Cap 17

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Quero conversar com vocês um pouquinho hoje. Primeiro vou explicar algumas coisas da minha vida. Eu desejo muito, do fundo do meu coração, escrever em tempo integral. Mas por enquanto, eu não consigo viver dos meus livros. Então eu preciso trabalhar.
Além de psicóloga, eu gerencio dois comércios. Eu saio de casa todos os dias às sete da manhã e volto às sete da noite. Eu trabalho de domingo a domingo. Não tenho folga ou feriados. Únicos momentos que tenho livre, são os domingos na parte da tarde.
Quando eu escrevo? A noite, de madrugada, na hora do almoço ou sempre que sobra um minuto vago. Todos os meus livros foram escritos no celular. Dessa forma posso escrever sempre que surge uma oportunidade.
Porque estou dividindo minha vida com vocês hoje? Porque eu preciso de respeito.
Eu posto toda a semana. Sempre que possível, mas escuto insultos muitas vezes de leitores irritados. Que não vão mais ler se demorar, perguntando se eu morri, me xingando. Isso é um problema que vários companheiros meus de trabalho vem enfrentando na plataforma. Falta de respeito.
Eu cheguei a ser muito insultada no facebook esse ano pq tirei uma semana de férias. Gente eu sou um ser humano como todos vocês.
Eu amooooo o Wattpad. Sempre procuro ter o maior cuidado e respeito por todos. Posto todos os meus livros até o final, aviso com antecedência sobre a retirada e mesmo tendo contrato com a editora, vocês são os primeiros a lerem meus livros. Muito antes deles irem pra edição.
Eu fiz amigos aqui. Eu construi uma família. Esse aviso não se encaixa para a maioria de vocês. Me perdoem por isso.
E preciso de todos. Afinal o autor sem os leitores não é ninguém. Mas é uma via de mão dupla. Também precisamos dos autores para que os livros, nossa paixão, possam existir. Da forma como as coisas estão indo, uma hora a literatura de qualidade vai acabar aqui no aplicativo. Não vamos deixar isso acontecer.
Mais uma vez me desculpem pelo desabafo e espero que curtam o capítulo. Amooo vocês!!!!

Leon

Todas as vezes que eu olhava naqueles olhos, eu sabia que era o meu fim. Quando você passa uma vida inteira odiando o mundo, fica sem chão quando uma única pessoa te faz enxergar  além e encontrar o sol.
Ela me faz querer ser diferente, me faz almejar algo mais e isso me dá medo.
Saboreio seus lábios, sem pressa. Afundo meus dedos nos seus cabelos macios e me deixo levar. Meu auto controle entretanto se perde quando um gemido escapa dos seus lábios.
A puxo contra mim e pressiono a minha boca contra a sua. Capturo os sons da sua boca e brinco com seus lábios quentes e unidos.
O meu coração parece querer sair pela boca e o desejo toma conta do meu corpo, me deixando enlouquecido.
Interrompo o beijo e passando os lábios por toda sua bochecha, os levo até sua orelha, mordendo seu lóbulo.
- sou sua pior opção e mesmo assim tenho a impressão de que estou no topo da sua lista.
E retornando a seus lábios, continuo o beijo sem dar tempo de uma resposta. Sem me controlar, seguro sua nuca com uma mão e com a outra, ousadamente desço para seu seio. Ela esta vestindo um jeans e uma blusa colada ao corpo. Sem me importar com mais nada e sem poder esperar mais nem um minuto para sentir sua pele, enfio os dedos por baixo da blusa.
Ela se afastou assustada e me olha confusa. Passo a língua pelos lábios, sem querer perder seu sabor. Eu estava viciado naqueles lábios. Precisava de mais. Eu precisava de tudo dela.
Ela continuava petrificada, sem se mover, me olhando como uma gata acuada.
Seus cabelos despenteados, sua boca vermelha, eram um convite para o pecado. E eu, a porta de entrada.
- o que foi isso?
- um beijo. Podemos repetir se você não compreendeu.- falei descaradamente.
- eu sei o que é um beijo, Leon. Preciso compreender o que existe entre nós.
- não sei e estou procurando entender. Vamos deixar as coisas rolarem. Não precisamos dar nomes.
