| 3 | Não consigo tirar você da minha mente |

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— Graças a Deus! — exclama Mandy em alívio sentada no sofá quando eu entro pela porta após o jantar com Sam. — Pensei que você não dormiria em casa hoje.

Dou um sorriso gentil para ela e ponho a mochila sobre o sofá, decidindo fazer companhia a ela.

— Desculpe. O restaurante era longe. Mas ele é muito lindo, Mandy!

— O restaurante ou Sam?

Faço uma expressão de desdém, apesar de poder concordar com os dois sujeitos de sua frase.

— Tudo bem — suspira, os olhos cheios de vida. — Como foi?

— Hum... Se eu fosse descrever a noite em uma palavra, provavelmente a definiria como "intimidadora". Sam é muito intenso, Mandy. E muito transitivo.

Ela franze a testa.

— Como assim?

— Ah, sabe, tem vezes em que estou conversando normal com ele. Mas, do nada, ele me lança um olhar sedutor que me deixa minúsculo e tímido.

— Pietro, você fica assim até quando eu, que sou amiga há cinco anos, te elogio! — esclarece Mandy, inclinando a cabeça para um lado. — Tem que se acostumar com isso, querido. Ninguém mandou roubar a metade da beleza do mundo.

— Agora você está falando como Sam — comento ao lembrar do que ele disse a respeito de um concurso de beleza. — Bem, tirando isso, foi bem divertido. É bom saber que ele também tem senso de humor, mesmo que o rosto transpareça rigidez.

— Os malvados são os melhores — diz Mandy, o sorriso largo. — O que vocês conversaram?

— Sobre minha vida pessoal, meu estudo, meu trabalho... — Pauso um pouco, encontrando mais informação no meu cérebro. — Perguntei a ele sobre a esposa dele também.

Mandy levantas ambas as sobrancelhas, um sinal típico no qual ela usava quando seu rosto oscilava entre surpresa e admiração.

— E ele me disse que queria ficar comigo mesmo estando com ela — continuo, apesar de nenhuma porcentagem sequer me fazer feliz. — Estou confuso, Mandy, muito confuso.

Suspiro enquanto passo a mão no rosto.

— Traição é uma coisa muito forte — explico, pedindo ajuda com o olhar em sua direção, pois sabia que ela sempre tinha a resposta que eu necessitava ouvir. — Não queria de forma alguma ficar no cominho de Sam e da esposa dele.

— Mas uma coisa nisso tudo eu não entendo: se ele quer você, então por que ele não termina o relacionamento com ela? — questiona Mandy em avaliação.

— Eu sei lá — respondo balançando o rosto. — Vai ver Sam não consegue fazer isso. Quer dizer, como ele desenrolaria a história sem magoá-la? "Amor, me desculpe, mas eu vou trocar você por um garoto de vinte e três anos. Espero que fique bem."

Ela amplia seu sorriso.

— Não precisa ser dessa forma. Porém é claro que se algum dia ela chegasse a ver vocês juntos, culparia você pela separação. Se bem que ela estaria certa, né? Você seria o responsável por isso.

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