°Capítulo 2°

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Acordo com um solavanco, tentei de todas as formas não lembrar daquele lobo, mas foi em vão. Posso estar ficando maluca, mas gostaria de saber o que ele faria comigo. Tevi um sonho nada normal, acho que vou ter que pedir para vovó começar a fazer os apanhadores de sonhos novamente.

Não sei o porque, mas aquele animal despertou algo em mim, algo que gostaria que não existisse.

Olho no relógio que fica suspenso em cima do guarda-roupa vejo que ainda são 03:14 da manhã. Nunca acordei nesse horário, sempre fui boa de cama, minha hora de acordar era às 05:40 pois tinha que entrar no serviço às 06:15.

Levanto da cama e tropeço em meus pés, o quarto está escuro o que dificulta meu percurso para o banheiro. Assim que entro acendo a luz vou até o espelho e me assusto. Estou horrível com essas olheiras, terei de caprichar na maquiagem amanhã. Lavo meu rosto e passo a mão molhada no pescoço.

__Preciso encontra-lo.

Sei que não sou convencional, gosto de ser desafiada e de certa forma esse lobo me desafiou. Volto para a cama, suspiro cansada. Deixo meu corpo cair para trás, penso em mil coisas e todas são referente ao lobão.

Fecho meus olhos, sinto o sono vindo, respiro fundo e inalo um perfume amadeirado, um perfume que provavelmente é de homem. Automaticamente abro os olhos, olho o quarto todo mas nada, respiro mais uma vez profundamente.

Sigo o cheiro e ele vai até o travesseiro ao lado do meu, o agarro.

__Hum... - gemo, esse cheiro é divino.

Será que vovó trocou o amaciante? Não importa, desde que ela continue usando ele tudo estará bem. Me aconchego e adormeço agarrada ao travesseiro, acho que nunca mais esquecerei esse cheiro.

(...)

Assusto com as batidas que vem do lado de fora do meu quarto, vejo que são 05:05, não está na hora de acordar. O que está acontecendo?

__CATARINA, LEVANTA CORRE. - ouso a voz de vovó, ela está desesperada. Nunca acordei desta forma, corro para porta e a destranco, vovó tem os olhos cheios de lágrimas. - Corre Amélia está passando mal.

Assim que ouso o nome de minha irmã me desespero, corro para o seu quarto e vejo mamãe tentando para o sangramento do pequeno nariz de Amélia. Ela já teve alguns incidentes de madrugada, nada de se preocupar. Mas isso que estou vendo é chocante.

__O que aconteceu mãe? - pergunto indo ao seu lado.

__Acordei com ela gritando, corri assim que ouvi-lá. - olho para o chão e o vejo cheio de sangue.

__Vou levá-la para o hospital. - vou até o guarda-roupa e pego um casaco. - Veste nela mãe, vó pega os documentos.

Enquanto ambas fazem o que pedi, vou até meu quarto e visto também um casaco, pois não à tempo para trocar de roupa.

Chego na sala e minha mãe coloca Amélia em meus braços, vovó me entrega uma bolsinha com os documentos.

__Vou com você. - mamãe diz abrindo a porta da frente.

Vamos até a picape, ocupo a lugar do passageiro com Amélia em meus braços. Estou me mantendo calma, não posso demonstrar meu nervosismo, mamãe e Amélia precisão de mim.

(...)

O caminho foi longo, não viemos pelo da floresta que seria mais rápido. Neste exato momento Amélia está tomando soro, mamãe está conversando com o médio e eu estou andando de um lado para o outro da recepção.

Me pergunto o que está acontecendo com minha pequena, sofro sempre que ela passa mal, mas desta vez estou sofrendo mais.

Não à ninguém na recepção comigo o que só aumenta meu nervosismo, vejo mamãe se aproximando, sua expressão está cansada.

Alfa- A Condenação.Onde histórias criam vida. Descubra agora