- e aí quando você resolver que está irritado, me manda embora. O dia que seu humor mudar, manda minha gata para o inferno e se tranca em um quarto com uma mulher qualquer. Seria isso não dar nomes?
Sua testa estava franzida e eu paralisei por sua enxurrada de palavras. Ela apertou os lábios em uma linha fina e senti vontade de beija-la novamente. Expulsei os pensamentos e decidi tomar as rédeas da situação. Desde quando uma mulher falava comigo assim e eu permitia? Desde quando eu me comportava como uma adolescente, que nesse momento necessitava ir no banheiro se aliviar para não agarra-lá a força?
- na verdade, que eu me lembre estou dentro da minha casa e faço o que quiser aqui. Se eu decidir que vou dormir com dez mulheres hoje, faço isso sem problemas e sem remorso algum.
Idiota. Eu era um perfeito idiota. Um lampejo de mágoa tomou seu rosto e ela se recompôs no mesmo instante.
- então fique aqui com sua casa e com seu harém. Estou caindo fora. Dessa vez se me ver morta na rua, por favor, me deixe morrer em paz. Não quero nem saber que você existe.- ela gritou com o dedo apontado para o meu rosto.
Sua pele tinha ficado vermelha e imaginei como seria se fosse de desejo e não de raiva.
- espere- segurei seu braço, quando ela ameaços sair da biblioteca- me desculpe. Você me tira do sério.
Eu não queria ela na rua de novo. Eu queria ela do meu lado. De preferência na minha cama, em cima de mim!
- então pare de ser babaca. Eu não sou seu pai, sua mãe ou seu irmão que te toleram e aguentam suas frustrações. Se você não dá conta, procure um psicólogo. Não fique descontando nos outros.
As palavras ditas, em tom calmo e baixo, me atingiram fazendo algo dentro de mim desmoronar. Desviei o olhar e respirei fundo tentando me acalmar.
- sai daqui.- pedi antes que explodisse- sai da minha frente e por favor não suma desta casa de novo. Você está testando todos os meus limites. Não teste mais nenhum. Eu te busco no inferno se você sair daqui.
- quero que vá a merda com seus limites, seu idiota arrogante e prepotente. Você não manda em mim.- ela gritou e saiu batendo à porta com tanta força, que um livro caiu da estante.
Frustrado, sentei na poltrona e passei as mãos pelos cabelos. Ela ia me enlouquecer. Tudo que eu fazia, vinte e quatro horas por dia era pensar nela, em sua boca e no seu corpo colado no meu. Perdi o foco da empresa e estava jogando tudo no lixo, como um garoto imaturo.
Peguei o celular e liguei para um detetive que era meu conhecido.
- Haroldo? É o Leonel. Precisando dos seus serviços.
- pode falar cara!
- preciso que você descubra tudo sobre uma pessoa e seus pais. Vou te mandar os dados que eu tenho por e-mail. Quero que você revire o mundo e não economize. Faça o que for preciso e descubra tudo até o tipo sanguíneo de cada um.
Assim que desliguei o telefone, já peguei o notebook e enviei tudo que eu sabia da Meg.
Aproveitei e continuei arquitetando o meu plano para acabar com o will. Eu coloraria tudo no seu devido lugar. Começando a fazer a Meg me perdoar. Eu queria ela ao meu lado. Não importando se fosse como uma noiva falsa ou como amante temporária. Eu simplesmente a queria. Sem nomes e sem envolver o coração. Até porque não tinha um.
Depois de resolver tudo, sai do escritório perto do anoitecer. A casa estava silenciosa como sempre.
Fui até a cozinha procurar alguma coisa para comer. Estava morto de fome e a encontrei fazendo sua comida com dificuldades. Ela estava a com o braço quebrado e parecia não ter entendido isso.
- eu tenho funcionários para fazer isso. Posso saber o que está fazendo?
Ela se virou com um sorriso falso e continuou mexendo na panela, me ignorando.
- Estou falando com você Megan!
- eu achei melhor não responder, já que a resposta seria óbvia. Estou cozinhado. Isso aqui é um fogão, na minha mão tem uma colher e estou com uma panela cheia de sopa.
