Capítulo 10

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SOMOS 1K MONAAAASS
TENKIU SOU MUCH <3

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Nossa, cara! Isso só pode ser brincadeira.

Quando eu e Luke chegamos estavam duas bandeiras azuis e uma vermelha, depois Eric chegou com a outra do time e ficamos empatados. Quando eram 15 horas duas garotas vieram correndo com as respectivas bandeiras.

Alice, uma garota do nosso chalé, vinha trazendo a nossa, mas ela acabou tropeçando e caiu de cara no chão.

Perdemos.

Time Raposa: 25
Time Águia: 20

Aquilo foi muita mancada! Só não vou julgar a garota porque eu também teria feito a mesma coisa.

É a vida, o que podemos fazer? Às vezes você tropeça de cara no chão mas... Levanta com o nariz machucado. Não sei como deixar frases motivadoras.

O que resta esperar é a quinta-feira e ver se conseguimos virar o jogo. Ah, só que esse não é meu maior problema agora. Audrey e Gaia são.

- Não! - gritei, me deitei na grama e comecei a rolar - Por quê?

- Só nos explique o que aconteceu! - Gaia disse indo atrás de mim e implorou - Por favor!

Revirei os olhos e me levantei.

- Já falei umas seis vezes.

- Mas fale de novo! - Audrey diz sorridente e depois franziu a testa - Tem grama no seu cabelo.

- Eu sei - mexi no meu cabelo tentando tirar - Eu fui à floresta, um carinha me seguiu, esbarrei em Luke...

- Ele ficou em cima de você - ela diz com sorriso malicioso - Literalmente.

- Hahaha - ri irônica. - Isso mesmo, depois só conversamos. Pronto, felizes? Podem dançar e jogar confetes agora!

- Não. De jeito nenhum. Eu falei para você que tinha alguma coisa rolando, meu instinto nunca falha, Sarah... Para de caminhar! Vou ficar esgotada! Volta aqui!

- Minha paciência também - cantarolei e parei de caminhar - Luke e eu não temos nada, ok? Além do mais, EU NÃO GOSTO DELE!!

Gaia começou a rir, Audrey piscou os olhos confusa.

- Então o que vocês têm? - cruzou os braços.

- Uma coisa chamada - fiz um arco-íris invisível com as mãos - Amizade!

- Aff, você não tem jeito mesmo, Sarah.

- Aahh! - escutamos uma garota gritando, me virei para ver quem era e na verdade, foi Alex. Ele vinha gritando e gemendo de dor, acompanhado de Max e Luke. Alex ficava segurando nos "países baixos".

- O que tá acontecendo?! - falei e fui até Alex, as meninas também.

- Ai, ai, ai, ai... - ele repetia várias vezes - Eu fui jogar basquete mas... Aiiiii!!

- O que houve? - Audrey perguntou tocando o ombro de Alex. Comecei a rir quando finalmente entendi o que acontecia.

- A coisa foi feia - Luke diz - Todo mundo sentiu - ele se arrepia. - Nós fomos jogar basquete, Alex queria ir também...

- Para provar que também conseguia - Max disse e fiquei engasgada de tanto rir, eu juro para vocês que tentei segurar! - Só que Eric acabou largando a bola de basquete e...

- Acertaram as bolas dele, coitadinho - falei.

- Alex, vem, eu te levo na enfermaria - Audrey diz e ele apoia o braço nos ombros dela. Eu nem sabia que aqui tinha enfermaria.

- Nós dois? - ele pergunta ainda com cara de dor - Sozinhos na enfermaria? Tipo, sozinhos?

- Uhum, e a tiazinha de lá também, né, óbvio.

- Partiu.

Alex saiu pulando e a cada passo dizia "Ai!". Coitado do Alex, ele nem sabia jogar basquete tão bem. Acho que nenhum esporte, talvez. Eu até iria para ajudar, mas não quero colocar uma bolsa de água nas coisas dele. O que os meninos fazem quando isso acontece? Sei lá.

- Por que deixaram ele fazer isso? - perguntei para eles, indignada.

- Nós dissemos - Max diz - Mas ele insistiu em jogar, queria provar que era capaz, eu adorei a determinação dele mas foi tudo culpa do Eric.

- Pois é, somos amigos do Alex, então o deixamos jogar - Luke dá de ombros.

- Eric. Vou matar aquele filho da...

- Opa! Calma aí, Sarah. Sem xingamentos por hoje - Gaia disse a bateu de leve em meus ombros - Que tal irmos para o chalé? Preciso urgente tomar banho e você também.

***

Revirei minha mala procurando a blusa, que eu lembre não estava para lavar. Revirei mais ainda a mala e lá no fundo alguma coisa brilhou.

Ruffles!

Comecei a dançar e a abrir a boca para gritar, mas não falei nada, só dancei mesmo.

Um pacote médio de ruffles me chamava do fundo da mochila. Não posso dividir com ninguém! É o único que tenho e no acampamento não tem aquelas máquinas, muito menos vendem aqui. Imagine passar mais de uma semana sem isso?

Escondi o pacote na blusa... Eu estava usando a blusa que procurava! Poxa! Ó, palmas lentas para mim!

Saí do chalé e pensei em um local para comer sozinha sem que ninguém me visse. Lembrei do salão principal, atrás ficava um depósito onde tinha uma dispensa cheia de coisas, os celulares deviam estar lá. É um lugar bem isolado.

Afinal, ficar sem celular por mais de uma semana dá uns nervos. Não sei das notícias do mundo, não sei como está minha família ou se alienígenas invadiram a Terra!

Quando cheguei lá, tudo estava vazio. Procurei o depósito e o achei, uma porta de madeira escura. Estava trancada, claro. Tentei adivinhar onde a chave estaria, não é possível que esteja debaixo do tapete...

É. Tá debaixo do tapete. Quem foi o inteligente que colocou aqui?

A chave era antiga, super antiga e destranquei a porta. Até que o lugar era pequeno. Algumas prateleiras, caixas, produtos de limpeza e blá blá blá, vou poupa-los dos detalhes.

Revirei as caixas (Obs: tudo com o saco de Ruffles na blusa, quase caindo) até achar os celulares. Quando finalmente encontrei aquele monte de aparelhos procurei logo meu. Preciso torcer para que ainda esteja com bateria.

Achei! Liguei e enquanto esperava, abri o pacote das batatinhas e comecei a comer. Que delícia, meu Deus.

Você deve estar pensando que, assim que liguei o celular, várias mensagens chegaram, notificações de redes sociais, tudo começou a chegar e o celular quase explodiu. Errado!

Como sou uma garota sem muitas amizades e as únicas que tenho estão aqui, sem usar o telefone, então só tive algumas poucas mensagens. Incluindo meu pai e meu irmão.

Abri a mensagem de meu pai, foi só aquele típico 'Como está?', 'Tudo bem?'. Respondi e depois vi as de Kevin.

Várias fotos do Havaí. Ele lendo na praia, ele na praia, tomando água de côco, ele com meu pai, Kevin com dançarinas de Hula, Kevin comendo não sei o que...

Uma das mensagens foi:

Kevin: Curtindo o acampamento? Aqui tá demais! Pena que não pôde e vir tomar um coquetel comigo.

Fiz cara de raiva e respondi, a mensagem foi três dias atrás:

Eu: Que pena. Queria estar aí para enfiar sua cabeça na areia e ver você com umas saias de palha dançando 'Hula'.

SarahOnde histórias criam vida. Descubra agora