| 15 ANOS ATRÁS |
Uma mulher com roupa uniformizada estava me levando para algum lugar no orfanato. Os saltos altos e pretos faziam um barulho gostoso no chão; meus ouvidos agradeciam àquele som suave e constante, como se ela soubesse o momento certo de pisar.
A mulher tem um sorriso muito simpático. Ela é loira, alta e muito bonita. Ela me encaminhava com uma das mãos nas minhas costas.
— Vai ficar tudo bem — me garantiu calmamente. — Vou apresentar você às outras crianças. Com certeza vai amá-las.
Fiz que sim com a cabeça e continuei seguindo a mulher, ela sempre adaptando à minha velocidade lenta.
Seu perfume me persegue desde o instante em que ela conversou comigo em sua sala. Como era mesmo seu nome? Kelly? Kiera? Inclino meu rosto para observar o metal que continha seu nome. Ah, é Késsia.
É um nome bonito.
Passamos por um corredor cheio de crianças, todas elas parando o que estavam fazendo para olhar em minha direção. Acho que é porque eu sou novo aqui. Será que elas perderam seus pais também ou eles as abandonaram?
Depois, todas elas saíram correndo juntas para alguma região que eu desconhecia.
O lugar onde estou é grande demais e muito limpo. Tem vários bancos e calçadas, como... como... uma praça.
Outra mulher vem até nós dois: ela tem cabelo loiro também, mas não é idosa. Ela carrega um vaso com uma única flor em sua mão, bem pequenininho. Késsia para de andar, e eu também. A outra mulher se abaixou e falou comigo, mas olhando para Késsia.
— Então esse é o nosso mais jovem querido? Ele é tão lindo!
Sua voz me faz abrir um sorriso tímido. Todas as pessoas aqui parecem ser bem simpáticas, eu percebi.
— Sim, ele chegou hoje — respondeu Késsia, massageando meu cabelo. — Se chama Pietro. Tem 9 anos.
A mulher levantou as sobrancelhas.
— Nome charmoso — ela elogiou, me observando com um sorriso. — Eu sinto muito pela sua perda, amor. Espero, de coração, que esse lugar possa trazer algo que complete sua dor.
Meus olhos se encheram de lágrimas, e eu abaixei minha cabeça. Seu jeito carinhoso me fragilizou.
— Tome. É para você.
Voltei a ver seu rosto. Ela me deu o vaso de flor, que, na minha mão, parecia maior.
— Obrigado — agradeci.
— De nada — disse, bem feliz. — Eu me chamo Mary. Se precisar de ajuda, não importa para quê, não hesite em me procurar, tá bom?
Fiz uma careta.
— O que é "hesite"? — perguntei.
Késsia sorriu.
— Ela quis dizer que pode contar com ela para qualquer coisa — traduziu ela.
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SENSUALMENTE PROIBIDO
RomancePietro Fitzgerald sempre sonhou com o amor verdadeiro e que durasse até o fim de uma vida. Bonito, com charme acima da média da maioria das pessoas e extremamente romântico, ele espera pacientemente pelo dia em que seu grande amor chegue. Então, em...