- há, ha, ha. Que engraçado. Juro que pensei que isso fosse vulcão, em erupção, dentro da minha cozinha.
- exatamente por isso não respondi. Achei que sua inteligência fosse suficiente para descobrir o que estou fazendo.
- eu sei exatamente o que você está fazendo. Me provocando.- falei irritado.
Abri a geladeira e peguei uma cerveja. Sentei em um banco perto do balcão e me servi da bebida.
- você disse, se minha memória não falha, que eu seria "ninguém" dentro dessa casa. Que eu deveria me virar com tudo e que você não me daria nada. Pois bem, estou fazendo minha comida e fique tranquilo, esses ingredientes estavam no armário e foram pagos com o meu dinheiro. Quando cheguei aqui fiz uma compra.
Respirei fundo para não levantar e enforca-la.
- as coisas mudaram. Você não é ninguém e quero que use tudo dessa casa e deixe para a cozinheira esse trabalho.
Senti meu estômago roncar e sentir o cheiro da sopa dela não estava ajudando.
Ele parou de mexer na panela e me encarou.
- o que mudou Leon?
Ela estava linda. Sua roupa justa me fazia imaginar coisas impróprias para serem ditas. O que realmente tinha mudado? Eu não sei. Mas alguma coisa tinha mudado.
- você não é mais uma estranha. Eu quero cuidar de você. Você precisa aceitar.
- o que você vai querer em troca?-Olhei para ela com ar de indagação- você deve esperar algo em troca. Eu não acho que você faça coisas pelas pessoas, simplesmente porque gosta delas. Você não gosta de ninguém. Nem de você mesmo.
As palavras ditas com ódio, me causaram uma sensação ruim. Tristeza? Não sei. Desde de quando eu me importava com a opinião dos outros?Inferno!
- me parece que a doce Megan foi embora. Você tirou o dia para me ofender?
- só resolvi te tratar como você merece.
- só para você saber eu não quero nada em troca. Inclusive já te liberei do acordo de noivado e te deixei ir embora. Sem precisar me pagar um real.
- só que no instante depois me trata como uma idiota e me proibi de sair dessa casa- ela rebateu.
Levantei irritado e me aproximei.
- será que você não percebe que quero te proteger? Eu quis te proteger de mim desde o momento em que percebi que você merecia ser bem tratada. Por isso te mandei embora. Agora preciso te proteger de si mesma, depois que descobri que você não consegue fazer isso sozinha.
- eu não preciso de baba Leon. Eu sempre me cuidei sozinha.
- mas carrega marcas por todo o corpo. Você não foi bem sucedida. Sinto te informar.
Ela se enrijeceu e tentou virar o rosto para que eu não visse a mágoa nos seus olhos.
Me aproximei e fiz o que eu desejava o tempo todo. A abracei.
- eu não quero nada em troca. Eu só quero entender o que está acontecendo entre nós e cuidar de você. Vamos parar de brigar e tentar conviver da melhor forma possível.
Deslizei o polegar pelo seu rosto e a apertei conte meu peito. Ela se encaixava perfeitamente bem no meu abraço.
- eu tenho medo.
- você não precisa ter medo de mim pequena. Eu nunca faria nada contra você.
- tenho medo de que você machuque meu coração. Tenho medo de sentir falta desse abraço.
Eu não poderia dizer que ela estava errada. Não teria promessas. Eu não era capaz de fazer isso.
Diante do meu silêncio, ela se afastou e foi desligar o fogo.
- eu não consigo ser abandonada por alguém de novo. Não se eu amar. Eu não posso suportar isso. Você sabe o que vai acontecer se eu continuar nessa casa. Nos dois sabemos. Me deixe ir embora enquanto é tempo.
- eu já tentei. Não consigo.- falei sinceramente.
Meu braços pareciam perdidos por falta dos seus abraços.
- então o que você sugere? - ela deu uma risada irônica.
- que você abra seu coração e me deixe ficar!
O oxigênio parecia faltar na cozinha.
- e você? Vai fazer o mesmo?
- primeiro eu preciso que você me ajude a ter um coração. Depois, se descobrirmos onde ele está, eu quero que tenha um único habitante. Você.....

O doce sabor do desejo (degustação )Onde histórias criam vida. Descubra agora