| 24 | O pesadelo bate à porta |

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Este é um dos capítulos mais incríveis que já escrevi! Espero que você o leia sem parar da mesma forma que eu o escrevi sem conseguir me interromper! 💜
Boa leitura!
| Lucas |
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A última coisa na qual eu me lembro de ter visto antes de desmaiar foi o olhar selvagem do meu ex professor de Física da universidade na minha direção. E, ao abrir os olhos depois de sabe-se lá quanto tempo, é exatamente a mesma pessoa que eu vejo diante de mim, sorrindo maleficamente.

Isso me fez soltar o ar num susto.

— Estava me perguntando a que horas você acordaria.

Gayle está em pé em à minha frente.

Com os olhos arregalados, percorro minha visão pelo ambiente no qual eu me encontro: uma casa, ou um hotel — pelo formato da cama larga onde eu estou deitado, sem nada para prender meus pulsos. A região é bem iluminada e espaçosa, algo que nunca imaginei ver quando fosse acordar novamente.

Outro ponto que noto é que meu corpo está nu somente da cintura para cima, o que significa que ainda estou de calça social. O meu terno está dobrado numa cadeira próxima ao meu lado.

Pisco os olhos, o medo incontrolável atingindo minhas veias em cheio. Parece que meu desejo de nunca mais chegar a ver meu ex professor não foi realizado — sem contar que de uma forma terrivelmente anormal.

Sequestro?!

— Gayle? — sussurro franzindo a testa.

Ergo meu corpo logo em seguida, de modo que eu ficasse sentado. Faço esse gesto tão lentamente que me vem à cabeça de que qualquer ato brusco meu possa irritar Gayle, motivando-o a me amarrar. Na verdade, eu não crio muita expectativa de que ele não vá fazer isso.

Depois de eu ter sido trazido à força aqui, duvido muito que ele se limite apenas a essa loucura e me deixe mais livre. A ideia me assusta.

— Onde... Onde nós estamos? — pergunto com a voz lenta, temendo uma resposta que fosse me chocar, como um lugar submerso; ou um lugar longe de todo mundo.

Ele sorri e senta-se bem perto de mim, me fazendo engolir em seco.

— Na minha casa — responde tranquilamente, como se eu tivesse almejado estar aqui antes.

Me afasto alguns centímetros dele, a adrenalina subindo com rápida velocidade. Ela aumenta ainda mais quando Gayle estica sua mão à minha bochecha, passando o polegar nela. A primeira coisa que pensei receber foi um tapa — igual fez Sara —, mas ele optou por algo exatamente oposto: carinho.

— Ah, minha nossa — diz baixo, parecendo um gemido. — Você é tão lindo...

Fecho meus olhos com receio e espero que ele retire seus dedos da minha pele, o que só acontece depois de uns segundos arrastados. Observo seu rosto mais uma vez, sufocado demais para respirar com naturalidade.

— Que horas são? — Espero que eu não tenha passado dias aqui. — P-Por que você me trouxe para c-cá?

A princípio Gayle apenas me fita, escolhendo o silêncio como opção. Só depois ele suspira e pega seu celular do bolso, mostrando-me a tela bloqueada, onde continha o horário — 22:34 h, ainda no sábado.

— Quanto à segunda pergunta — ele diz, colocando seu aparelho de volta no bolso —, acho que você já deve saber a resposta.

Abro a boca algumas vezes e estreito meu olhar para seu rosto, balançando a cabeça em negação, ainda não acreditando no que meu pensamento traduziu dessa sua frase de imediato.

SENSUALMENTE PROIBIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora