Enquanto houver esperança...

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Bryan

Estou parado em frente ao altar, com o mestre de cerimônia me encarando de uma maneira desconfortável. Ele está com aquela expressão de pena que todos ficam em casamentos que não saem como o esperado.

Porém eu me recuso a desanimar, não admito que o pânico me vença. Eu sei que ela virá. Já mandei mensagem e ela disse que estava vindo, meu amigo Juan também já foi busca-la. Só que nessa meia hora que estou aqui de pé esperando ela aparecer, eu começo a pensar se foi realmente uma boa hora para propor casamento. Foi tudo tão rápido, na verdade eu fui rápido de mais. Quando ela me contou a história de sua vida, eu finalmente a compreendi, agora eu sei o por que dela ter tanto medo de se entregar. Eu devia ter visto os avisos indicando que foi uma decisão imprudente. Mas só agora eu realmente compreendi que eu devia ter dado algum espaço na nossa relação. Devia ter deixado ela respirar sozinha e tomar sua decisão. Imbecil.

Tudo se concretiza, quando meu amigo chega à igreja sozinho. E mais uma vez aquela cara de pena estampada no rosto.

Eu já fui a vários casamentos e lógico que já vi essas coisas acontecerem com alguns. E sempre que isso acontecia eu ficava pensando que simplesmente não era pra ser, talvez eles não se amassem o suficiente, ou ela não o amava. Mas no meu caso eu tenho certeza de que ela me ama, eu via isso estampado em seu rosto. Ela me ama.

Mas se o que faltou não era amor, o que foi então.

Eu totalmente ignoro os par de olhos me observando e faço a única coisa que eu posso no momento. Mando mensagem pra ela, mando várias mensagens. Mas nada acontece. Nem sinal dela.

-Amigo, acho melhor a gente ir agora.

- Ela virá! Digo alto tentando convencer a mim mesmo disso.

Eu prefiro acreditar que ela vai vir, eu sei que vai. Ela não pode fazer isso comigo!

-Bryan já faz mais de 2 horas, sinto muito, temos que liberar o mestre de cerimônias.

-Vão vocês, eu vou continuar esperando por ela.


** Clara

Acordo meio atordoada, tento levanta a cabeça, mas imediatamente a deito novamente. Uma dor latejante invade meu corpo, e me sinto extremamente zonza. Onde estou afinal?

Tento focar, e averiguar o lugar onde estou. Parece um quarto de hotel muito sofisticado, a cama abaixo de mim é redonda e gigantesca. Que diabos aconteceu? Eu casei? E se isso aconteceu cadê Bryan? Porque não consigo me lembrar?

Última coisa que me recordo é de estar na limusine com ele, eu adormeci? Caramba minha cabeça parece que vai explodir a qualquer momento. Mas eu quero me levantar, tenho que saber o que está acontecendo. Tento me erguer novamente e uma pontada forte e latejante invade minha cabeça, eu me jogo na cama novamente massageando o local que dói.

-Bryan. Grito Alto.

Mas ninguém aparece.

-Bryan! Tento novamente, gritando com toda as minhas forças. Eu estou começando a ficar apavorada.

Olho para os lados, mas não tem vestígio nenhum de que alguém passou por aqui.

Sinto meu celular vibrar dentro do vestido de noiva, que está todo amarrotado. Sim eu sempre guardo o celular no sutiã, é tipo uma mania terrível que eu adquiri.

Capturo ele, e vejo a imensidão de mensagens que há no celular. Não queria mas aquele gelo na barriga não me deixa. Minhas mãos tremem ao destravar o celular, tenho uma certeza infalível de que essas mensagens não são nada boas.

Apaixonada por um CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora