| 8 | O perigo também gera prazer |

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Acordo sorrindo.

A primeira coisa que logo explora meu corpo é uma sensação de alívio, embora uma dor interna tenha pulsado no instante em que eu estico minhas pernas. Por sorte, eu fui alertado por Mandy de que aconteceria isso comigo ao acordar, então eu não precisaria ligar urgentemente para um médico e dizer que perdi os sentidos do movimento. Sem contar que seria uma atitude irônica, já que Sam é um.

Ao pensar logo nele, toco no travesseiro ao meu lado, assustando-me ao perceber que a cama está vazia. Abro os olhos e me levanto abruptamente, me deparando com a ausência dele.

Há um bilhete, na verdade, contendo a invejável caligrafia de Sam no papel amarelo e áspero.

-◇-
Bom dia, gostoso! Acho que te chamarei assim a partir de hoje.
Eu fui ao supermercado, não se preocupe. Não queria acordá-lo, então eu fiquei observando você dormindo por um tempo antes de ir. É uma cena — acredite — excitante. Não consegui conter meus desejos e acabei me masturbando em pé.
Se você repetir todas essas noites comigo, serei o homem mais feliz do mundo!
Volto em breve, baby.
-◇-

Outro sorriso enorme rasga meu lábio.

Dobro o bilhete assim que o releio e o guardo na minha mochila, que estranhamente estava ao lado da cama. Acho muita gentiliza de Sam trazê-la para o quarto, sabendo que eu precisaria de uma roupa nova no dia seguinte.

Abro uma das gavetas da cômoda e retiro uma das toalhas dele, além de pegar sua camisa da noite anterior. Apesar de eu ter trago algumas comigo, preferi manter a garantia de que o cheiro maravilhoso dele ficasse em mim quando eu a usasse.

Demoro uns quinze minutos no banho e uns dois para me me arrumar. As marcas que vi no meu corpo ontem à noite sumiram, o que só podia significar que elas eram momentâneas.

Ufa!

Após ajeitar a cama de Sam, saio do quarto e vou em direção à cozinha, tentando acertar a localização dela. Se eu não tivesse tão zonzo de felicidade não teria batido a cabeça numa parte do armário de metal, o que me fez rir.

Massageio minha testa devagar, me acostumando com a vista da manhã.

— Opa, querido. Se machucou?

Uma mulher — que só agora noto estar comigo —, de aparência nobre em torno dos quarenta anos, fala comigo, aproximando-se. Arregalo os olhos ao vê-la.

Quem é ela?

A mulher toca delicadamente na minha testa com um sorriso gentil. Ela é muito bonita: os cabelos e olhos pretos, a pele lisa na ausência de rugas e de corpo bem esbelto. Mesmo sem sequer saber quem é, sinto um tipo de afeição tremenda por ela, quase como se ela fosse... minha mãe.

— Não vai criar calo, não se preocupe. Eu sou Emily. Sou empregada do Samuel quando ele está aqui.

Faço uma expressão de surpresa e compreensão.

— Ah... Eu sou...

— Pietro — completa ela. — Sim, ele me disse muito sobre você hoje mais cedo. Deixando a parte de que você é um belo jovem, mas agora eu vejo que faltaria elogios para você.

Dou uma risada, não ficando corado dessa vez.

— É muita gentileza sua, obrigado.

SENSUALMENTE PROIBIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora