Cap 7

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Ja voltei com um capítulo curtinho pra vcs não ficarem com muitas saudades do nosso novo casal. Mudei a capa do livro! Espero que gostem!

 Mudei a capa do livro! Espero que gostem!

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Leon

Eu nunca em toda minha vida tinha visto tanto medo nos olhos de alguém. Encolhida em um canto da cama, ela tremia e soluçava. Dei um passo à frente, desejando abraçá-la de tal forma que chegava a doer. Mas não o fiz.
Me assustei com a fragilidade que ela me causou. Eu nunca tinha me sentido tão inútil na vida!
- o que houve Meg? Alguém te ligou ou te ameaçou hoje?
Ela negou com um aceno de cabeça.
- está com medo de mim?
Ela não respondeu. Seus olhos entretanto confirmaram minha suspeita.
- Megan olha pra mim. Eu nunca encostaria a mão em você, ao menos que desejasse isso. Eu sou um idiota a maior parte do tempo, mas nunca encostaria um dedo em uma mulher a força. Você consegue acreditar em mim?
Engoli em seco e senti meu estômago embrulhar. Tinha alguma coisa muito errada com ela e eu me empenharia para descobrir o que era.
- pode acreditar em mim?- repeti a pergunta.
- vou tentar.- mal dava para ouvir sua voz.
- a cama é bem grande. Vou deitar em um canto e colocar travesseiros no meio. Pode dormir tranquila. Quer que eu busque alguma coisa para te acalmar? Uma água ou um chá, talvez.- perguntei. Eu precisava fazer alguma coisa.
- eu me acalmo com sorvete de morango. Você tem na sua geladeira para me emprestar?
Anui com a cabeça e sai em disparada até a cozinha. Peguei o pote de sorvete de morango, que por sorte eu tinha comprado semana passada e enchi uma tijela enorme. Ela parecia tão nervosa, que calculei precisar do pote inteiro.
Voltei para o quarto e entreguei a ela. Delicadamente ela pegou a colher e começou a colocar pequenas porções na boca. Fiquei hipnotizado olhando sua boca se movimentar.
Quando ela finalmente pareceria ter se acalmado, fui até o banheiro me trocar. Eu gostava de dormir sem roupa. Como ela infantaria se isso acontecesse, vesti short e uma camiseta.
Quando voltei para o quarto, ela estava deitada, encolhida em um canto da cama.
Peguei vários travesseiros no armário, os coloquei no meio da cama e me deitei do outro lado.
Apaguei a luz e fiquei esperando o sono chegar. Ele não vinha. Pela agitação na cama, parecia que ela também não estava conseguindo dormir.
- porque gosta tanto de sorvete de morango, a ponto de acalma-lá?-perguntei esperando que ela realmente tivesse acordada.
- quando eu era pequena.....-ela começou relutante- um dia eu estava muito machucada e meu pai trouxe um pote de sorvete de morango pra mim. Eu o esvaziei em questão de minutos. Eu nunca tinha tomado sorvete. Quando minha mãe descobriu, ela falou que nunca mais eu comeria sorvete de morango. Eu chorei, porque eu tinha amado. Ela nunca me deixa comer doces.
Ela parou e respirou fundo. A dor que suas palavras traziam, começou a dividir meu coração em pedaços.
- então ela começou a me provocar. Em todas as refeições, as empregadas colocavam por ordem dela, um potinho de sorvete ao lado do meu prato. Eu comia correndo, esperando ansiosa a sobremesa. Quando eu estava terminando, ela chegava, pegava o pote e tomava o sorvete, na minha frente. Ela nunca deixava nada pra mim. Então me sentia tão desprezada, que em muitos momentos da minha vida, o sorvete de morango parece preencher algo dentro de mim.
Minha cabeça começou a doer imaginando as cenas. Não fazia sentido uma pessoa fazer isso com uma filha. Eu não podia acreditar numa coisa dessas.
- fico feliz que ela tenha morrido.
As palavras saíram da minha boca sem autorização. Só depois avaliei e vi que tinha dito besteira.
- olha me desculpe, e que....
- não se desculpe. Não por isso Leon.
Ela se virou e ergueu as sobrancelhas.
- tudo bem. Vamos tentar dormir. O dia já foi longo o suficiente.
Me virei e a deixei pensativa. Ela estava se abrindo. O problema é que eu não estava pronto para isso. Eu não queria aproximação com essa mulher e nem com qualquer outra.

~~~~
Madruguei para não ter que conversar com ela pela manhã. Meu amigo visitante me acompanhou para um café da manhã na rua e depois foi para o aeroporto.
Fui para o trabalho preocupado. As coisas não estavam fáceis na empresa. Meu pai já não assumia os compromissos que deveria como principal gestor e eu ficava de braços atados para tomar as decisões que precisava, já que ele não me passava a bola.
Meu humor chegava péssimo e saia pior, todos os dias. Quando entrei na minha sala o Will já me esperava com uma xícara de café. Tínhamos uma reunião.
- bom dia Leon.
- só se for pra você.- respondi secamente.
- trouxe café.- ele estendeu a xícara e fingiu ignorar meu comentário.
- eu já tomei café.
Ele colocou a xícara sobre a mesa e sentou em uma cadeia próxima a minha.
- então vamos começar a resolver as pendências.
Eu me irritava com a forma que ele agia. Eu desejava atingi-lo. Eu queria ver o sofrimento estampado em seu rosto. Talvez dessa forma ele entendesse como eu me sentia quando ele era colocado no pedestal da perfeição por todo mundo e eu considerado insuficiente em tudo. Mas ele simplesmente não se abalava. Quanto mais eu o agredia, mais ele me tratava bem e parecia me amar com um simples olhar. Eu odiava isso.
- eu resolvo e você assina. Ou teremos problemas futuros com sua incompetência.- completei, em uma última tentativa.
Ele sorriu.
- como você quiser meu irmão. Me diz o que assinar.
E assim rapidamente resolvemos os que precisava.
Trabalhei feito louco. Eu fazia isso com prazer. Trabalhar era minha paixão. Eu esquecia de tudo e vivia por aquilo, em um ambiente onde eu massacrava os que desobedeciam e só não ia mais longe, porque no topo eu batia com meu pai.
O grupo Alster era referência em produção de chocolates. Fabricávamos e distribuíamos para as maiores marcas do mercado. Nos arriscamos também em algumas franquias, parcerias feitas com a empresa do Joe. Mas o foco sempre foi chocolates.
Eu fiz de tudo que era possível para não ter que encontrar a Megan em casa. Jantei em um restaurante e só fui para casa tarde da noite.
Encontrei tudo apagado e em silêncio. Ela já tinha ido deitar. Respirei aliviado por isso.
Esgotado, peguei uma bebida na geladeira e sentei no sofá, ainda vestindo terno e gravata.
Como nada me agradou na programação da tv, desliguei e subi para o meu quarto.
Quando coloquei a mão sobre a maçaneta, escutei no quarto ao lado, algo que me lembrou gato. Impossível!
Dei alguns passos para traz e colei o ouvido na porta do quarto da Megan. Não escutei mais nada. Era imaginação minha.
Eu tinha pavor de gatos. E alegria também.
Entrei no meu quarto e tomei um banho demorado. Assim que deitei na cama, escutei novamente o maldito gato miando e tinha certeza que vinha do quarto ao lado. Ela não teria feito isso!
Vesti um short correndo e sai pisando fundo em direção ao quarto vizinho.
Não me dei ao luxo de bater na porta. Assim que descobri que estava fechada, peguei uma chave reserva no meu quarto e abri a porta, sem permissão ou licença. E lá estava. Megan deitada na cama e um gato peludo, pulando sobre seu corpo. Ela ria, sem perceber minha intromissão.
- para Leona, por favor. Se o seu pai, o senhor prepotente te pegar habitando na casa sombria dele, estamos ferradas.
Então a gata era uma espécie de filha minha! Tinha um nome quase igual ao meu! Eu era o senhor prepotente! E minha casa sombria!
De tudo que ela falou, uma coisa era certeza. Elas estavam ferradas!

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O doce sabor do desejo (degustação )Onde histórias criam vida. Descubra agora