que isso era impossível e consegui ver pessoas a sair do tal barracão em direção a um dos muitos carros que ali estavam. Abri a porta o mais rápido possível e tentei sair, a mão grande de Harry agarrou o meu pulso e da sua boca saiu um “nem tentes”, não pensei duas vezes, fi-lo largar-me e apressei-me a sair do carro.

“Podem-me ajudar?” gritei e caminhei o mais rápido possível até eles, enquanto que Harry dizia algumas coisas que eu me limitava a ignorar.

“Preciso de ir para o Campo de Férias, é ali ao lado, podem-me levar?” disse ainda de longe e todos eles olharam para mim com um sorriso. “Por favor?”

Mysteries*Where stories live. Discover now