Capítulo 6

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  Faz quase 1 hora que eu estou no ombro desse bruto, ele simplesmente recusa a ouvir meus gritos. Quando ele entrou na floresta, comecei a temer aonde iria, poderia ser estuprada por um psicopata, deixada no mato para morrer de fome e frio, ou pior, poderia ficar com ele mais 1 hora.

   Já estou tonta, enquanto ele caminha, sinto a vertigem subindo, mais um pouco e vou vomitar. Seria um pecado vomitar na bundinha desse homem. Vejam só, estou com a cara quase grudada nesse paraíso.

__Vou vomitar. - coloco a mão na boca.

__Para de fazer bira, já estamos chegando. - me repreende.

__Não é bira. - sinto a cabeça rodar. - Se você não parar, vou vomitar.

   Ele não me ouve e continua o percurso. Tenho raiva desse cara, além de me sequestrar, não para quando estou prestes a colocar tudo pra fora, sei que não comi nada, mas pensem bem, estou balançando de um lado para o outro, o mínimo que pode acontecer é eu vomitar as tripas.

   Mais uma vez me vem a ânsia, coloco a mão na boca, enquanto ele continua a caminhar. Vovó com certeza estaria fazendo um chá de bordo para mim beber, mamãe estaria bordando, e Amélia dando uma de média. Meus olhos se enchem de lágrimas, pensar na minha família agora não ajuda, mas estou preocupada.

__Já estamos chegando. - me ajeita no ombro, não respondo prefiro ficar calada, sei que se for pra falar agora iria chorar.

(...)

  A lua está linda, o vento acalma um pouco meu estado, gostaria de ter tomado o sorvete, pelo menos não estaria com muita fome. Escuto risadas e músicas, acho que estamos nós aproximando da matilha.

__Você não vai sair de perto. - passa por cima de um tronco. - Essas pessoas que você irá conhecer, são... um tanto quando, selvagens.

   Sorrio, esse cara deve estar de brincadeira. Agora sei da onde veio tanta brutalidade, além de ser um lobisomem, o que não é nada normal, fala mal da própria família. Já que vou conhecer essas "pessoas", estou pensando em me divertir.

   Quando fui no mercearia, as garotas falaram de um grupinho de homens que chegaram juntos com esse bruto, vou tirar proveito.

__Alec? - chamo sua atenção. - Quem era o loiro gostoso que estava com você na mercearia?

  Ele para de andar, seu peito dece e sobe sem ritmo, acho que irritei alguém, sua cara deve estar hilária. Vejo ele erguer o braço e logo em seguida solta com tudo, sinto o tapa na minha bunda. Ela começa a arder, e a latejar.

__Se você se aproximar de alguém, fasso questão de matar o infeliz. - sua voz está grossa. - E darei uma bela surra em você.

__Quem você acha que é?!?!? - me exalto, minha bunda está doendo.

__Sou seu alfa! - exclama.

__Não. Você é alfa deles, não meu! - me debato em seu ombro, já chega cansei desse estúpido arrogante.

__Ai que você se engana. - segura minhas pernas com mais força. - A partir de agora, você, minha cara Catarina, irá me obedecer.

__Ha,ha,ha,ha,ha, faça-me rir. - finjo um risada, quem ele pensa que é? - Não vou ser sua escrava.

__Não quero que seja, mas vai me obedecer. - começa a caminhar de novo, a música está mais alta. - Caso o contrário sua irmã vai morrer.

   Como é? Amélia vai morrer? Ele não tem todo esse poder. Ou tem? Na carta ele falou quase a mesma coisa, que o destino de Amélia estava em minhas mãos. E se for verdade? E se ele for capaz de machucar minha irmã, se não o obedecer? Sinto-me perdida, pensei que tinha as respostas, mas vejo que somente as perguntas se fazem presente.

Alfa- A Condenação.Onde histórias criam vida. Descubra agora